quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um nome de mulher poder ser a solução para o impasse do PT

CARLA KREEFFT




A solução para o impasse do PT sobre a escolha do nome do vice na chapa do prefeito Marcio Lacerda para a disputa da reeleição em Belo Horizonte poderá ser resolvida com uma alternativa que, até o momento, nem foi ventilada. Nos bastidores, a informação é que o prefeito teria uma preferência por uma mulher de perfil técnico e com amplo conhecimento da prefeitura. Diante desse quadro, já são citadas Thais Pimentel, presidente da Fundação Municipal de Cultura, Neusa Fonseca, responsável pela regional Oeste, Rita Margarete, que comanda a regional Leste, e Flávia Mourão, administradora da regional Venda Nova. A secretaria de Educação de Belo Horizonte, Macaé Maria Evaristo, estava na lista das cotadas, mas ela não é eleitora em Belo Horizonte e, portanto, não pode ser candidata na capital.

As quatro petistas são funcionárias da prefeitura há muito tempo, reconhecidas com gestoras competentes e, pelo menos, em tese não teriam pretensões eleitorais, características que agradam o prefeito. Além disso, esses nomes eliminariam uma disputa interna no PT pela vaga que cresce a cada momento. O deputado federal Miguel Correia, o estadual André Quintão, o secretário de Obras e Infraestrutura, Murilo Valadares, o secretário de Políticas Sociais, Jorge Nahas, além do procurador geral do município, Marco Antônio Teixeira, são os atuais pretendentes ao cargo, mas nenhum deles tem consenso dentro do partido.

Ontem, em evento realizada na Associação Comercial de Minas Gerais para exposição sobre os planos e metas da prefeitura, Marcio Lacerda admitiu que a demora do PT para fazer a indicação pode prejudicar a elaboração do futuro programa de governo, mas, logo em seguida, minimizou, afirmando que, em julho, é possível trabalhar de forma intensa nesse sentido. "É prejudicial o atraso. O grupo também demora mais para elaborar o programa, mas é possível fazer tudo em julho, já temos muita coisa adiantada". disse.

Lacerda também reconheceu a possibilidade de vários dos pretendentes ao cargo de vice desincompatibilizarem e, depois, os que forem preteridos voltarem ao cargo. A data para a desincompatibilização é 7 de junho. É possível que até lá, o PT ainda não tenha definido um nome.

O prefeito ainda deixou escapar a possibilidade do surgimento de um novo nome. "Realmente ainda não há definição do vice e pode aparecer outro nome", afirmou.

Questionado sobre qual seria o perfil desejado para seu vice, Lacerda citou dois exemplos: o vice-governador Alberto Pinto Coelho (PP) e José Alencar, que foi vice do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Dificuldades. O PT atrasa o processo de escolha de seu vice por dois motivos. Primeiro, nenhuma das alternativas colocadas até agora tem consenso dentro do partido. A possibilidade de o indicado ser o candidato a prefeito em 2016 acirra ainda a disputa e dificulta a obtenção de um acordo.

O outro fator que leva o PT a adiar o processo é o receio de o partido ficar fora da aliança proporcional. Caso indique o nome do vice agora, poderá perder força na negociação da coligação com o PSB para as vagas na Câmara de Vereadores.

Fonte: JORNAL O TEMPO