quarta-feira, 25 de junho de 2014

Kotscho: sucesso da Copa é a força do povo brasileiro


Fernando Brito


Ontem à noite ri muito vendo a matéria de abertura do noticiário do Sportv.

O repórter confessa que “está difícil arrancar uma única reclamação dos estrangeiros” sobre a organização da Copa do Mundo.

Vale a pena assistir.

É impressionante a desfaçatez com que a mídia brasileira trata seu próprio comportamento criminoso para com nosso país neste processo.

Por isso, para não ser impaciente, como sou, reproduzo o artigo de alguém que – todo jornalista que o conhece sabe disso – jamais deixa de se comportar com delicadeza e cavaleirismo.

Ricardo Kotscho, em seu Balaio, perde gentilmente a paciência e produz um artigo que, além de correto sob todos os pontos de vista, ainda produz, no título, a síntese perfeita do que está acontecendo.

O Kotscho, quando perde a paciência, é ainda melhor do que “a frio”.


O sucesso da Copa é a força de nosso povo.

Ricardo Kotscho

Faz duas semanas, deixei um país em guerra, afundado nas mais apocalípticas previsões, e desembarquei agora noutro, na volta, bem diferente, sem ter saído do Brasil. Durante meses, fomos submetidos a um massacre midiático sem precedentes, anunciando o caos na Copa do Fim do Mundo.

Fomos retratados como um povo de vagabundos, incompetentes, imprestáveis, corruptos, incapazes de organizar um evento deste porte. Sim, eu sei, não devemos confundir governo com Nação. Eles também sabem, mas, no afã de desgastar o governo da presidente Dilma Rousseff, acabaram esculhambando a nossa imagem no mundo todo, confundindo Jesus com Genésio, jogando sempre no popular quanto pior, melhor.

Estádios e aeroportos não ficariam prontos ou desabariam, o acesso aos jogos seria inviável, ninguém se sentiria seguro nas cidades-sede ocupadas por vândalos e marginais. Apenas três dias após o início da Copa, o New York Times, aquele jornalão americano que não pode ser chamado de petista chapa-branca, tirou um sarro da nossa mídia ao reproduzir as previsões negativas que ela fazia nas manchetes até a véspera. Certamente, muitos torcedores-turistas que para cá viriam ficaram com medo e desistiram. Quem vai pagar por este prejuízo provocado pelo terrorismo midiático?

Agora, que tudo é festa, e o mundo celebra a mais bela Copa do Mundo das últimos décadas, com tudo funcionando e nenhuma desgraça até o momento em que escrevo, só querem faturar com o sucesso alheio e nos ameaçam com o tal do “legado”. Depois de jogar contra o tempo todo, querem dizer que, após a última partida, nada restará de bom para os brasileiros aproveitarem o investimento feito. Como assim? Vai ser tudo implodido?

A canalhice não tem limites, como se fossemos todos idiotas sem memória e já tenhamos esquecido tudo o que eles falaram e escreveram desde que o Brasil foi escolhido, em 2007, para sediar o Mundial da Fifa. Pois aconteceu tudo ao contrário do que previam e ninguém veio a público até agora para pedir desculpas.
Como vivem em outro mundo, distantes da vida real do dia a dia do brasileiro, jornalistas donos da verdade e do saber não contaram com a incrível capacidade deste povo de superar dificuldades, dar a volta por cima, na raça e no improviso, para cumprir a palavra empenhada.

Para alcançar seus mal disfarçados objetivos políticos e eleitorais, após três derrotas seguidas, os antigos “formadores de opinião” abrigados no Instituto Millenium resolveram partir para o vale tudo, e quebraram a cara.

Qualquer que seja o resultado final dentro do campo, esta gente sombria e triste já perdeu, e a força do povo brasileiro ganhou mais uma vez. Este é maior legado da Copa, a grande confraternização mundial que tomou conta das ruas, resgatando a nossa autoestima, a alegria e a cordialidade, em lugar das “manifestações pacíficas” esperadas pelos black blocs da mídia para alimentar o baixo astral e melar a festa. Pois tem muito gringo por aí que já não quer mais nem voltar para seu país. Poderiam trocar com os nativos que não gostam daqui.

Que tal?
Em tempo: a 18 dias do início da Copa, escrevi um texto de ficção para a revista Brasileiros que está nas bancas, com o título “Deu zebra: ganhamos e o Brasil fez bonito”. Repito: trata-se de um exercício de ficção sobre um possível epílogo do Mundial.

Para acessar:
htpp://www.revistabrasileiros.com.br/?p=95905

Fonte: TIJOLAÇO

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Lacerda será o agente do "Pimentélcio" ?

Nos bastidores da campanha eleitoral de 2014 que estará nas ruas após o fim da Copa do Mundo, aqui em Minas Gerais, começam a se ouvir nas vozes das “Rádios Peão”, o nascimento de um novo bicho político, o “Pimentélcio”, aos moldes dos que ocorreram nas últimas eleições com o Lulécio e o Dilmazia, tendo à frente políticos de variadas colorações partidárias, adotando a prática da traição a suas candidaturas ora a nível nacional, ora a nível regional, tudo isso regado ao sabor do puro pragmatismo, de olho nos possíveis cargos a serem ocupados num futuro governo.

Nesta segunda-feira, dia de jogão do Brasil, os ares da política mineira estão calmos, com todas as atenções voltadas para a seleção brasileira, mas, correndo os olhos sobre os jornais pela manhã, me deparo com entrevista do Jornal Hoje em Dia com o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Entrevista amena aos jornalistas Bruno Moreno e Patrícia Scofield sobre o projeto Nova BH, esconde nas entrelinhas, a meu ver, uma surpreendente amenidade de Lacerda com o governo federal e com o ex-prefeito, Fernando Pimentel, amenidade esta se estendendo é claro, até o governo do Estado.

Logo na primeira pergunta, ele rasga elogios ao ministério do turismo, mais adiante após pergunta sobre o planejamento das obras, ele diz:  ... “A verdade é que o governo federal fez uma boa coordenação. O ministro Aldo Rebelo e o secretário executivo, Luís Fernandes, foram importantes”. Mais adiante em pergunta sobre mobilidade urbana, lembra o ex-prefeito Pimentel e diz que ampliará iniciativas do antigo inquilino da Afonso Pena 1212.

Portanto, começo a acreditar nas notícias da “Rádio Peão” sobre o surgimento desse novo espécime da fauna política mineira, e Lacerda parece ser um dos agentes, acredito que, surgindo também da parte das hostes petistas será um grande erro político e estratégico, pois o PT se consolidou como um partido de projeto essencialmente nacional, e qualquer vacilo em evitar o embate na polarização com os tucanos em Minas será fatal para a tática e o objetivo de conquistar o Palácio da Liberdade e contribuir de forma decisiva para a reeleição da presidenta Dilma.

Fora bichos esquisitos !


Por Marco Aurélio Rocha

Acompanhe abaixo a entrevista de Lacerda ao Hoje em Dia


Lacerda: Nova BH será dividida e terá lançamento em etapas

Bruno Moreno - Patrícia Scofield

Foto: Wesley Rodrigues/Hoje em Dia


Apesar de Belo Horizonte ter recebido apenas metade dos seis jogos da Copa do Mundo, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) já está satisfeito com os resultados preliminares que o torneio internacional trouxe à capital. Para o socialista, a preparação da cidade foi muito boa, mas o setor do turismo, especialmente de bares e restaurantes, não capacitou seus funcionários em outros línguas. Segundo Lacerda, sobraram 1.200 vagas nos cursos de inglês oferecidos especificamente para a Copa. Ao mesmo tempo, ele faz um mea-culpa na implantação do BRT, assumindo que, no início da operação, faltou informação aos usuários, mas garante que isso já foi solucionado.

O prefeito apresenta uma novidade em relação à Operação Urbana Consorciada Nova BH. A proposta de projeto de lei deverá ser enviada à Câmara de Vereadores antes das eleições, e sofrerá modificações em relação ao que foi anunciado no início deste ano. Agora, a proposta da Prefeitura é dividir a implantação Nova BH, começando pela área Central, o entorno da Lagoinha e o Barro Preto.

Lacerda destacou que até metade dos recursos provenientes da Nova BH devem ser aplicados em mobilidade urbana, e até mesmo no metrô, que, segundo ele, também precisa de recursos municipais para poder sair do papel. Apesar disso, ressaltou que há verbas federais asseguradas para sua construção e que o projeto da linha Lagoinha-Savassi já está pronto, entrando no nível de detalhamentos. Em relação à mobilidade metropolitana, o prefeito de BH ressaltou a construção dos anéis Leste, Norte e Sul. Segundo Lacerda, essas novas vias deverão desafogar o Anel Rodoviário, retirando o tráfego pesado e transformando-o em uma espécie de grande avenida metropolitana.

Prefeito, antes da Copa, tinha muita gente falando que ia ser um desastre. Qual o balanço que já pode ser feito?

Uma Copa do Mundo é um acontecimento único em um país, pela sua dimensão, por toda a preparação, mas principalmente pela oportunidade de exposição no mundo inteiro. O vetor que nós colocamos foi muito simples: é uma oportunidade de internacionalizar BH. Mas um dos pontos em que nós falhamos foi no ensino de línguas. Apesar de todo o incentivo, 2 mil vagas oferecidas gratuitas para curso de inglês, foram preenchidas 800 vagas. Foram oferecidas tradução de cardápios pela internet para bares e restaurantes, mas quase não foi feito. Não foi falta de esforço. Teve dinheiro do Ministério do Turismo. Então tem um pouquinho ainda dessa trava, desse provincianismo que atrapalha. Aquilo que nós temos de valores, de jeito mineiro de ser, de receber bem, isso é o principal ativo e está funcionando.

O que é que a PBH está fazendo para aproveitar essa visibilidade mundial? 

Nós vamos ter que fazer uma reflexão depois. Uma coisa também que eu não consegui fazer foi mais viagens para empresários e jornalistas estrangeiros. O Ministério do Turismo fez, a gente também fez alguma. Contratamos o jornalista Mike Lee, que ajudou muito.

Tudo o que foi planejado foi feito?

A divisão de responsabilidades foi bem definida. Anossa parte principal foi a mobilidade, que não é só fazer BRT, é também fazer o plano de operação nos dias de Copa. Foi testado na Copa das Confederações, na última hora a UFMG fechou as portas, mas nós já tínhamos um plano B. Então a chave é isso: planejamento e o acompanhamento passo a passo. A verdade é que o governo federal fez uma boa coordenação. O ministro Aldo Rebelo e o secretário executivo, Luís Fernandes, foram importantes. A gente estava com o BRT na Pampulha agarrado. A Aeronáutica não licenciava por estar ao lado do aeroporto (da Pampulha). Aí o secretário-executivo falou no comando da Aeronáutica e em uma semana resolveu. A lentidão da infraestrutura tem muito a ver com isso. E às vezes não adianta a presidente ter vontade de fazer ou determinar se não criar uma estrutura e coordenação que leve a coisa do início ao fim.

Quais os maiores ganhos para a cidade nesta Copa e as maiores falhas?

Há legados permanentes na questão da mobilidade, dos hospitais, dos estádios. Belo Horizonte está criando uma marca e nós estamos sendo cada vez mais convidados para falar das experiências, fora do país.


Que marca é essa?

Apesar da pujança econômica, BH tem qualidade de vida e inclusão social. A marca seria uma cidade sustentável. E aí tem a questão da renda, que é fundamental, a renda média crescendo. E a qualidade de vida, a inserção, que tem a ver com lazer, participação democrática, aos poucos isto está avançando.

E em relação às falhas?

Não teve nenhum caos em aeroportos, como os ‘profetas’ diziam aí. Isso foi ajudado um pouco porque o turismo de negócios nessa época deu uma arrefecida, os pacotes turísticos internos também, mas eu acho que essa correria de última hora deu uma ajustada. Essa concessão demorou tempo demais. Mas, agora, vai andar. Além disso, tivemos a dificuldade com idiomas.

Qual avaliação o senhor faz do BRT/Move?

A avaliação é muito positiva, inclusive em pesquisas. Tem um ganho em tempo e em conforto. Isso é fundamental. Às vezes, as pessoas reclamam por ter que fazer baldeação. Nas estações começou sem o volume de informação adequado, porque é complexa aquela movimentação. Mas está se ajustando. A gente manda auditores para ficar nas estações. Onde já era troncalizado, como na avenida Cristiano Machado, as pessoas já faziam a baldeação. Na primeira etapa da Antônio Carlos foi feita a integração de linhas que eram diretas. Agora entrou Venda Nova e Vilarinho, que já têm essa baldeação.

Mas o BRT no Centro se mistura com outros veículos. Há uma perda de tempo, uma certa impaciência, porque ele não anda. Mas era o que nós podíamos fazer. Ali não tinha como separar. Vai melhorar quando mais linhas se integrarem, saírem os ônibus convencionais, e quando a rodoviária for transferida do Centro.

Mas não poderia haver faixas exclusivas?

Nós vamos ter mais um viaduto exclusivo para ônibus na Lagoinha. Apesar dessa mistura de tráfego ali, há um ganho real.

O senhor imagina uma área no Centro, ou dentro da Contorno, em que só seja permitido transporte público, priorizando os pedestres?

Isso é possível a longo prazo e, aos poucos, vem sendo feito, como na Savassi. No Centro, alguma coisa foi feita pelo Pimentel. Nós vamos fazer algo parecido agora no Barro Preto. Vai ficar bem melhor para os pedestres. Outras intervenções serão feitas no Centro, o chamado MobCentro, como foi feito nas avenidas Carandaí com Afonso Pena, para melhorar para o pedestre e diminuir os engarrafamentos. Não tem como expulsar o automóvel, até pela conformação viária e geográfica da cidade.

Mas o que está sendo feito?

O metrô é inevitável, vai acontecer, embora de forma lenta, devido aos altos investimentos e à dificuldade de se fazer túneis. Mas, por exemplo, o projeto Lagoinha-Savassi já está pronto. Nós estamos discutindo detalhes dele agora. A ligação subterrânea Santa Tereza-Praça Raul Soares, passando pela linha Lagoinha-Savassi, no Palácio das Artes, também já tem um pré-projeto. É uma questão de tempo para se diminuir os carros e fazer as pessoas andarem de transporte coletivo.

Como está o projeto do Nova BH?

Estamos revisando, reduzindo o tamanho, e deixando um pouco mais aberta a utilização do recurso, porque queremos destinar mais verbas para a mobilidade. Mas deixando em aberto uma etapa posterior, uma consulta comunitária, popular, para decidir o uso do recurso. Eu me convenci da necessidade de destinar uma boa parte dos recursos, talvez até a metade, para mobilidade. Como o metrô é muito caro, se não tiver essa possibilidade de o município também colocar recursos, a gente não vai dar conta.

O que exatamente vai ficar de fora do Nova BH?

A operação continua do mesmo tamanho, mas será lançada em etapas. A consulta popular vai ser para definir o uso dos recursos, não o tamanho da operação. Queremos enviar à Câmara antes das eleições.

Em que vai se concentrar essa primeira fase?

Nós reduziríamos à metade. Estão previstos lá cerca de 25 quilômetros quadrados. Reduziríamos para 12 quilômetros quadrados na primeira etapa, mantendo um pedaço da Antônio Carlos, envolvendo a Lagoinha, e da Andradas, envolvendo o Centro, mais o Barro Preto, que é a área que tem mais potencial de investimento. Mas os recursos poderiam ser utilizados fora dessa área inicial, quando terminasse a aplicação de recursos nesse local. Certamente, haverá sobra para utilizar fora dessa área, na segunda etapa.

A gente está discutindo as questões de cidades, mas é impossível pensar em Belo Horizontes sem pensar em região metropolitana.

Para Belo Horizonte estar bem, a região metropolitana precisa melhorar. Não adianta você ser uma ilha de sucesso, cercado de problemas. O fato de você ter um arranjo institucional, como tem hoje, com conselho deliberativo, com agência, é um grande avanço. Não sei se essa agência está funcionando como deveria estar. Nunca fui procurado pela diretoria da agência para debater essa questões.

Mau sinal?

Mau sinal. Fazem-se reuniões burocráticas, mas que não escutam os prefeitos. Nós temos uma relação muito boa com as cidades vizinhas, inclusive no planejamento urbanístico. O Plano Diretor Metropolitano foi feito de uma forma um tanto acadêmica. Eu fui contra se contratar a universidade para fazer. Acho que tinha que ser uma consultoria de mercado, com o apoio da universidade. Mas, se você compara com o que acontece nas regiões metropolitanas de Rio e de São Paulo, nós estamos muito mais à frente.

O governador Alberto Pinto Coelho, quando tomou posse, chamou os prefeitos para conversar sobre projetos de mobilidade. Qual a evolução disso?

Nós apresentamos ao governo Federal, depois do PAC Copa, uma série de projetos. Dentre esses, R$ 377 milhões para a Prefeitura fazer corredores de ônibus, parte de ciclovias, um grande corredor de ônibus na Amazonas, que vai ser um BRT simplificado, e estamos na fase de contratar o financiamento. Foram definidos R$ 2 bilhões para o metrô, a segunda etapa, de Santa Tereza à Praça Raul Soares e Savassi-Belvedere, e o governo do Estado apresentou um projeto de aproveitamento de linhas férreas da região metropolitana. Um deles, que é o Contagem-Betim, é bastante viável, o Eldorado (Contagem) – Barreiro é bastante viável e outros ainda têm que comprovar a viabilidade. Já no BRT, nós integramos os ônibus metropolitanos, inclusive com a construção de estações em várias cidades. O governo do Estado, agora, com a nossa concordância, lançou uma PMI, semana passada, de uma ligação Aeroporto de Confins-Centro. Do aeroporto até Venda Nova/Cidade Administrativa, não é viável economicamente, por causa da demanda. Provavelmente, da Cidade Administrativa para cá (Centro) ele é viável, mas passando não por cima do BRT ou do metrô, mas mais pelo lado de Contagem. Mas as contas que fizemos desse transporte, com o monotrilho, é um investimento altíssimo, que teria que ser bancado pelo governo, e com um alto subsídio nas passagens. Então, vamos ver o que o mercado apresenta. A gente já fez um pré-estudo.

E o anel metropolitano?

Os outros projetos metropolitanos são o Anel Norte, que o Estado agora resolveu não esperar o governo federal. Vai ligar Betim a Ravena, na BR-381 e desafogar muito o Anel Rodoviário. Tem o Anel Sul, que é a ligação Betim – Olhos D’água, que o governo federal disse que está fazendo, mas a gente ainda não viu o projeto. E o Anel Leste, que é a ligação Olhos D’água – BR-381, em Sabará, por trás da Serra do Curral. Nós precisamos usar a faixa de domínio da antiga ferrovia, que passa no Belvedere. Precisamos resolver quem vai usar esse ativo para fazer a concessão. O Estado lançou uma PMI a nosso pedido.

Há novidade em relação ao Cine Pathé?

Tem um projeto aprovado, em concordância com o proprietário. É uma operação urbana, em que no fundo dele se constrói um prédio, a gente concede o coeficiente de aproveitamento. Eles reformam o cinema e entregam para a prefeitura. Aí surgiu um ruído. O proprietário, digamos, é meio desligado. Ao mesmo tempo ele alugou para um shopping, aí travou o negócio. Então, está se fazendo um acordo para continuar o projeto como era, e quem investiu lá será indenizado.

Fonte: HOJE EM DIA

Imprensa inglesa estranha “elite branca” nos estádios

Autor: Miguel do Rosário


O jornal The Guardian fez uma crítica interessante à Copa que até agora não mereceu nenhum comentário de nossa imprensa. Matéria assinada por David Goldblatt fala que, enquanto os gramados (em inglês, pitch) mostram a miscigenação intensa dos países latino-americanos, cujas seleções tem se destacado no torneio, as arquibancadas (stands, em inglês) contam uma “história diferente”.
Chamou a atenção do repórter (eu também já havia reparado nisso, mas na torcida brasileira), a hegemonia absoluta de cidadãos de ascendência europeia nas torcidas das nações latinas.
É evidente que o fato reflete as desigualdades históricas no continente, uma realidade que explica a emergência de governos populares, progressistas, com políticas públicas visando mudar esse quadro.
A matéria faz informações e análises bem mais completas do que o resumo deste post. O problema não acontece apenas nas torcidas latino-americanas, mas de quase todos os países.
Houve incidentes de racismo entre argentinos e mexicanos e observou-se a presença de faixas com inscrições de extrema-direita ou mesmo fascistas, entre torcedores da Croácia e da Rússia.
Ao final, o jornalista alerta que o mundo deveria se preocupar, na organização de um evento que deveria celebrar a diversidade, a paz e o pluralismo, em aumentar a diversidade social e étnica das torcidas.


Fonte: TIJOLAÇO

quarta-feira, 18 de junho de 2014

A 'turma dos anos 90' e a pigarra da história

O maior desafio de Aécio Neves reside naquilo que fez a convenção do PSDB parecer uma daquelas tertúlias de aposentados gabolas.

por: Saul Leblon 



A convenção do PSDB  que oficializou  Aécio Neves como candidato  tucano, no último sábado, foi tão marcante que o  principal destaque ficou por conta do que não houve.

O partido adiou, mais uma vez,  o anúncio do  vice em sua chapa.

A 19 dias de esgotar o prazo para o registro das candidaturas, o problema de Aécio é saber quem desagrega menos.

Não é uma escolha  fácil.

O repertório vai  de um impoluto Paulinho ‘Boca’, da Força Sindical,  ao demo Agripino Maia, ou talvez o híbrido de  pavão e tucano, Tasso Jereissati , ambos, como se sabe, referências  de enorme apelo popular. Correndo  por fora, a opção puro sangue,  Aécio – Serra, reúne afinidades  equivalentes  à convergência entre o  fósforo e a pólvora.

O dilema não é novo no PSDB. O  ex-governador  José Serra viveu problema semelhante em 2010.

A indecisão quanto ao nome que o acompanharia na derrota para Dilma  começou justamente quando  Aécio tirou o corpo fora, recusando a vaga que hoje oferece ao rival.

Sem opções que agregassem voto, tempo de TV ou base no Congresso (caso, pelo menos, do marmóreo vice de Dilma, o pemedebista Michel Temer), Serra postergou a decisão até o limite final, para então protagonizar  o abraço de afogado com um jovem demo.

Tal qual emergiu, Índio da Costa (DEM-RJ) submergiria  para a eternidade do anonimato após a derrota.

A dificuldade com o vice é sintomática da representatividade dos aliados.

Mas não é o principal obstáculo  para ampliar o teto da candidatura conservadora.

Passada a fase alegre da postulação interna contra rivais destroçados,  Aécio  terá que dizer ao país a que veio.

Seu maior desafio  reside naquilo que fez  a convenção de sábado  parecer uma daquelas tertúlias típicas de  aposentados   gabolas.

O celofane da mocidade mineira talvez seja insuficiente para conter o cheiro de naftalina que irradia das imagens  sempre que a ‘turma dos anos 90’, integrada por Serra, FHC, Pimenta da Veiga, Agripino e assemelhados  se junta para renovar o formol do velho projeto.

Por mais que a palavra mudança seja evocada por entre cenhos franzidos, comissuras enérgicas e punhos  erguidos, não cola.

Não há pastilha Valda que conserte a pigarra da história.

A  esperança em um futuro crível  para a economia e a sociedade  é incompatível com a regressão  apregoada pelos defensores de um modelo  que, a rigor,  não dispõe mais de força nem de consentimento para se repetir.

Para entender o porquê  é preciso enxergar os ingredientes que fizeram o fastígio da hegemonia neoliberal no final do século XX.

A saber.

Três décadas de arrocho sobre o rendimento do trabalho nas principais economias ricas, facilitado pela ascensão industrial chinesa; um contrapeso de crédito farto ao consumo  –e em muitos casos, irresponsável, como se viu na gota d’água das subprimes e, finalmente, por sobre o conjunto, uma untuosa camada de mimos tributários que rechearam os cofres dos endinheirados , contribuindo para a superliquidez  que caracterizou a praça mundial  durante décadas.

Foi sobre essa base de Estado mínimo com desonerações para os ricos, renda e trabalho esfacelados, que se deu o auge e o colapso do modelo. Um movimento inscrito dentro do outro, como em uma sinfonia.

O arranjo  só não desafinou  antes, repita-se, graças à válvula de escape de endividamento maciço de Estados e famílias, propiciado pela desregulação  que liberou a banca de controles e permitiu a lambança do crédito lastreado em derivativos tóxicos.

Era tanto dinheiro que permitia viver hoje como se não houvesse amanhã.

Em vez de salários e direitos, créditos sobre créditos para famílias quebradas.

Em vez de arrecadar  mais dos ricos, tomar  emprestado deles  na  forma de endividamento público, para suprir a anemia fiscal de Estados obrigados a dar conta de  serviços não lucrativos, por isso não privatizados.

O endividamento público lubrificado, no caso brasileiro,  por um juro real superior a 10% ao ano durante o ciclo do PSDB (hoje é de 5%), supria os cofres dos governos  e alegrava o rentismo.

 A tentativa atual de 'limpar’  a implosão do modelo removendo apenas seus ‘excessos  na ponta do crédito  resulta no filme de terror  em cartaz na Europa.

Preservar  para cima, com arrocho para baixo, associando à seca do crédito cortes sobre direitos e salários, ademais da retração do emprego, significa  uma carnificina econômica e social.

No caso brasileiro há  o inconveniente adicional de que  –nos marcos do regime democrático--   essa operação  talvez não seja mais viável depois de 12 anos de governos do PT.

A ‘mensagem mudancista ‘  de Aécio está visivelmente emparedada nessa encruzilhada.

De um lado, ele precisa atender o camarote vip que encarna e que o patrocina.

Engajados em uma cruzada de preconceito belicoso  contra  Dilma e o PT, os endinheirados exigem compromissos com medidas  heroicas .

Aquelas que Aécio prometeu tomar  --‘se der, no primeiro dia’, como afirmou  às papilas empresariais famintas, reunidas  num regabofe na casa do animador de eventos, João Dória Jr, (conforme a Folha 02/04).

A esperança  conservadora é a de que a baixa atividade decorrente de uma paulada imediata no juro, com consequente recuo do crédito e compressão  do salários real,  devolva  a  senzala ao seu lugar.

E o país aos bons tempos.

O trânsito ficaria menos carregado; os aeroportos recuperariam o velho charme .

Não só.

Um desemprego ‘funcional’  de 12,5%, como no ciclo do PSDB (hoje é da ordem de 5%), estalaria a chibata da redução do custo Brasil nas costas de quem tem 500 anos de familiaridade com o assunto.

Mais quatro anos, que diferença faz?

Novidades  no front sugerem talvez não seja tão simples assim rodar  o modelo original  no azeite do arrocho.

Um Brasil formado por dezenas de milhões de famílias antes apartadas na soleira da porta, do lado de fora do país,  agora cobra  a sua vaga no mercado e na cidadania.

No seleto clube  do juro alto  essa gente figura como estorvo.

No ciclo de governos do PT o estorvo tomou gosto da mobilidade social.

No cálculo político do candidato tucano a precaução recomenda que não se diga em público aquilo que se afirma na casa do animador do ‘Cansei’, Dória Jr.

Instala-se assim um malabarismo de alto risco no picadeiro do circo conservador.

Aécio, ora assume  o estereótipo  de mineirinho afável, ora  tenta distrair  a plateia acusando  pecadores com o fogo dos savonarolas  de passado inflamável.

Enquanto isso, operadores de mercado que o representam  costuram  o peru recheado de arrocho servido nos regabofes  da plutocracia insaciável.

O principal personagem  dessas tertúlias é Armínio Fraga, espécie de ‘é com esse que eu vou lucrar até cair no chão’ da nação rentista.

O  prestígio não é obra do acaso.

Armínio carrega no currículo o feito de ter elevado a taxa de juro brasileira de 25% para  45%, em março de 1999.

O colosso se deu  quando esse quadro reconhecido como ‘nosso homem no Brasil’  pela alta finança  internacional  –Timothy Gartner, ex-secretário do Tesouro americano, sugeriu o seu nome a Obama para presidir  o Fed -- assumiu a presidência do BC brasileiro, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Em declarações para o público mais amplo,  Armínio, que também possui cidadania americana, procura demonstrar serenidade e comedimento. Veste o figurino do Aécio afável e apregoa um caminho gradual, ‘sem choque’, para  recolocar as coisas nos eixos.

Nas entrelinhas do comedimento, porém,  ressoa o  ‘matador dos mercados’, que parece falar diretamente ao camarote vip do ‘Itaquerão’.

Na hipótese de uma extrema eficiência na lavagem cerebral  promovida pela mídia, a ‘turma dos 90’ pode até vencer em outubro.

Mas conseguiria governar emparedada nesse duplo torniquete,  entre o compromisso com a alta finança, de um lado, e a pressão ascendente de um Brasil que tomou gosto pela cidadania, de outro?

Confira, abaixo, trechos das dubitativas respostas de  Armínio , em entrevista ao Valor, nesta 2ª feira:

Sobre baixar  a meta da inflação (leia-se, sobre o  tamanho da paulada nos juros num eventual governo tucano):

‘Tem que ter uma sequência. Primeiro, chegar a uma situação de preços normais, não tabelados, não reprimidos, levar essa inflação para a meta e, depois, decidir o que fazer. Acho que a meta deveria cair um pouco e lentamente...Vamos ter que tirar o remédio do paciente, que está dopado.

Sobre a conveniência de Aécio dizer que está pronto para tomar  ‘medidas impopulares’

'Sincericídio', acho que não. É um pouco de 'honesticídio', isso sim. Temos que cair na real: as coisas não estão dando certo.

Sobre o futuro dos salários num governo tucano.

 Acho os salários no Brasil ridiculamente baixos porque o Brasil é um povo pouco educado e pouco produtivo. Por isso é que os salários aqui correspondem a 20% dos salários dos países ricos. Há algumas áreas que ganham salários parecidos, mas o salário médio aqui é muito baixo porque somos um país pobre. E por que somos pobres? Porque o país não está crescendo. O salário tem que guardar alguma relação com a produtividade. Isso está nas atas do Copom e nas melhores cabeças que estão no governo. O país não está crescendo, caia na real! Qualquer coisa que eu diga vão interpretar como arrocho enquanto o arrocho já está aí, está sendo feito pela inflação.

Sobre a fuga de capitais que estaria em curso no país enquanto o investimento privado vive uma greve branca.

 O brasileiro gosta do seu país, gosta de morar aqui, de investir aqui. Mas o grau de incerteza hoje é tal que as pessoas estão pensando em investir fora do Brasil, estão pensando até em sair do Brasil. Há um medo que vai além da economia, é medo político também. Há uma sensação de medo que as pessoas não têm coragem de manifestar abertamente. Medo de uma atitude contra a liberdade de imprensa, contra a democracia.

Fonte: AGÊNCIA CARTA MAIOR

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Branco sobre branco

O balanço da OIT divulgado nesta terça-feira sobre o saldo dos seis anos de arrocho neoliberal nos países da União Europeia é devastador.

por: Saul Leblon 



A máscara sorridente de Aécio Neves, de um sorriso fixo excessivamente  fixo,  é tão humana e confiável quanto a fala aerada de quem sabe de antemão que não precisará oferecer nada além dos dentes às grandes audiências.

As bocas autorizadas a argui-lo não cobrarão muito mais que isso da sua. E esse é uma espécie de protocolo consuetudinário  que marca religiosamente  a relação da mídia com seus candidatos in pectore a cada eleição.

Graças a esse mutualismo, o tucano pode exibir  olimpicamente seu branqueamento  sobre o relevo igualmente  de brancas superposições  que compõe  o cenário do programa  Roda Viva, da TV Cultura de São Paulo, no qual  foi o entrevistado desta 2ª feira.

A harmonia  monocromática só foi atritada quando o dono do sorriso fixo  acabou  convidado a comentar  sua propalada intimidade com a cocaína, tema que fez o mediador  e centurião das boas causas tucanas ,Augusto Nunes,  aspirar  fundo e elevar o tom de voz para mudar de assunto.

Até aí, porém, ficamos no branco sobre branco.

A  verdade é que interessa  menos  ao país  saber o que Aécio aspira ou deixa de aspirar pelas narinas, do  que  a substancia tóxica  que os interesses  nele personificados  aspiram  despejar sobre a sociedade na forma de uma restauração  agressiva da lógica neoliberal na economia.

Que não tenha havido no programa da TV Cultura um questionamento desse projeto com igual ou superior contundência  dispensada  ao tema da cocaína,  diz muito sobre a pertinência do que é  reservado hoje pelo filtro da comunicação ao discernimento da sociedade em relação aos grandes desafios brasileiros. 

É sintomático que nenhum dos destacados  jornalistas  presentes  tenha se lembrado de ler  para Aécio o relato de um sugestivo episódio protagonizado por ele na casa do animador de eventos do ‘Cansei’, João Dória Jr, em 01-04 (conforme Mônica Bergamo; Folha).

A cena é ilustrativa da endogamia estrutural entre o dinheiro grosso e a candidatura do PSDB.

Conforme o relato da Folha, a cena é narrada  pelo próprio Aécio que se gaba diante dos comensais ao reproduzir um diálogo travado com um de seus fiadores junto ao mercado : ‘Eu conversava com o Armínio e ele me perguntou: ‘Mas é para fazer tudo o que precisa ser feito? No primeiro ano?’. E eu disse: ‘Se der, no primeiro dia’.

O fato é que a candidatura  Aécio Neves, de todas as oferecidas pelo PSDB  desde 2002, é a mais assumidamente letal do ponto de vista de um retorno puro e simples ao arrocho que ele reiteradamente abraça nos encontros de portas fechadas com a plutocracia brasileira.

Nos demais  colóquios, como no caso do Roda Viva, desfruta da cordura de entrevistadores que se contentam  com pouco.

A esse pelotão camarada  Aécio dá-se o direito de negar hoje o que afirmara ontem, e de se desdizer amanhã sobre o que cometeu no dia anterior.  Sem arguição. Branco sobre branco.

Em 05-05 , por exemplo, ele se gabou que estaria preparado para tomar ‘medidas impopulares’.

No Roda Viva, em 02-06,  recuou afirmando que , as “medidas impopulares foram tomadas (pelo atual governo)”.

Crítico do reajuste de 10% no benefício do Bolsa Família, anunciado pela Presidenta Dilma na véspera do 1º de Maio,  o tucano, dia 02-05, ‘não quis assumir o compromisso de aumentar os repasses (ao programa), caso seja eleito’ -- noticiou a Folha de SP então.

Vinte e seis dias depois, na última 3ª feira,  fez aprovar na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, uma medida que exclui limites de renda e tempo para a permanência de famílias pobres no programa, elevando intrinsicamente os repasses.

Haveria outras formas de se cobrar do sorriso fixo um grau maior de serenidade  e coerência na abordagem dos graves  problemas  nacionais.

Seria necessário que o noticioso isento das corporações em pé de guerra contra a regulação da mídia  –e  o colunismo  da indignação seletiva--  facultasse ao eleitor brasileiro, por exemplo,  uma conexão crítica  entre os planos  do candidato conservador  para o Brasil e a realidade devastadora criada por  esse mesmo projeto na Europa nos dias que correm.

O balanço da OIT  divulgado nesta 3ª feira sobre o saldo dos seis anos de arrocho nos países das UE mostra o quanto seria mais corajoso questioná-lo  sobre esses escombros, do que sobre o pó eventualmente aspirado por suas polêmicas narinas.

Leia, abaixo, trechos publicados pela mídia do Relatório "A Proteção Social no Mundo":

“Em 2012, 123 milhões de pessoas nos 27 Estados-Membros da União Europeia, ou 24% da população, estavam em risco de pobreza ou exclusão social e cerca de mais 800 mil crianças viviam na pobreza do que em 2008.

O aumento da pobreza e da desigualdade resultou não apenas da recessão global, mas também de decisões políticas específicas de redução das transferências sociais e de limitação do acesso a serviços públicos de qualidade, que se somam ao desemprego persistente, salários baixos e impostos mais altos.

Em alguns países europeus, os tribunais declararam os cortes inconstitucionais.

O custo do ajustamento foi transferido para as populações, já confrontadas com menos empregos e rendimentos mais baixos há mais de cinco anos.

Os ganhos do modelo social europeu, que reduziu significativamente a pobreza e promoveu a prosperidade no pós-2ª Guerra Mundial foram erodidos por reformas de ajustamento de curto prazo.

As medidas de contenção orçamentária não se limitaram à Europa. Em 2014, nada menos que 122 governos reduziram a despesa pública, 82 deles de países em desenvolvimento.

Entre essas medidas, tomadas depois da crise financeira e econômica de 2008, incluem-se: reformas dos regimes de aposentadoria, dos sistemas de saúde e de segurança social, supressão de subsídios, reduções de efetivos nos sistemas sociais e de saúde.

Mais de 70% da população mundial não tem uma cobertura adequada de proteção social, definida como um sistema de proteção social ao longo da vida que inclua o direito a prestações familiares e para menores, seguro contra desemprego, em caso de maternidade, doença ou invalidez, aposentadoria e seguro saúde.

39% da população mundial não têm acesso a um sistema de cuidados de saúde, porcentagem que sobe para 90% nos países pobres.

Faltam cerca de 10,3 milhões de profissionais de saúde no mundo para garantir um serviço de qualidade a todos os que necessitam.

49% das pessoas que atingiram a idade para se aposentar não recebem qualquer pensão. Dos 51% que recebem, todavia, muitos têm pensões muito baixas e vivem abaixo do limite de pobreza.

Só 12% dos desempregados de todo o mundo recebem seguro desemprego, porcentagem que varia entre 64%, na Europa, e menos de 3% no Oriente Médio e na África".