quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Uai, Belotur de Lacerda faz carnaval em Santa Luzia?

Realmente o empresário-prefeito ultrapassou todos os limites. Além de perseguir os trabalhadores das ruas, feirantes, jornaleiros, pipoqueiros, aluguel de jatinhos, venda de ruas, privatização da saúde e da educação, venda da Serra do Curral através de projeto aumentando a impermeabilização da Serra com a sua horizontalização, fechamento de Praças a eventos públicos, prática de nepotismo nomeando o filho para comissão da Copa 2014, dar entrevista dizendo que é contra construção de hotel na Pampulha, depois que viu que a opinião pública foi contra, sendo que a Lei que flexibilizou construções com desculpa da Copa do Mundo foi enviada pela PBH e sancionada por ele, agora mais uma grave denúncia. O portal IG publica reportagem sobre as ações da BELOTUR em promoção de festa em, pasmem, não é em BH, é em Santa Luzia!!!

Por Marco Aurélio Rocha

Empresa de turismo de BH promove axé de Salvador em cidade vizinha
Belotur investe R$ 200 mil no "Uai Folia 2011" em Santa Luzia. Missão do órgão é aumentar turismo na capital mineira

Denise Motta, iG Minas Gerais | 02/11/2011 07:00

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) patrocinou a divulgação do nome da cidade de Salvador em um show realizado numa cidade vizinha. De acordo com extrato de contrato publicado no Diário Oficial do Município (DOM), no dia 7 de outubro, o “Uai Folia” recebeu repasse de R$ 200 mil. O valor total do evento foi de R$ 2.392.251.

Chamada de a maior micareta de Minas, o evento ocorreu no Mega Space, espaço para grandes shows na cidade de Santa Luzia, que fica a cerca de 40 quilômetros da capital mineira, na região metropolitana. Foram dois dias de apresentações, 16 e 17 de setembro. Entre as atrações estavam Cláudia Leitte, Chiclete com Banana, Psirico, Asa de Águia e Tuca Fernandes. O ingresso mais barato saiu por R$ 50, com meia entrada. O mais caro por R$ 300, sendo passaporte para os dois dias em camarote.

O benefício com dinheiro público de Belo Horizonte para a festa do axé em Santa Luzia foi possível porque o evento foi selecionado para ser contemplado por um edital da prefeitura da capital.

Em um dos trechos do edital, destaca-se que ele “é uma iniciativa pública que visa o incentivo, à promoção do destino turístico Belo Horizonte, direta ou indiretamente, bem como o fomento a projetos de entretenimento, recreação, esporte, cultura e lazer, que proporcionem oportunidades de visibilidade da imagem turística da cidade, permitindo a perpetuação dos saberes culturais e a valorização humana para os moradores e turistas de Belo Horizonte”. No site do evento, destaca-se que, em 2011, o “Uai Folia” tem “um time de peso, que vai transformar o Mega Space em um verdadeiro circuito do carnaval de Salvador”.

O decreto 14.142, assinado pelo prefeito Marcio Lacerda e publicado em 4 de outubro de 2010, regulamentou o Edital de Seleção para Concessão de Subvenção a Eventos de Potencial Turístico.

Os convites para o “Uai Folia” começaram a ser vendidos em 26 de julho, diz também o site. Cerca de 15 dias depois, em 10 de agosto, vencia o prazo para participação no edital da prefeitura. No dia 10 de agosto, entretanto, a PBH publicou no Diário Oficial a prorrogação por seis dias no prazo, ou seja, foram aceitos projetos até o dia 16 de agosto.

O contrato firmado pela prefeitura e responsáveis pelo “Uai Folia” se deu com as participações, segundo a publicação do DOM, da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) e a LJ Promoções. O iG ligou seis vezes para a assessoria de imprensa da Belotur e encaminhou um email pedindo um posicionamento o patrocínio, mas a assessoria se limitou a reproduzir trecho do edital e a afirmar que não há nenhum problema no patrocínio.

Falta de licitação

 
Foto: Divulgação
O prefeito Marcio Lacerda, durante evento de axé em Belo Horizonte, em 2009: shows são investigados
A falta de uma licitação para a contratação de shows é medida comum e prevista pela lei. Ainda assim, há possibilidade de haver ilegalidade. Geralmente promotores identificam abusos em preços, ou superfaturamento. Além disso, há casos em que promotores detectam irregularidades em contratos que não respeitam princípios da administração pública como a transparência, moralidade e impessoalidade.

A Belotur é alvo de ação do MP que pede ressarcimento aos cofres públicos de dinheiro repassado para um show de Ivete e Chiclete com Banana, ocorrido em 2009. Na ocasião, o próprio prefeito Marcio Lacerda (PSB) participou da festa baiana. Nesta época, a PBH, por meio da Belotur e da DM Produções, firmaram parceria. Ao todo, mais de R$ 450 mil foram repassados à DM Produções, que vendeu ingressos de R$ 30 a R$ 600. A festa baiana, desta vez, foi realizada em Belo Horizonte, no Mineirão, estádio hoje fechado para reformas.

Neste ano, Ivete Sangalo recebeu R$ 25 mil por meio da LJ Promoções para patrocínio de um show que também tem como meta no edital divulgar e promover a capital mineira. O show foi promovido por um shopping que comemorou aniversário de 20 anos. O ingresso mais barato custava R$ 55, sendo meia entrada para pista. O mais caro saiu por R$ 270, em camarote com bebidas liberadas.

Na semana passada, a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público informou ao iG que abriu investigação para apurar a legalidade de repasses da prefeitura e do governo do Estado para patrocinar shows pagos. Alguns artistas, como Rogério Flausino, do Jota Quest, e Milton Nascimento, participaram de campanhas eleitorais ao governo de Minas e à prefeitura, em 2008 e 2010.

Um comentário:

  1. Para aprofundar a roubarreira acrescento uma informação, que foi negada pela Secretaria de Saúde afirmando "não ter nada haver com isso" Segundo denuncias do jornal o Globo de 13/09/2011 A PBH está envolvida em mais um escandalo junto ao governo do Estado. Trata se da compra superfaturada do chamado Protocolo de Manchester junto com um software chamado Alert usado para classificação de risco em unidades de Saúde (um computador esquisito que custa uma fortuna ) que depende de um ponto de rede para instala-los e sem profissionais capacitados pra usar que está disponível em todos os centros de saúde de BH. Além do mais esse protocolo cuja a necessidade é duvidosa para unidades básicas de saúde é questionado sua aplicação pelos profissionais de saude no atual estagio do processo de trabalho dos centros de saude é perfeitamente substituivel por outros protocolos gratuitos.

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