CARLA KREEFFT
A solução para o impasse do PT sobre a escolha do nome do vice na chapa
do prefeito Marcio Lacerda para a disputa da reeleição em Belo Horizonte
poderá ser resolvida com uma alternativa que, até o momento, nem foi
ventilada. Nos bastidores, a informação é que o prefeito teria uma
preferência por uma mulher de perfil técnico e com amplo conhecimento da
prefeitura. Diante desse quadro, já são citadas Thais Pimentel,
presidente da Fundação Municipal de Cultura, Neusa Fonseca, responsável
pela regional Oeste, Rita Margarete, que comanda a regional Leste, e
Flávia Mourão, administradora da regional Venda Nova. A secretaria de
Educação de Belo Horizonte, Macaé Maria Evaristo, estava na lista das
cotadas, mas ela não é eleitora em Belo Horizonte e, portanto, não pode
ser candidata na capital.
As quatro petistas são funcionárias da
prefeitura há muito tempo, reconhecidas com gestoras competentes e,
pelo menos, em tese não teriam pretensões eleitorais, características
que agradam o prefeito. Além disso, esses nomes eliminariam uma disputa
interna no PT pela vaga que cresce a cada momento. O deputado federal
Miguel Correia, o estadual André Quintão, o secretário de Obras e
Infraestrutura, Murilo Valadares, o secretário de Políticas Sociais,
Jorge Nahas, além do procurador geral do município, Marco Antônio
Teixeira, são os atuais pretendentes ao cargo, mas nenhum deles tem
consenso dentro do partido.
Ontem, em evento realizada na
Associação Comercial de Minas Gerais para exposição sobre os planos e
metas da prefeitura, Marcio Lacerda admitiu que a demora do PT para
fazer a indicação pode prejudicar a elaboração do futuro programa de
governo, mas, logo em seguida, minimizou, afirmando que, em julho, é
possível trabalhar de forma intensa nesse sentido. "É prejudicial o
atraso. O grupo também demora mais para elaborar o programa, mas é
possível fazer tudo em julho, já temos muita coisa adiantada". disse.
Lacerda
também reconheceu a possibilidade de vários dos pretendentes ao cargo
de vice desincompatibilizarem e, depois, os que forem preteridos
voltarem ao cargo. A data para a desincompatibilização é 7 de junho. É
possível que até lá, o PT ainda não tenha definido um nome.
O
prefeito ainda deixou escapar a possibilidade do surgimento de um novo
nome. "Realmente ainda não há definição do vice e pode aparecer outro
nome", afirmou.
Questionado sobre qual seria o perfil desejado
para seu vice, Lacerda citou dois exemplos: o vice-governador Alberto
Pinto Coelho (PP) e José Alencar, que foi vice do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
Dificuldades. O PT atrasa o processo de escolha
de seu vice por dois motivos. Primeiro, nenhuma das alternativas
colocadas até agora tem consenso dentro do partido. A possibilidade de o
indicado ser o candidato a prefeito em 2016 acirra ainda a disputa e
dificulta a obtenção de um acordo.
O outro fator que leva o PT a
adiar o processo é o receio de o partido ficar fora da aliança
proporcional. Caso indique o nome do vice agora, poderá perder força na
negociação da coligação com o PSB para as vagas na Câmara de Vereadores.
Fonte: JORNAL O TEMPO