sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

2018 já começou

Caravana do Lula em Minas Gerais: a resposta do povo aos golpistas

Marco Aurélio Rocha



No último 30 de outubro, uma segunda-feira, dezenas de milhares de pessoas reuniram-se na Praça da Estação, em Belo Horizonte. Não era um show musical ou atividade ligada a alguma igreja, como tem sido mais comum nos últimos anos. A multidão estava ali para assistir ao ato de despedida da caravana Lula por Minas Gerais.

Era o ápice de uma caravana de inegável sucesso. Foram oito dias percorrendo 12 cidades mineiras, em diferentes regiões do estado, totalizando 1,5 mil quilômetros de estrada. Em cada município, Lula foi recebido por uma população que visivelmente o admirava e o admira. Gente que reconheceu em seu governo o esforço para melhorar a vida dos mais pobres.

Mais importante do que isso, a caravana de Lula em Minas demonstrou, mais uma vez, que, se provocado, o povo responde positivamente. Havia, certamente, militantes políticos entre os presentes nos atos, mas havia igualmente gente sem qualquer filiação partidária ou envolvimento político mais forte. Estavam ali porque perceberam que o momento exige ação: o Brasil do golpe retira direitos dos trabalhadores, vende o Brasil ao capital estrangeiro e promove, com isso, a piora na qualidade de vida das pessoas.

Chamou a atenção, por exemplo, a forma como foi recebida a presidenta Dilma Rousseff. Ela esteve presente nos atos de Ipatinga (o primeiro da caravana), Montes Claros, Bocaiuva, Diamantina, Cordisburgo e Belo Horizonte. Em todos eles, foi ovacionada. Foi possível notar que a maioria das pessoas, ainda que bombardeadas pela propaganda midiática, hoje percebe nitidamente que houve um golpe de estado no Brasil. As palmas entusiasmadas a Dilma, em todos os lugares onde esteve, eram também o sinal de que ninguém está satisfeito com o rumo tomado pelo Brasil após o PT deixar o governo federal.

Essa insatisfação foi canalizada pela caravana. Antes de um evento pré-eleitoral a favor de Lula -- como gosta de dizer a mídia corporativa --, a caravana foi uma ampla mobiliza- ção popular contra o Brasil do golpe. Contra o que está aí: a privatização das empresas pú- blicas, a corrupção indisfarçada, a retirada de direitos trabalhistas, a redução ou mesmo corte total de políticas sociais criadas e executadas nos governos de Lula e Dilma...

A caravana mostrou que o caminho da luta, da mobiliza- ção popular, é a melhor tática. Aguardar outubro de 2018, na suposição de que teremos elei- ções regulares, é, no mínimo, uma ingenuidade. O golpe foi e é. Ocorre no cotidiano do governo ilegítimo encabeçado por Michel Temer. E por isso precisa ser combatido incansavelmente no dia-a-dia da esquerda brasileira. A caravana Lula por Minas Gerais deu a dica: se organizarmos a luta das trabalhadoras e trabalhadores, eles responderão afirmativamente.

Mesmo protestos contra Lula e as esquerdas em geral, prometidos por certos grupos da direita mineira e temidos por alguns militantes petistas, não deram certo. Quando ocorreram, reuniram um número máximo de 10, 20 pessoas, quando muito. Acabaram por si mesmos, quando seus líderes perceberam o ridículo a que estavam se submetendo na comparação com os milhares de conterrâneos favoráveis a Lula e ao PT. Foi assim em Ipatinga, Governador Valadares e Teófilo Otoni, onde os grupos de direita, todos defendendo o deputado federal pelo Rio, Jair Bolsonaro, até tentaram, mas não conseguiram reunir gente o suficiente para qualquer protesto. Depois disso, nas cidades seguintes (Araçuaí, Montes Claros, Bocaiuva, Olhos D’Água, Diamantina, Cordisburgo e BH), sequer demonstraram força para marcar qualquer ato anti-esquerdista.

O sucesso da caravana de Lula dá a receita: é preciso ir às ruas contra o golpe. O que estamos esperando? 

Artigo publicado no jornal Página 13

sexta-feira, 14 de julho de 2017

De passeata em passeata, rumo à guilhotina

É o que eu tenho dito aos amigos militantes, a guerra de agitação tem que ser feita, é necessária, mas não pode ser a única arma, teremos que encontrar meios para voltar a conscientizar e mobilizar a classe trabalhadora...

Marco Aurélio

De passeata em passeata, rumo à guilhotina

BEPE DAMASCO
Jornalista, editor do Blog do Bepe

Estou de pleno acordo que a luta de resistência democrática dos dias de hoje deve ter caráter pacífico. Abomino, por exemplo, o quebra-quebra irresponsável de tudo que veem pela frente por parte dos bandos de mascarados sem qualquer compromisso com a pauta de reivindicações dos manifestantes.

Dito isso, é preciso fazer justiça aos lutadores políticos e sociais, os quais desde que o golpe se tornou uma ameaça concreta têm feito das tripas coração nas ruas e nas redes em defesa da democracia e dos direitos do povo brasileiro.

Grandes protestos aconteceram em praticamente todos os estados. Em outros países, mobilizações dessa envergadura teriam força inclusive para dobrar deputados, senadores e os meios de comunicação. Não no Brasil, cujo Legislativo é composto majoritariamente por políticos inescrupulosos, sem vergonha e pilantras.

Mais de 90% da população apoiam eleições diretas como saída para o fosso em que se encontra o país. Mas a maioria do Congresso Nacional constrói um acordo excluindo a soberania popular, através de eleições indiretas. As pesquisas apontam também que 85% são contra as reformas previdenciária e trabalhista. Mas os parlamentares as aprovam mesmo assim.

O governo golpista deve ser o único do planeta cujos projetos visam somente agradar ao mercado, menos de 1% da população, sabotando dia após dia os interesses do povo. O Judiciário, inclusive o STF, além do Ministério Público, envergonham a nação e traem a República com suas decisões incoerentes, estapafúrdias e voltadas para proteção dos plutocratas e a criminalização dos políticos ligados às causas populares e seus aliados.

Um estadista reconhecido no mundo inteiro, como Lula, o presidente que mais fez pelo avanço social do Brasil e que tornou o país ator de primeira grandeza no cenário mundial, é caçado e perseguido por um juiz midiático e partidário em aliança com procuradores empavonados e inconsequentes.

Tudo com o apoio sorrateiro da inteligência do império norte-americano. Pautada pela mídia monopolista, é montada uma gigantesca fraude processual para tirar Lula, o favorito de todas as pesquisas, das próximas eleições presidenciais. A elite escravocrata corre contra o tempo. Depois da condenação de Lula por Moro, agora falta a 2ª instância confirmar a sentença para afastá-lo do páreo.

Enquanto isso, 14 milhões de desempregados perambulam à procura de uma ocupação, a recessão é maior da história, programas sociais são desmontados, os direitos trabalhistas viram pó com o fim da CLT, as aposentadorias estão por um triz, gastos com saúde e educação são congelados por 20 anos e as riquezas do pré-sal são entregues aos países estrangeiros.

Daqui a pouco não sobrará mais país e o povo estará condenado à escravidão. É disso que se trata. A democracia acabou. Não dá para seguir mais nesta toada de protestar nas ruas e ser golpeado em seguida, organizar outro protesto maior ainda e ser alvejado por mais um petardo.

Cabe à esquerda tratar tempos de guerra como tempos de guerra. O desafio é ser criativo e inovador quanto às formas de luta, sem descambar para a porralouquice. Estou longe de ter fórmulas mágicas para apresentar como sugestões de superação da mesmice que tem marcado as manifestações dos democratas.

Algumas ideias, porém, passam pela minha cabeça. Por que não pautar seriamente ações de desobediência civil, debatendo com a sociedade a necessidade de se deixar de pagar contas de luz, telefone, água, gás, telefone, etc?

Por que não tentar ocupar o maior número possível de prédios públicos ? Já imaginaram a repercussão causada pela cena de figuras públicas do partido ocupando permanentemente as mesas da Câmara e do Senado, quem sabe até fazendo greve de fome ? Corro o risco de ter feito sugestões de difícil execução. Muitos as considerarão até lunáticas. Mas que algo precisa ser feito, ah, isso precisa. E já.

Fonte: BRASIL247

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Como o PiG protege o Ministro Gilmar

Globo e o Ministro fazem a mesma política...

O Impeachment de Gilmar Mendes, ou a notícia que nunca houve


No dia 14 de junho de 2017, um pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, foi protocolado no Senado Federal. Motivo alegado na petição: sua atuação político-partidária dentro da mais alta corte brasileira. A iniciativa foi tomada depois da divulgação, em maio, de uma ligação telefônica gravada entre o ministro e o senador afastado do PSDB, Aécio Neves. Sempre polêmico em suas decisões e pronunciamentos, o ministro nunca foi alvo da imprensa brasileira da forma como deveria, mesmo tendo sido o primeiro a quebrar uma tradição dentro do Senado, a de ser indicado por unanimidade – Gilmar recebeu 14 votos contrários à sua nomeação para o STF em 2002.

O pedido de impeachment poderia não ter significância no cotidiano do Poder Judiciário e ser tratado como mais uma iniciativa de pessoas que estavam insatisfeitas com a atuação do magistrado, não fosse por alguns detalhes que não podem passar despercebidos. O primeiro: a iniciativa do pedido não partiu de alguma parte que tenha sido afetada diretamente por uma decisão de Mendes, mas de duas “celebridades” do mundo jurídico brasileiro: o ex-procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, e o professor de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Neves. Ambos encaminharam ao Senado o pedido de impeachment do ministro do STF, dizendo-se motivados pelas atitudes “indecorosas” de Mendes.

O segundo detalhe: em maio de 2002, quando Gilmar foi indicado para o Supremo pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, o jurista Dalmo Dallari advertiu, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, que no STF ele seria “a degradação do judiciário brasileiro”. Profético ou não, em maio de 2012, dez anos depois, Dallari declararia, segundo o blog Pragmatismo Político: “Não avisei? Naquele artigo para a Folha, eu já mostrava, com fatos, os problemas que o Judiciário brasileiro enfrentaria com o Gilmar Mendes no Supremo. Não há surpresas, pelo menos para mim”. No artigo de dez anos antes, o jurista salientou que a proteção dos direitos no Brasil estaria correndo “sério risco”, bem como o combate à corrupção e a normalidade constitucional. E pediu que o povo e a imprensa ficassem “vigilantes” para garantir o sistema democrático.

Chegamos a um ponto fundamental aqui: a mídia brasileira se furtou ao papel de vigiar o ministro, raramente colocando sob questão sua atuação polêmica. A base de dados do Manchetômetro mostra que o pedido de impeachment contra o ministro do STF não foi noticiado em manchetes, chamadas e páginas de opinião de Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, O Globo ou nas reportagens do Jornal Nacional, mesmo tendo ele sido exposto por gravação de conversa telefônica com o senador Aécio Neves — um personagem acusado de inúmeros crimes de corrupção. O mais alarmante nesta gravação é não somente o tom de intimidade entre Aécio e Gilmar, mas o fato de que o senador praticamente dá ordens ao ministro, que promete sem vacilo executá-las prontamente.

A base de dados do Manchetômetro é alimentada todos os dias com informações colhidas dos três jornais impressos e do Jornal Nacional. As notícias analisadas incluem manchetes e chamadas de primeira página, editoriais, páginas de opinião, além de todas as matérias nos blocos do telejornal global que tratam de política e economia. Em nenhum deles há referência ao pedido de impeachment do ministro. Esse é um caso clássico de retirada de pauta de um fato que em outras circunstâncias seria um acontecimento significante para ingressar na agenda midiática e ser transformado em notícia. Ou seja, é uma retirada de quadro de um acontecimento que está fora dos paradigmas dominantes de quem pode ser criminalizado e de quem é mantido “acima de qualquer suspeita”.

A imprensa, no processo de formação ativa da opinião pública, define o que deve ser publicizado e o que deve ser silenciado. A atuação da imprensa no caso impeachment de Gilmar Mendes se deu até agora pela ausência, que, contudo, não é destituída de sentido. Ao agir de tal forma, os grandes meios não somente impedem publicamente que se discuta a atuação de Gilmar, mas propriamente barram o acesso da grande massa da população à informação mais básica de que o ministro tem, neste momento, um processo de impeachment movido contra ele.

Para termos uma ideia do que aconteceu foi necessário buscar fontes alternativas. Assim, o fato grave – que merece ser investigado e que pode colocar sob suspeição o ministro responsável pelo resultado do julgamento da cassação da chapa presidencial Dilma-Temer, ocorrido entre 6 e 9 de junho no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – está agendado como notícia principal apenas em meios de comunicação fora da grande imprensa nacional. O episódio, aliás, não ficou restrito ao pedido de impeachment do magistrado. Após saber da solicitação do ex-procurador e do professor da UnB, o ministro se pronunciou em evento promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais de Pernambuco (Lide-PE), fazendo acusações generalizadas contra membros do Ministério Público e do próprio Poder Judiciário. Isso provocou uma reação da Associação do Ministério Público de Pernambuco (AMPPE), que publicou nota oficial no dia 20 de junho para “externar sua indignação” diante das declarações do ministro.

Na nota pública, a AMPPE listou uma série de ações de Mendes que mereceriam estar na pauta da mídia porque definitivamente estão impregnadas de significância que justificam a sua transformação em notícia: “A sociedade espera que o senhor ministro esclareça os seguintes fatos: a) os milhares de reais destinados pela JBS ao Instituto de Direito Público de Brasília, entidade da qual é sócio; b) as conversas não republicanas divulgadas pela imprensa com integrantes de outros Poderes; c) a flagrante incoerência registrada no recente julgamento da chapa presidencial no TSE; e d) a atuação em ações patrocinadas pelo escritório de advocacia integrado pela sua esposa”.

Esses fatos, cobrados publicamente por uma instituição que congrega promotores e procuradores de Justiça, não resistiriam aos critérios de noticiabilidade de meios de comunicação que de fato buscassem noticiar fatos sociais relevantes para a sociedade. À época de sua nomeação para o STF, inclusive, já circulava informações de que Mendes havia contratado, como procurador-geral da República, pessoal para seu cursinho de Direito. Mas a agenda midiática não se adequou aos acontecimentos e mostrou o uso seletivo de critérios e de atenção aos episódios, que em outras circunstâncias foram tão explorados pela imprensa – como as ligações telefônicas entre o ex-presidente Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff ou entre a ex-primeira dama Marisa Letícia e os seus filhos e, mais recentemente, as denúncias do dono da JBS, Joesley Batista, contra o presidente Michel Temer. Isso mostra com clareza que a mídia trata com frequência assuntos semelhantes de forma diferente, a depender das implicações políticas sobre os seus próprios interesses.

Estamos diante de mais um fato social que não se transmuta em fato jornalístico. Ora, o poder do jornalismo está na sua capacidade de projetar temas ou fatos sociais, alçando-os à condição de tópicos de discussão pública. Pesquisas indicam que há uma conexão entre as agendas jornalísticas e as preocupações dos cidadãos comuns. Mas se questões que estão direta ou indiretamente ligadas aos indivíduos acabam por fazer parte do seu universo a partir da veiculação jornalística, o contrário também é válido: o que está ausente da mídia também não habita o mundo real das pessoas. A escolha de certos temas em detrimento de outros se constitui em um mecanismo de formação da opinião pública.

Como dizia Bernard Cohen, em 1963, a imprensa “pode não conseguir dizer às pessoas como pensar, mas tem, no entanto, uma capacidade espantosa para dizer aos seus próprios leitores sobre o que pensar. O mundo parece diferente, dependendo do mapa que lhe é desenhado pelos redatores, editores e diretores do jornal que leem”.

Em recente pronunciamento, o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, falou do “mar de mentira que nos assola, principalmente através da internet e das redes sociais”. Pois bem, foram as redes sociais que nos abasteceram com os fatos relacionados ao pedido de impeachment do ministro do STF, e não as notícias do Jornal Nacional. Para furar esse agendamento dominante, blogs de notícias e canais alternativos de mídia cumprem uma rotina narrativa diversa da grande imprensa, tentando conquistar espaço na formação da opinião pública. E foi por esses meios que pudemos construir esse ensaio, ou seja, investigando a agenda de veículos que não dominam a cena jornalística.

Fora do circuito da grande mídia, apenas no site da Folha de S. Paulo e no G1 a notícia apareceu, mas, como destacamos, não é repetida nas manchetes, chamadas de primeira página ou páginas de opinião da Folha e de O Globo, bem como no Jornal Nacional, além dos demais jornais impressos acompanhados pelo Manchetômetro. Em outras palavras, a notícia parece ter sido contida nos meios digitais, sem transmissão para os formatos impresso e televisivo das mídias que estudamos. Dar a informação em algum espaço dos sites, ainda mais sem destaque, é uma maneira de dar e de não dar uma notícia. Afinal, a divulgação de um fato por alguns minutos na televisão de maior audiência no país ou nas capas e páginas de opinião dos grandes jornais tem definitivamente um peso distinto de sua divulgação em espaços secundários desses outros veículos das mesmas empresas de comunicação.

Abaixo resumimos a cobertura do pedido de impeachment de Gilmar, em cada um dos sites em que foi noticiado.

CARTA MAIOR – o blog deu destaque ao pedido de impeachment do magistrado, retomando as declarações de Dalmo Dallari após a indicação de Mendes ao STF por FHC. A notícia detalha as bases do pedido feito por Fonteles e Neves, destacando o “exercício pelo ministro de atividades político-partidárias” ao se comprometer com Aécio Neves a conversar com parlamentares para tratar da votação da Lei de Abuso de Autoridade. Carta Maior também retoma processos anteriores de pedido de impeachment contra Mendes. O primeiro, de setembro de 2016, dos juristas Celso Antônio Bandeira de Mello, Fábio Konder Comparato, Sérgio Sérvulo da Cunha, Eny Raymundo Moreira, Roberto Amaral e Álvaro Augusto Ribeiro. Em dezembro do mesmo ano, Cláudio Fonteles deu entrada em seu primeiro pedido. Ambos foram arquivados pelo senador Renan Calheiros (PMDB), à época presidente do Senado Federal. O site mostra clara oposição às atitudes do ministro.

ZH Política – o blog faz referência à entrevista dada por Fonteles à Rádio Gaúcha, na qual o ex-procurador afirma que o ministro tem atuado de forma político-partidária. O site também faz referência aos pedidos anteriores que foram arquivados, e se mostra-se crítico à atuação do ministro do STF.

Carta Capital – o site da revista destaca o pedido de impeachment, salientando a autoria do processo. Segundo o semanário, a acusação contra Mendes é de crime de responsabilidade, e seus autores, Fonteles e Neves, pedem o impeachment e a proibição do exercício de funções públicas por até oito anos. Carta Capital apresenta ainda, na mesma página, links para outras notícias vinculadas aos pedidos anteriores de afastamento do ministro. A revista demonstra posição contrária às atitudes adotadas por Mendes.

Folha de S. Paulo – apesar de não dar a notícia em matéria de primeira página ou em páginas de opinião, a Folha noticia o fato em seu site, indicando que a ação foi motivada pelas gravações da conversa telefônica entre o ministro e o senador Aécio Neves. Além do pedido de impeachment, o jornal informa que os autores da ação pretendem ingressar com duas representações contra Gilmar: uma na Procuradoria-Geral da República (PGR) e outra no STF. A notícia tem um caráter de neutralidade, sem um posicionamento contra ou a favor aos atos do magistrado.

G1 – o canal traz inúmeros detalhes do pedido, embora pertença ao Grupo Globo, que não deu destaque à ação no Jornal Nacional ou no jornal O Globo. A notícia traz a transcrição da conversa entre o ministro e o senador, que motivou o pedido de impeachment, além de trazer informações de entrevista com os autores da ação. O site é o único a fazer referência a uma tentativa de contato com Gilmar Mendes no intuito de ouvi-lo sobre o caso, mas sem sucesso. Ainda que com riqueza de dados, o G1 não tem uma posição clara acerca das ações do magistrado.

Infomoney – o site, com viés mais econômico, inicia o texto com o pronunciamento de Gilmar Mendes sobre o processo de impeachment contra ele, no evento realizado no Recife. O Infomoney traz inúmeras declarações do ministro, que se defende dizendo ter boas relações com vários políticos, afirmando ainda não ver problema em ter relações político-partidárias. O blog ressalta que Mendes foi aplaudido por empresários e advogados após a sua fala, na qual desqualificou as acusações e os acusadores, chamando-os de “falsos juristas”. Sobre Fonteles, classificou de “piada ambulante no tribunal”. O enquadramento da matéria é claramente favorável ao ministro.

Valor Econômico – no site do jornal, a notícia também destaca o pronunciamento de Gilmar Mendes no Recife, com destaque às acusações que fez aos autores do pedido de impeachment. O Valor salientou ainda a posição do ministro de não se sentir constrangido por sua relação com o senador Aécio Neves. Embora a matéria tente afetar uma posição de neutralidade, o enfoque nas acusações contra os autores do pedido de impeachment sem o correspondente detalhamento da petição feita contra o magistrado, dá um sentido em favor de Mendes.

Tijolaço – o blog traz uma análise mais crítica contra a postura de Gilmar Mendes no Recife, dizendo que o ministro “tratou a patadas” os autores do pedido de impeachment. Recorrendo a fontes alternativas, o site traz informações do Facebook do jornalista Luís Costa Pinto, com afirmações do professor Marcelo Neves acerca das declarações do magistrado a propósito da ação contra ele. Neves diz que Mendes é “useiro e vezeiro em desviar a atenção dos seus malfeitos com ataque às pessoas”. O blog vai além em sua posição contrária ao magistrado, chamando-o de “ministro Tabajara”, em alusão a termo criado por programa humorístico popular, que denota falsidade, embuste e fraude.

Considerações Finais 
Poderíamos supor que os critérios que decidem se uma notícia vale a pena ser noticiada seriam sua potencial importância para o debate público, ou mesmo seus aspectos pitorescos, grotescos, incomuns e qualquer outra característica que possa atrair o interesse da audiência do meio. Não parece ter sido esse o caso, a não ser que assumamos que é do interesse da audiência do Jornal Nacional, por exemplo, que notícias negativas sobre Gilmar não sejam divulgadas. Tal suposição não se sustenta. Gilmar Mendes é certamente entre os juízes do STF aquele que tem atuação mais abertamente politizada, dando declarações públicas frequentes sobre fatos, políticos e partidos. O fato de a grande mídia brasileira, como mostra nosso estudo, ter praticado um esforço de agendamento tão intenso, para barrar a divulgação do pedido de impeachment contra ele, levanta a suspeita de sintonia entre sua agenda política e a do ministro, além de confirmar a tendência da mídia de se portar como agente político, dado que as análises do Manchetômetro têm revelado repetidamente.

Fonte: CONVERSA AFIADA

sexta-feira, 7 de julho de 2017

Temer avacalha a República com compra de votos

WADIH DAMOUS
Deputado federal pelo PT/RJ e ex-presidente da OAB/RJ


Vai chorar ? Fora Temer !

Para tentar impedir a contaminação do processo de análise por parte dos deputados do acatamento ou não da denúncia contra Temer por corrupção passiva, demos entrada, eu e os deputados Paulo Pimenta e Paulo Teixeira, também do Partido dos Trabalhadores, com uma representação na Procuradoria Geral da República.

Os fatos noticiados pela imprensa nos últimos dias são estarrecedores. Só nesta terça-feira, 4 de julho, o usurpador recebeu dezenas de deputados em seu gabinete, além de ter liberado emendas parlamentares no valor de 4,2 bilhões.

Não por coincidência os maiores beneficiados foram o senador Aécio Neves, que depois de retomar o mandato com um discurso patético luta para manter o apoio tucano a Temer, e o protofascista Bolsonaro devido à forte atuação de seus "robôs" nas redes sociais.

Não é preciso ter bola de cristal para adivinhar o teor da conversa de Temer com os deputados. Seu modus operandi e sua trajetória levantam a forte suspeita de que não hesitou em apelar para toda sorte de chantagem, pressões não republicanas e até mesmo compra de votos. Quem definiu com precisão essa romaria de deputados ao Planalto foi o líder da nossa bancada na Câmara, deputado Carlos Zaratini : "É o varejo mais vagabundo da República."

Na representação à PGR, chamamos a atenção para a urgência que o caso requer. Só uma pronta atuação do MP pode impedir que o debate e a decisão soberana dos deputados sejam conspurcados. É de se prever o crescimento exponencial dessa agenda nebulosa de Temer à medida em que se aproxima a data da votação na CCJ e depois no plenário.

Algo tem que ser feito para assegurar a moralidade e preservar a administração pública. Defendemos junto à PGR a tese de que como Temer já é investigado por corrupção e organização criminosa, suas negociações com parlamentares na base do "toma lá dá cá" podem ser consideradas como continuidade delitiva. E ninguém duvida que ela seja capaz de tudo para se manter no governo. Mais o que a perda do cargo, o assombra a possibilidade concreta de descer a rampa direto para o presídio da Papuda.

A prisão de mais um dos seus homens de confiança, Gedel Vieira Lima, além da ameaça que paira sobre Moreira e Franco e Eliseu Padilha, fez com que o nível de desespero de Temer andasse mais algumas casas nos últimos dias. Também a escolha do relator do processo na CCJ não foi nada alvissareira para o governo, pois Sérgio Zveiter não é visto como confiável pela cúpula do golpe.

Mais uma pesquisa veiculada pela mídia, desta feita envolvendo apenas os membros da CCJ, mostra que Temer ainda está longe de obter os votos necessários ao arquivamento do processo. E essas dificuldades podem se acentuar, uma vez que não se deve subestimar a capacidade desse governo de produzir notícias negativas em série. É da sua natureza. Fora Temer ! Diretas Já !

Fonte: BRASIL247

Galôooooo !!! M.... eu sei que você treme!!!!


As ideias de Ana Amélia, Cristóvam e outros "jênios" sobre a escolha de Ministros do STF, por Eugênio Aragão

por Eugênio José Guilherme de Aragão

Leio hoje que a nata do reacionarismo do Senado Federal está a armar mais uma arapuca para a soberania popular. Quietinha e vendendo com falsa modéstia um arremedo de espírito público. Trata-se de uma PEC para transformar o STF para todo o sempre num cocker spaniel manso e festeiro para os donos do poder.



Qual é a ideia? Restringir o poder do presidente ou da presidenta da República na escolha dos ministros daquela corte. É engraçado que esse assunto só virou pauta política quando, por um desses acasos históricos, se abriu a oportunidade de os governos liderados pelo PT indicarem 13 ministros ao longo de 13 anos (e só não foram mais porque Gilmar Mendes articulou com Eduardo Cunha a votação a jato da PEC da bengala).

O problema do STF definitivamente não é ter sido "aparelhado" pelo PT. O método de escolha dos agraciados seguiu, nos governos Lula e Dilma, uma lógica trôpega ou, até mesmo, lógica nenhuma: abria-se a vaga e logo se iniciava a gincana dos interessados em coroar seus currículos pessoais com o que entendiam ser um galardão. Penduravam-se em padrinhos, desde Delfim Netto a João Pedro Stédile; de Ministro da Justiça a Presidente do Supremo; Deputados, Senadores, Governadores e até Prefeitos... faziam fila nas ante-salas de seus gabinetes. Esperavam humildes por horas. Não havia chá de cadeira que fosse demorado demais para os ministros in spe.

É claro que a gincana favorecia os mais vaidosos e concorrentes mais cotovelentos e resilientes, aqueles que, quando vislumbravam uma ameaça a seu sonho de felicidade por um outro gincaneiro, tratavam de queimá-lo com imprensa, maledicências, fofoca e tudo! E, quando atacados, conseguiam manter-se de pé. O vencedor era coroado dentro dos cânones da Lei de Darwin.

Esse tipo de recrutamento, é claro, não traz para a corte necessariamente os mais éticos, nem os mais habilitados. Traz os mais musculosos e bonitos. Traz os Johnny Bravos da carreira jurídica, incapazes de aguentarem uma crítica dos meios de comunicação de massa, impróprios para desempenhar o papel de juízes contramajoritários. São todos simpáticos. Abanam o rabinho quando querem o osso suculento da indicação. Choram de emoção quando chegam lá. Mas, investidos, têm medo de enfrentar a opinião pública, pois não querem queimar seu filme. Quando muito, se experimentam na defesa de direitos sexy, aqueles que até o liberalismo burguês da Rede Globo propugna. Isso dá brilho, dá a falsa ideia de ousadia e torna esses liberais pop.

Aliás, por falar em aparelhamento, quem o promoveu, sempre foi o PSDB e o PMDB, que, ao não deixarem a gincana correr solta, fizeram questão de indicar seus pit-bulls. Gilmar é um deles e Alexandre de Moraes outro. Estes são adestrados para não deixar seus donos serem atacados e expostos. Já os lindinhos indicados nos governos do PT fazem festa e mais parecem ter compromisso com sua própria imagem. "Espelho, espelho meu...".

Por isso é difícil, a esta altura, entender a intenção dos que querem mexer nas regras de indicação de ministros do STF. Afinal, varreram o PT do poder e, nem antes, o PT conseguira indicar ministros que o favorecessem. Na hora do perigo, todos preferiram abrigar-se na linguagem moralista e desancar seus patronos.

O perigo da personalização da escolha é, portanto, um perigo que é criado apenas por aqueles que hoje querem mudar as regras. Ou será que estão com medo de Lula em 2018?

Vamos à arapuca propriamente dita. Tem a carinha de Gilmar Mendes, tamanha a influência germanófila. Querem montar um grêmio à imagem e semelhança daquele que indica os juízes da corte constitucional federal tedesca. Só com uma diferença: enquanto lá a composição é tal que que contempla a política, a academia, os Länder e a sociedade civil, aqui seria formada pelos urubus-rei das corporações: presidentes de tribunais superiores, presidente do Conselho Federal da OAB, o PGR e o Defensor-Público-Geral da União. Um colegiado de juristas que bebem chopp do mesmo barril e frequentam a mesma loja maçônica. O povo que se dane. Não é apto para participar de tão grave escolha.

A lista que for produzida, com três nomes resultantes do consenso entre comensais, será apresentada àquele ou àquela que representa a soberania popular. Ou seja: a soberania manietada, mais uma vez, pela elite da burocracia ou pela burocracia da elite. Serão ministros, advogados ricos, de escritórios de vastas redes de relações ou juristas acadêmicos que darão uma puxadinha de saco aos componentes do colégio eleitoral. A maioria desprovida de disposição de luta e alguns, até, de coluna vertebral. Assim é que nossa justiça continuará classista, mansa e subserviente ao interesses dos que mandam no país... que não é o povo!

É isso que queremos? É justo ver criticamente o método de recrutamento de ministros do STF. Não porque sua escolha, pelo PT, tenha sido aparelhada. Mas porque se deu azo ao desfile de vaidades. É pedir muito a um chefe do executivo que escolha sozinho esses lindinhos, sem ter conhecimento da cultura rasteira das corporações. Fica, ele ou ela, a mercê de conselheiros de ocasião, todos pertencentes a uma torcida.

Mas porque restringir o colégio aos de sempre? Já vimos que isso não funciona nem para controlar juízes e membros do MP, sujeitos à tutela disciplinar de colegiados com composição uniforme do estamento jurídico! Precisamos é desmistificar nosso direito, que não passa de um instrumento de manutenção do status quo numa sociedade profundamente desigual. Precisamos de mais povo, de mais sociedade civil! Precisamos de gente que enxergue no STF uma trincheira da democracia e da cidadania e não uma honraria fútil. Um grêmio que for composto apenas pelos urubus-rei não é capaz de inovar nada. Só restringirá o número de padrinhos para aqueles que participam da gincana.

Fonte: GGN

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Míriam Leitão, seu relato manco e a solidariedade automática da esquerda brasileira. Por Kiko Nogueira



O caso do voo de Míriam Leitão jogou luz novamente sobre uma peculiaridade de certa esquerda brasileira: a solidariedade automática.

Imediatamente após a publicação da coluna da jornalista sobre um episódio de “violência verbal” de que teria sido vítima, perpetrada ao longo de mais de duas horas por “delegados petistas” e “representantes do partido”, muita gente boa acorreu em sua defesa.

Foi covardia, canalhice, fascismo, machismo, intolerância, linchamento, estupidez, mata, esfola, desgraçados, assim não dá, é tudo igual, coitada da Míriam etc etc.

A questão é que Míriam mentiu.

A não ser que tenha na manga alguma evidência que não usou ainda — o que seria igualmente estranho —, os fatos simplesmente não ocorreram como ela contou depois de transcorridos dez dias.

Há pelo menos dois depoimentos de presentes a desmentindo em pontos chaves, além de um vídeo e da própria companhia aérea.

Toda a empatia a Míriam foi baseada em sua história manca. Seus defensores não se preocuparam em checar nada. Bastou enquadrar tudo num formato apriorístico e mandar bala.

Para ficar apenas num exemplo, o bom colunista Leonardo Sakamoto escreveu que “rasgamos o pacto que os membros da sociedade fizeram entre si para poderem conviver (minimamente) em harmonia”.

“É um Fla-Flu, um nós contra eles cego, que utiliza técnica de desumanização de quem participa do debate público, transformando pessoas em coisas descartáveis”, diz. Etc.

Noves fora o fato de que Sakamoto comprou a versão da colunista do Globo na maior, é preciso lembrar que o clichê idiota do “Fla-Flu” já expirou a data de validade há décadas.

Um lado, o Fla, bate. O outro, o Flu, apanha. Republicanamente.

Num excelente artigo sobre a polarização, o professor Aldo Fornazieri, diretor da Escola de Sociologia e Política de São Paulo, anotou que “nas repúblicas democráticas bem constituídas não é o consenso, não é a paz dos cemitérios, não é a passividade que constroem bem estar e boas leis”.

Essa é a hipocrisia nacional, aponta Fornazieri.

É evidente que não se advoga a porrada. Mas é preciso dar às coisas o nome que elas têm.

Há uma certa noção equivocada de superioridade moral nessa esquerda, que acaba provocando reação desse tipo. A vaidade da falsa humildade. De quem se acha tão acima do adversário que o afaga, por mais criminoso que o outro seja.

Quando Rachel Sheherazade foi “humilhada” por Silvio Santos, seu patrão e ídolo, a mesma grita se deu.

No dia seguinte, Sheherazade estava rindo das mulheres que a apoiaram incondicionalmente. Nossa colunista Nathalí Macedo comentou sobre essa sororidade.

Sheherazade e Míriam não precisam da sua imensurável bondade cristã porque têm as costas muito mais quentes que a sua e jogam o jogo.

“Detesto as vítimas quando elas respeitam seus carrascos”, disse Sartre.

Míriam deseja denunciar o ódio que grassa no Brasil? Ódio mesmo? Ódio figadal?

Que tal, ao invés de falar de si mesma, apelando para seu passado contra a ditadura, meia dúzia de palavras sobre o fato de Sérgio Moro não absolver Marisa Letícia mesmo depois de morta? Sim: depois de morta.

Que tal um auto exame?

Se alguém merece desculpas, são os militantes retratados como uma turba ignóbil de stalinistas no texto — usarei um eufemismo — obscuro de Míriam Leitão, espancados à direita e à esquerda.

Monstros que cantaram “a verdade é dura, a rede Globo apoiou a ditadura”.

Mas, com esses, ninguém gasta vela.

Fonte: DCM

sexta-feira, 9 de junho de 2017

O micróbio macróbio ou a sobrevida de um morto

POR FERNANDO BRITO · 08/06/2017



Os portais de notícias antecipam que a conclusão do festival de vaidades e propagandismo do julgamento do TSE será, por 4 votos a três, pela improcedência da ação de cassação da chapa.

Talvez seja, como se dizia antigamente, a “visita da saúde” de Michel Temer, nome que se dava a uma inexplicável melhora do paciente que, em poucos dias, “bateria as botas”. Ou, como se diz na piedosa linguagem dos que andam pela minha idade, “evoluiria a óbito”.

Por maior que seja o controle e a influência de Temer, sob as asas de Gilmar Mendes, num tribunal que, pudesse condenar Dilma Rousseff e inocentá-lo, teria um resultado de “100” a zero, porque imolar um eleito nada é, pra eles, perto do destituir um poderoso da sua própria grei.

Vai durar pouco, se é que está durando, com esta história torpe do jatinho de Joesley, a alegria do ocupante do Planalto.

De início, alguns de boa-vontade achavam apenas que tinham elevado à Presidência um macróbio, que, embora desajustado dos novos tempos e demandas da sociedade, faria apenas a política convencional do conservadorismo. As suas pompas, mesóclises e fogosos apetites sobre a juventude e beleza entravam apenas no figurino comum de inaceitação do outono.

Rapidamente, desde que começaram as revelações sobre a quadrilha que o contornou e acompanhou ao Planalto, e agora completamente com o comportamento de gangster exibido no caso JBS, conclui-se que o macróbio era, apenas, um micróbio, que não tem estatura para ser mais do que um dos muitos deputados fisiológicos que abundam em nosso parlamento, um pequeno verme destes que caruncham os negócios da política.

A bactéria moral que nos preside, porém, não sobrevive à luz por muito tempo. Pior, porque está servindo de razão para o violento ataque parasitas policiais-judiciais, que se servem da baixa imunológica da democracia e das liberdades para se adonarem do organismo da nação.

Temer, que todos sabiam pequeno, mas que se imaginava imenso, revelou-se minúsculo, microscópico.

O o Brasil, que ele disse que uniria, está inapelavelmente dividido, unido, quase todo, apenas no desejo de livrar-se dele.

 Fonte: TIJOLAÇO

quarta-feira, 31 de maio de 2017

Temer começou escrevendo “cartinha”, vai terminar escrevendo depoimento?

POR  · 30/05/2017



O “verba volant, scripta manent” com que, pedantemente, encimou sua carta-traição a Dilma Rousseff em meio ao complô que dirigiu com Eduardo Cunha para derrubá-la vai ganhar uma nova versão.
Agora, o que Temer vai escrever é seu depoimento-interrogatório à Polícia Federal sobre os negócios que manteve com a JBS de Joesley Batista.
Terá de negar que sabia que seu pupilo Rodrigo Rocha Loures fora apanhar uma mochila de R$ 500 mil e que este o fez por conta própria, apenas para si.
Como assessor, mesmo palaciano, não decide negócios Loures terá de botar mais alguém “na roda”para explicar o destino do dinheiro.
E a fila dos segredos e da mentira irá crescendo, o que nestes tempos de delação é o mesmo que ir armando bombas de efeito retardado.
O que não teve destaque, na mídia, ao noticiar-se a separação dos inquéritos sobre Temer e Aécio Neves – que não têm, mesmo, qualquer conexão direta – foi que negou-se o pedido do advogado do ocupante do Palácio do Planalto de separa-lo de Rocha Loures:
“A afirmação de que o deputado Rodrigo Loures seria “homem de ‘total confiança’ de Michel Temer”, mesmo que fosse verdadeira, não induziria, como não induz, à formação de um nexo necessário à reunião das investigações”, diz a petição (paupérrima, por sinal) do advogado Antonio Mariz de Oliveira.
Pelo visto, não apenas induziu como amarrou definitivamente os atos de Loures às tratativas de Temer.
Aliás, as vergonhosas peripécia de Temer para conseguir uma garantia de foro privilegiado para Loures perderam o sentido. Como se  disse antes, a conexão com os atos de Temer mantém o “homem da mala” do STF,
A não ser que Temer queira assumir que lhe arranja um mandato para evitar que seja preso e aumente-se o risco de que dê com a língua nos dentes.
Michel Temer é um cadaver insepulto, à espera de que um delator venha lhe cravar uma estaca no coração.

Fonte: TIJOLAÇO

quinta-feira, 25 de maio de 2017

A força só leva à crise. Salvação de Temer é aceitar que acabou





A escalada de insanidade que o Brasil está vivendo tem seus remédios em duas coisas que a direita não quer aceitar.
A primeira é que se não havia antes condições políticas e legitimidade para aprovar as reformas trabalhista e previdenciária, agora isso é impossível e fazê-las adotar á força nos levará a confrontos de dimensões incalculáveis.
Nem se discute se são necessárias, nesta ou naquela direção ou neste ou naquele grau. Mas está evidente que não se pode fazê-las em um clima de ditadura, congressual que seja.
A segunda é que não parece um nome de consenso – que todos concordam ser a única saída imediata para o afastamento de Michel Temer – porque não há homem neste país que seja capaz de unir o Brasil.
Mas há uma ideia, sim, que só não é unânime porque os grupos conservadores e o “mercado” ainda se aferram à ideia exposta cruamente por Henrique Meirelles: “com Michel ou sem Michel, as reformas têm de sair”.
Tão grave quando o “fundamentalismo de mercado” é o “fundamentalismo judicial”. A finalidade da lei e da Justiça é a de preservar direitos e  solucionar conflitos. Se, numa casa conflagrada, no mesmo momento, quisermos examinar e julgar cada ato, pequeno ou grande, de cada um dos moradores, nada sobrará de pé.
Nada, até que surja um tirano que, à força, restabeleça a ordem, mas sem justiça alguma, porque só a sua vontade prevalecerá sobre as ruínas.
Se Michel Temer quer deixar o Planalto com um mínimo de dignidade e não ser chutado de lá, só tem um caminho.
Que não é chamar o Exército, mas chamar eleições, retirando as reformas que propôs ao Congresso, deixando ao novo governo, eleito, a decisão de levá-las em frente ou não, e de que forma.
Infelizmente, parece ser um gesto grande demais para um homúnculo como ele, que vive num mundo de dissimulação,  golpes de esperteza e vaidade medíocre.
Dificilmente terá esta compreensão, embora seja a única coisa, a esta altura, que tornaria sua morte política digna e preservaria seu cadáver do vilipêndio inevitável que virá de sua derrubada.

Fonte: TIJOLAÇO

Temer recua e anula decreto convocando as Forças Armadas

Planalto não conseguiu evitar a impressão de que convocou militares para continuar se sustentando mesmo em meio à crise da delação da JBS

Valter Campanato / Agência Brasil


Michel Temer recuou. Menos de 24 horas depois de emitir um decreto autorizando uma missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autorizava o Exército a fazer a segurança do Distrito Federal por uma semana, Temer publicou na manhã desta quinta-feira 25 um outro decreto, revogando o anterior. Assim, a segurança do DF volta a ser feita pela Polícia Militar.

A decisão de Temer se dá após uma saraivada de críticas à medida, anunciada na tarde de quarta-feira 24 em meio ao protesto convocado por centrais sindicais e movimentos sociais que descambou para um ciclo de depredação e violência policial em Brasília.

A impressão quase generalizada era a de que o decreto foi publicado por Temer como uma tentativa de se salvar em meio à crise deflagrada pela delação de executivos da JBS. "Se esse governo não se sustenta, não são as Forças Armadas que vão sustentá-lo", disse na tribuna do Senado Renan Calheiros (PMDB-AL), que vem fazendo firme oposição ao Planalto, no início da noite de quarta.

Na Câmara e no Senado, oposicionistas chegaram a apresentar decretos legislativos que tinham o objetivo de contrapor o documento lançado por Temer, mas nenhum deles foi apreciado.


O decreto da GLO perdeu força e legitimidade minutos depois de ser anunciado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann (PPS). Em seu pronunciamento, Jungmann afirmou que as tropas foram convocadas "por solicitação do senhor presidente da Câmara", mas Rodrigo Maia (DEM-RJ) imediatamente rechaçou a fala do ministro.

Preocupado com a péssima repercussão da convocação do Exército, Maia divulgou o ofício enviado à Presidência da República, no qual pedia a utilização da Força Nacional de Segurança Pública. E aproveitou para afirmar que Raul Jungmann mentiu. "Afirmo e reafirmo que não é verdade. Pedi para o ministro da Defesa repor a verdade", disse Maia em entrevista coletiva.

O governo tentou se safar da crise afirmando que os militares do Exército fariam apenas a segurança dos prédios ministeriais, enquanto a PM continuaria encarregada do policiamento repressivo. Não foi o suficiente para dissipar o fato de que a GLO, geralmente usada em momentos excepcionais (como a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos de 2016 ou as crises carcerárias recentes no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte) estava sendo invocada contra manifestantes.

Como justificativa para a revogação do decreto, o governo afirma que "considerando a cessação dos atos de depredação e violência e o consequente restabelecimento da Lei e da Ordem no Distrito Federal, em especial na Esplanada dos Ministérios", o trabalho do Exército não era mais necessário.

De acordo com o portal G1, a decisão foi tomada por Temer em reunião com Jungmann e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Antônio Imbassahy (Secretaria de Governo) e Sérgio Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional).


Fonte: CARTA CAPITAL

terça-feira, 23 de maio de 2017

O que falta para pedir a cassação do Aecim?


Os últimos dias estão de lascar para a turma dos golpistas.

A cada dia que passa, a sociedade brasileira vai descobrindo que a grande maioria daqueles que deram um show de horrores no Congresso Nacional em nome de Deus, dos filhos, da mulher, do papagaio, do cachorro e etc. não têm nenhuma moral por terem impichimado a Presidenta Dilma.

Entre carnes, picanhas, isopores e muita grana no bolso, Michel e sua quadrilha de Jucás, Angorás, Padilhas e afins vão se afundando cada vez mais na lama.

Agora, o troféu de Campeão dos Caras de Pau, vai pro senador carioca Aecim. Se revela além de corrupto, "o grande moleque nacional" com a frase de que seu processo contra Dilma foi "só prá encher o saco".

Bem, não preciso aqui repetir sobre tudo que todo mundo já sabe: Furnas, Mineirão, Aeroporto, Cemig, Cidade Administrativa . . . A lista é grande.

Só não consigo entender porque até agora ninguém da oposição no Congresso Nacional, ninguém do PT ou do PCdoB ainda não protocolou pedido de cassação na comissão de ética.

Vou continuar esperando . . .

Marco Aurélio Rocha

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Xadrez da subversão do Supremo Tribunal Federal





Em esplêndida entrevista ao GGN – que será publicada logo mais - , o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos situa o início da subversão institucional brasileira na AP 470 – o julgamento do chamado “mensalão”. Ali teria começado o desequilíbrio que resultou no golpe parlamentar contra Dilma Rousseff, diz Wanderley.


Segundo ele, essa subversão se baseou em três pilares:

Pilar 1 – quando o Ministro Joaquim Barbosa declarou que a Constituição é aquilo que o Supremo diz que ela é. E sua declaração foi endossada pelos demais Ministros. A partir dali o Supremo decidiu que aquilo que ele diz que a lei é, é. Essa premissa foi consagrada na AP 470.


Pilar 2 –a tese do Ministro Ayres Britto, endossada pelos demais, no caso José Dirceu – mas valendo para qualquer outro réu. O acusado não teria que demonstrar que era inocente, mas comprovar que não era culpado. Criou-se o paradoxo: ninguém pode não saber do que não participou, a não ser sabendo o que aconteceu.

Pilar 3 – a Ministra Rosa Weber dizendo que quanto maior a responsabilidade da autoridade do acusado, menor a possibilidade que se encontrem provas de que ele é o criminoso. Ou seja, quanto menor o número de provas contra o acusado, pior a sua situação. No limite, quem não tem nenhuma prova contra, é o maior culpado.

Com isso, os Ministros do STF entregaram a todas as instâncias do Judiciário instrumentos de absoluta tirania. Começou ali o caos institucional.

Diz Wanderley que não adianta, vez por outra, o ex-Ministro Joaquim Barbosa dizer-se chocado com o que está acontecendo. Ele foi um dos autores centrais da ideologia que permitiu essa tirania do Judiciário.

Quem montou essa subversão total foi a AP 470 e o relator Joaquim Barbosa. A Lava Jato é apenas a decorrência, a consumação final dessa subversão.

Outros Ministros contribuíram para essa linha, diz Wanderley.

O Ministro Celso de Mello, por exemplo, não se limita a dar um voto. Ele exercita ritos de degradação do acusado. Investe contra algo que é uma conquista da civilização do século 18 para cá. É uma visão fascinada pela possibilidade de exercer esse discurso interminável, com bibliotecas inteiras jogadas em cima do acusado, o tipo que se compraz com a degradação.

Outro é o Ministro Luís Roberto Barroso, diz Wanderley, que acredita que a má qualidade do Legislativo, com seus silêncios, é justificativa para o Judiciário legislar como bem entender. A Constituição menciona que é preciso a legislação apropriada para cada capítulo. Se o Congresso não faz, o Supremo poder fazer, defende Barroso. Não fazer é opção do Legislativo, diz Wanderley, não é uma não decisão. É uma decisão de não fazer aquilo naquele momento, independentemente de concordarmos ou não.

Finalmente, aqueles que interpretam as leis de acordo com os acusados. Como são competentes nas suas disciplinas, não têm dificuldade em enrolar a opinião pública.

Além disso, tem-se um Supremo em que ninguém quer se opor ao colega, para garantir a sua vez. É o mesmo jogo de troca de figurinhas do Congresso, mas com solenidade, conclui ele.

Pilar 4 – um quarto pilar foi erigido ontem, com a decisão do Supremo autorizando o prosseguimento de processos contra governadores, mas retirando o poder da Assembleia Legislativa de opinar sobre o tema – e aí a opinião é minha, não de Wanderley.

Como informou o governador de Minas, Fernando Pimentel, a decisão lhe foi favorável. Permitirá o prosseguimento do processo, agora dando oportunidade de ele se defender - Até agora, o que havia era vazamentos periódicos de inquéritos. E tirará a espada de Dâmocles do pescoço do governador, ao mantê-lo no cargo.

Por outro lado, deu um tiro mortal no já precário federalismo brasileiro, ao tirar da Assembleia Legislativa até o poder de deliberar sobre o governador.

De passo em passo, o Supremo vai invadindo todas as áreas da política.

Pilar 5 -  manutenção da subordinação total à Rede Globo. Ontem, em evento da ANER (Associação Nacional dos Editores de Jornais), a Ministra Carmen Lúcia repetiu o beija-mão de seu antecessor, Ayres Britto, prometendo revitalizar uma comissão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pela liberdade de imprensa, contando com membros indicados pela ANJ (Associação Nacional dos Jornais), ABERT (Associação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão).

O primeiro ato do governo Temer foi o de impor uma censura ideológica a toda publicidade de empresas do governo, sem que Carmen Lúcia e o CNJ movessem uma palha. Jornalistas independentes têm sido alvo de ações judiciais por parte dos grandes veículos, por membros da Lava Jato e por Ministros do Supremo, numa clara ação visando sufoca-los financeiramente.

Todos os relatos de arbitrariedades, até ameaças físicas, são contra jornalistas que não têm a retaguarda de um grupo de mídia.

Disse a Ministra:

As redes sociais proporcionaram uma nova forma para o exercício da democracia atualmente. Na visão dela, a realidade atual exige “informação permanente”, o que estabelece “novos modelos de convivência democrática no estado democrático” e “um novo modelo de democracia”.

Disse mais:

A imprensa é livre e não é livre como poder. É livre até como uma exigência constitucional para se garantir o direito à liberdade de informar, e do cidadão ser informado para exercer livremente a sua cidadania. Portanto, eu vou dar cumprimento ao que o Supremo já decidiu reiteradamente: é fato, cala a boca já morreu”, disse a ministra Cármen Lúcia durante sua intervenção.

Evidente que o cala boca não morreu. Aliás, os cala bocas continuam eficientes, a ponto de uma perseguição ideológica implacável contra jornalistas não ligados a grupos de comunicação não merecer um gesto sequer de defesa por parte de quem se diz defensora de um novo modelo de democracia. Calou-se a boca do CNJ.

Pilar 6 – haverá a manutenção das arbitrariedades da Lava Jato, com a decisão de Luiz Edson Fachin de jogar o caso de Antônio Palocci para o pleno do Supremo? Já há dois votos garantidos, a favor do uso da prisão provisória como elemento de pressão para a delação – Fachin e Celso de Mello. Provavelmente essa posição será endossada por Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. Contra a prisão sem julgamento ficarão Gilmar Mendes, Dias Toffolli, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes. A decisão dependerá de Luiz Fux e Marco Aurélio de Mello.

O gênio escapuliu da garrafa e o Supremo não faz questão de coloca-lo de volta.

Fonte: JORNAL GGN

quinta-feira, 23 de março de 2017

Falta voto. Se a pressão da rua aumentar, degola da previdência não sai


O Governo venceu na terceirização, mas a vitória ofereceu uma visão de perda de poder que é tão evidente que nem a mídia deixa de reconhecer.
Não apenas pelo baixo número de  votos que teve o projeto, imposto goela abaixo da Câmara por Rodrigo Maia, cumprindo a orientação de Temer de que era preciso sinalizar poder.
Deu, mas “deu ruim”, como se diz na  gíria.
188 votos contrários não são pouca coisa para quem, com 205 (ou até menos, se contadas ausências e abstenções) barra uma emenda à Constituição como será necessário fazer.
E os 231 que Temer e Maia obtiveram são muito pouco para quem vai precisar de 308 se quiser cortar o pescoço dos direitos previdenciários  dos trabalhadores.
O resultado, no mínimo atrasou a votação da Previdência. Quanto mais tarde, mais perto da eleição e quanto mais perto das eleições, menos chance terá.
É pouco crível que o governo tenha ganho os votos que esperava com a exclusão dos servidores estaduais e municipais da reforma, sob o argumento de que são “categorias organizadas” e, por isso, estariam pressionando os deputados que, agora estariam livres para votar com o Governo.
Ora, se são categorias organizadas e informadas sabem que, no mínimo, o corte de direitos para servidores federais e para trabalhadores em geral só abre caminho para que governadores e prefeitos desesperados pelas dificuldades financeiros lhes façam o mesmo, invocando a isonomia e o “fim dos privilégios” que se tornariam as regras antigas.
A manobra para “jogar a batata quente” para longe de Brasília pode, até, tirar votos fiéis a governadores e prefeitos que não querem ouvir, diante dos pedidos de auxílio ao Governo Federal , a sugestão de que façam a sua reforma previdenciária local, se querem a ajuda.
Os próximos dias vão mostrar que a mobilização contra a reforma da Previdência não vai diminuir, mas ampliar-se.
Quando se percebe o medo e a fraqueza do adversário, que muitos criam invencível nesta incrível miséria nacional a que nos levaram, o avanço é a consequência natural.

Fonte: TIJOLAÇO

quarta-feira, 15 de março de 2017

Dia de luta contra reformas de Temer mobiliza trabalhadores de São Paulo, Rio e BH


Manifestações e protestos espalhados pelas regiões Sudeste e Sul mostram disposição da população de lutar contra a retirada de direitos que o governo tenta impor ao país
por Redação RBA publicado 15/03/2017 13h04, última modificação 15/03/2017 14h32
REPRODUÇÃO/MÍDIA NINJA
Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, estudantes e professores se reúnem no Largo do Machado em aula pública sobre as ameaças contra a Previdência
São Paulo – O Dia Nacional de Paralisações contra as reformas da Previdência e trabalhista começou com travamentos de vias, paralisações dos transportes públicos, fechamento de agências bancárias e greves de diversas categorias profissionais em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba. As mobilizações são organizadas pelas centrais sindicais e movimentos sociais integrantes das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Grandes atos públicos serão realizados à tarde. Em São Paulo, manifestação na Avenida Paulista terá a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A capital terá também manifestações públicas de professores das redes municipal e estadual. No Rio, a Candelária será o palco do ato que encerrará o dia de lutas contra a retirada de direitos movida pelo governo de Michel Temer contra os trabalhadores. Florianópolis, Porto Alegre e Vitória também estão nas ruas.
Entre os principais pontos contestados pelos manifestantes estão o estabelecimento de idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria, igual para homens e mulheres, e os 49 anos de contribuição exigidos para acessar a aposentadoria integral, além de impactos negativos que a reforma proposta por Temer causará entre trabalhadores e trabalhadoras rurais. Os movimentos também contestam o déficit alegado pelo governo para tentar impor às mudanças. 
Confira imagens das manifestados nos estados das regiões Sudeste e Sul:
REPRODUÇÃO/MÍDIA NINJARio de Janeiro Garis
Garis também protestam contra a reforma da Previdência no Rio de Janeiro
REPRODUÇÃO/BDFBelo Horizonte
Em Belo Horizonte, manifestantes marcham com destino à Assembleia Legislativa
RQUIVO PESSOAL/TWITTERBelo Horizonte contra a reforma da Previdência
Estudantes de BH também deixam seu recado contra a reforma da Previdência
REPRODUÇÃO/MÍDIA NINJAJuiz de Fora contra a reforma da Previdência
Em Juiz de Fora-MG, metalúrgicos paralisam a fábrica da Mercedes-Benz
REPRODUÇÃO/TWITTERMaringá
Em Maringá-PR, manifestantes se concentram nos arredores do edifício do INSS


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Em Curitiba o povo vai pra rua contra as reformas de Temer


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Segundo a organização, 50 mil pessoas já estão nas ruas da capital paranaense


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Cerca de 5 mil pessoas realizam uma manifestação no centro da cidade de Novo Hamburgo-RS


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Professores e alunos foram ao Palácio Guanabara, sede do governo do Estado do Rio de Janeiro, protestar contra a Previdência


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Em Passos-MG são centenas nas ruas contra a reforma da previdência


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Manifestação em Vitória-ES contra os projetos do governo Temer
BRASIL DE FATO
Chapecó-SC é um dos diversos municípios de interior de Santa Catarina que se mobilizam hoje     


FONTE: REDE BRASIL ATUAL