quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Professores decidem pela continuidade da greve
16:50h aqui na Assembleia dos professores da rede estadual de Minas Gerais, após proposta indecorosa e afrontosa do governador Anastasia, que propôs aumentar o piso para R$ 712,00, sendo que o STF decidiu pelo piso nacional de R$ 1.087,00, a categoria decidiu pela continuidade da greve.
Paga o piso Anastasia! é a palavra de ordem geral aqui na assembleia. E a luta continua
Carta de Leonardo Boff aos professores de MG
Queridos colegas professoras e professores,
Estou estarrecido face à insensibilidade do Governador Anastasia face a uma greve dos professores e professoras por tanto tempo.
Ele precisa ser inimigo de sua própria humanidade para fazer isso.
Ele não ama as crianças, não respeita seus pais, despreza uma classe de trabalhadores e trabalhadoras das mais dignas da sociedade, aquelas pessoas a quem nós confiamos nossos filhos e filhas para que recebam educação e aprendam a respeitar os outros e a acatar as autoridades que foram eleitas para cuidar dos cidadãos.
Essa intolerância mostra falta de coração e de compaixão no sentido mais nobre desta virtude que é sentir a necessidade do outro, colocar-se ao seu lado para aliviar seu padecimento e resgatar a justiça mínima de um salário necessário para a vida.
Recordo as palavras da revelação consignadas no livro do Eclesiástico capitulo 34 versículo 27:”Derrama sangue, quem priva o assalariado de seu salário". Não queremos um governador que aceita derramar sangue por não querer ceder nada aos professores e professoras que pedem o que é minimamente certo e justo.
Quero me solidarizar com todos vocês e apoiar as revindicações que estão formulando.
Com meus melhores votos e também preces diante dAquele que sempre escuta o grito dos oprimidos e injustiçados.
Leonardo Boff
Estou estarrecido face à insensibilidade do Governador Anastasia face a uma greve dos professores e professoras por tanto tempo.
Ele precisa ser inimigo de sua própria humanidade para fazer isso.
Ele não ama as crianças, não respeita seus pais, despreza uma classe de trabalhadores e trabalhadoras das mais dignas da sociedade, aquelas pessoas a quem nós confiamos nossos filhos e filhas para que recebam educação e aprendam a respeitar os outros e a acatar as autoridades que foram eleitas para cuidar dos cidadãos.
Essa intolerância mostra falta de coração e de compaixão no sentido mais nobre desta virtude que é sentir a necessidade do outro, colocar-se ao seu lado para aliviar seu padecimento e resgatar a justiça mínima de um salário necessário para a vida.
Recordo as palavras da revelação consignadas no livro do Eclesiástico capitulo 34 versículo 27:”Derrama sangue, quem priva o assalariado de seu salário". Não queremos um governador que aceita derramar sangue por não querer ceder nada aos professores e professoras que pedem o que é minimamente certo e justo.
Quero me solidarizar com todos vocês e apoiar as revindicações que estão formulando.
Com meus melhores votos e também preces diante dAquele que sempre escuta o grito dos oprimidos e injustiçados.
Leonardo Boff
Como reduzir os juros sem arrochar o investimento público brasileiro?
O Copom define hoje um novo divisor na política de juros do país. A expectativa é de uma interrupção no ciclo de alta que elevou a taxa em 1,75 pontos desde o final do ano passado. A taxa de juro brasileira, 12,5%, é o mais alta do mundo; descontada a inflação corresponde a um custo real de 6,2%. Na zona do euro e nos EUA a taxa real é zero ou negativa. A rigor nem a esquerda, nem a direita conseguem explica a razão ‘técnica' para esse nível estratosférico que marca um dos principais preços da economia. Grosso modo, o poder rentista de fixar esse custo recorde encontra lastro na incapacidade do Estado de financiar as políticas públicas com base na receita de impostos, sem recorrer à empréstimos junto ao mercado. A dívida pública cresceu a tal ponto que constitui hoje um fator autônomo de desequilíbrio orçamentário. Ela é superior a R$ 1,8 trilhão; consome o equivalente a 6% do PIB ao ano com o pagamento dos juros; deu aos rentistas a oportunidade de capturar uma fatia expressiva da arrecadação de impostos. Criou-se assim uma classe de acionistas Estado, que exigem a sua cota anual de dividendos, com sacrifício dos investimentos Em torno do pagamento dos juros criou-se uma enorme estrutura de condicionamento das políticas públicas que mobiliza um lobby rentista composto de braços que vão da academia aos partidos, das consultorias locais às agencias de risco internacionais. A mídia conservadora é , ao mesmo tempo, sua agencia de relações públicas e bunker de chantagem política. A eficácia desse aparato em determinar os rumos da política econômica, em prontidão permanente contra iniciativas de redução dos juros, está expressa nas taxas recordes vigentes no país. A questão crucial é saber se, e como, o Estado brasileiro poderia reduzir essa dependência. Aqui os caminhos de bifurcam claramente. O conservadorismo tem um diagnóstico conhecido: o desequilíbrio está na sociedade e no Estado, não no rentismo. Para reequilibrar a equação, é preciso, primeiro, lipoaspirar um aparelho público corrupto e ineficiente e disciplinar uma sociedade perdulária, que deve pagar pelo que demanda. Privatizar e terceirizar políticas públicas, reduzir o aparelho do Estado ao mínimo, eis o caminho para comprimir a carga fiscal e assim liberar recursos nas mãos dos mercados, que se encarregariam de conduzir o desenvolvimento. A idéia de que o Estado brasileiro é um aspirador insaciável de impostos é controversa. Um dado resume todos os demais: o ex-ministro Adib Jatene conta, por exemplo, que ao cruzar dados com o Imposto de Renda comprovou-se que dos 100 maiores contribuintes da extinta CPMF, 62 nunca haviam recolhido IR no país. Empresas como a Vale do Rio Doce, com exportações de U$ 28 bi em 2010, pagam apenas 2% de royalties. Proporcionalmente, bancos pagam menos IR que os assalariados. São sintomas de um buraco negro oposto à voragem fiscal alardeada. Sem afrontá-lo será difícil conciliar desenvolvimento justo, equilíbrio fiscal e juro baixo.
(Carta Maior; 4º feira, 31/08/ 2011)
Exemplos úteis de controle da mídia
REGULAÇÃO EM DEBATE
Por Carlos Eduardo Lins da Silva em 29/08/2011 na edição 65
O mês de agosto foi pródigo em exemplos internacionais de intenções e gestos de controle do conteúdo dos meios de comunicação. Para os que defendem que medidas com este objetivo sejam adotadas também no Brasil para proteger a sociedade da sanha da mídia, há um variado cardápio de alternativas à disposição.
Um dos mais significativos é a nova legislação para imprensa proposta pelo governo do Sudão, que apareceu menos de um mês após a divisão do país e criação do Sudão do Sul.
O regime do presidente Omar Bashir, no poder desde 1989, manteve rigorosa censura prévia a quase todas as informações que a população podia receber nos 20 anos iniciais de seu domínio sobre o país.
Rádio e TV sempre foram completamente estatais, como eram nos bons tempos da União Soviética, e, portanto, nunca tiveram como criar problemas para Bashir e seus aliados. Mas alguns jornais impressos pertencem a grupos privados e se arriscavam eventualmente a publicar informações críticas ou independentes, o que exigia a ação dos censores para exercer o controle considerado devido.
Liberdade e responsabilidade
Em 2009, em meio à polêmica sobre a questão de Darfur e às vésperas do plebiscito que cindiu o país, os editores de todos os meios impressos se comprometeram com um “código de ética” sugerido pelo governo, que – em recompensa – suspendeu a censura prévia por mais ou menos um ano.
Como jornalistas em geral não conseguem alcançar os altíssimos níveis de ética pública que regimes como o de Bashir exigem deles, é possível que algumas infrações ao código tenham sido cometidas, o que levou o governo a introduzir as novas leis em nome do bem estar coletivo.
Embora os detalhes das novidades ainda não tenham sido divulgados ao público, supõe-se que os poderes do Conselho Nacional de Imprensa e Publicações (que já decide quem pode ou não poder ter periódicos) e do Sindicato dos Jornalistas (que seleciona quem são as pessoas que podem receber a carteirinha de jornalista profissional sem a qual não se pode exercer a atividade) sejam expandidos.
O Sudão usufrui de um regime político estável, o que permite que se institucionalizem fórmulas estruturadas de controle da mídia, como leis, conselhos, registros, todas – evidentemente – concebidas para garantir que ninguém cometa crimes contra a população, que de outro modo poderia ser enganada pelos perigosos jornalistas.
Já na Síria, o regime de Bashar al-Assad, que está no poder desde o início do século 21 (quando o assumiu no lugar do pai, que governara o país por 29 anos, até morrer), se defronta com dificuldades (certamente causadas pelo comportamento irresponsável dos meios de comunicação) e tem às vezes de recorrer a métodos mais improvisados e antigos para controlar a mídia.
Assim, na semana passada, aliados de Assad atacaram um dos mais famosos cartunistas políticos do país, Ali Farzat, que havia feito uma charge em que o presidente sírio pegava uma carona com o seu ex-colega líbio Muammar Gadhafi para fora de uma cidade qualquer.
Os agressores quebraram dedos das mãos e um dos braços de Farzat (meio que poderá ser muito eficaz para que ele não volte a desenhar nada ofensivo contra a honra de Assad pelo menos por algum tempo), além o terem espancado em diversas partes do corpo.
Antes de chegar a essa maneira antiquada de lidar com a crítica incômoda, Assad também mudou leis. No começo de agosto, ele editou novos regulamentos para os meios de comunicação para proibi-los de publicar qualquer conteúdo capaz de afetar “a unidade nacional e a segurança nacional”, de “incitar lutas sectárias, crimes ou ódio”. Objetivos bastante nobres, como se percebe, e – aliás – muito similares aos que motivaram o premiê britânico David Cameron, após os quebra-quebras em Londres a propor também no Reino Unido restrições aos meios de comunicação.
Quando o governo de Assad anunciou as novas regulamentações para imprensa (que também incluem uma “comissão independente” para lidar com abusos da imprensa caso a caso), uma declaração garantiu à população síria que elas eram necessárias pela “necessidade de balancear liberdade de expressão com responsabilidade”, como argumentam muitos dos que defendem “controle social da mídia” no Brasil.
Benchmark global
Não foi só do mundo árabe que vieram exemplos edificantes de como devem ser tratados os meios de comunicação para que sejam responsáveis em vez de abusar da liberdade, como o fazem de modo contumaz.
Na vizinha Venezuela, um semanário chamado Sexto Poder fez o que Assad tenta impedir que se faça na Síria – “instigação ao ódio”, segundo a acusação da Justiça que proibiu por medida cautelar a edição e distribuição do periódico e iniciou ação judicial contra seus diretores.
O crime de instigação ao ódio se caracterizou numa fotomontagem humorística em que o rosto de algumas autoridades do governo de Hugo Chávez, no poder há 12 anos, aparece colado ao corpo de bailarinas de um cabaré fictício chamado “Revolução”. Uma das autoridades que puniram o semanário justificou sua decisão: “Não vamos permitir que nós nem nossas famílias sejam vilipendiadas ou ofendidas de nenhuma maneira”.
Esses são alguns exemplos que podem ser úteis ao primeiro-ministro David Cameron em sua cruzada para impedir que o Reino Unido volte a sofrer convulsões sociais por causa da irresponsabilidade da mídia.
Eles, é claro, também poderão ser de grande valia para os que propugnam que o Brasil também trate de prevenir problemas terríveis que a excessiva liberdade de expressão pode causar a uma sociedade.
***
[Carlos Eduardo Lins da Silva é jornalista]
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/-exemplos-uteis-de-controle-da-midia
O regime do presidente Omar Bashir, no poder desde 1989, manteve rigorosa censura prévia a quase todas as informações que a população podia receber nos 20 anos iniciais de seu domínio sobre o país.
Rádio e TV sempre foram completamente estatais, como eram nos bons tempos da União Soviética, e, portanto, nunca tiveram como criar problemas para Bashir e seus aliados. Mas alguns jornais impressos pertencem a grupos privados e se arriscavam eventualmente a publicar informações críticas ou independentes, o que exigia a ação dos censores para exercer o controle considerado devido.
Liberdade e responsabilidade
Em 2009, em meio à polêmica sobre a questão de Darfur e às vésperas do plebiscito que cindiu o país, os editores de todos os meios impressos se comprometeram com um “código de ética” sugerido pelo governo, que – em recompensa – suspendeu a censura prévia por mais ou menos um ano.
Como jornalistas em geral não conseguem alcançar os altíssimos níveis de ética pública que regimes como o de Bashir exigem deles, é possível que algumas infrações ao código tenham sido cometidas, o que levou o governo a introduzir as novas leis em nome do bem estar coletivo.
Embora os detalhes das novidades ainda não tenham sido divulgados ao público, supõe-se que os poderes do Conselho Nacional de Imprensa e Publicações (que já decide quem pode ou não poder ter periódicos) e do Sindicato dos Jornalistas (que seleciona quem são as pessoas que podem receber a carteirinha de jornalista profissional sem a qual não se pode exercer a atividade) sejam expandidos.
O Sudão usufrui de um regime político estável, o que permite que se institucionalizem fórmulas estruturadas de controle da mídia, como leis, conselhos, registros, todas – evidentemente – concebidas para garantir que ninguém cometa crimes contra a população, que de outro modo poderia ser enganada pelos perigosos jornalistas.
Já na Síria, o regime de Bashar al-Assad, que está no poder desde o início do século 21 (quando o assumiu no lugar do pai, que governara o país por 29 anos, até morrer), se defronta com dificuldades (certamente causadas pelo comportamento irresponsável dos meios de comunicação) e tem às vezes de recorrer a métodos mais improvisados e antigos para controlar a mídia.
Assim, na semana passada, aliados de Assad atacaram um dos mais famosos cartunistas políticos do país, Ali Farzat, que havia feito uma charge em que o presidente sírio pegava uma carona com o seu ex-colega líbio Muammar Gadhafi para fora de uma cidade qualquer.
Os agressores quebraram dedos das mãos e um dos braços de Farzat (meio que poderá ser muito eficaz para que ele não volte a desenhar nada ofensivo contra a honra de Assad pelo menos por algum tempo), além o terem espancado em diversas partes do corpo.
Antes de chegar a essa maneira antiquada de lidar com a crítica incômoda, Assad também mudou leis. No começo de agosto, ele editou novos regulamentos para os meios de comunicação para proibi-los de publicar qualquer conteúdo capaz de afetar “a unidade nacional e a segurança nacional”, de “incitar lutas sectárias, crimes ou ódio”. Objetivos bastante nobres, como se percebe, e – aliás – muito similares aos que motivaram o premiê britânico David Cameron, após os quebra-quebras em Londres a propor também no Reino Unido restrições aos meios de comunicação.
Quando o governo de Assad anunciou as novas regulamentações para imprensa (que também incluem uma “comissão independente” para lidar com abusos da imprensa caso a caso), uma declaração garantiu à população síria que elas eram necessárias pela “necessidade de balancear liberdade de expressão com responsabilidade”, como argumentam muitos dos que defendem “controle social da mídia” no Brasil.
Benchmark global
Não foi só do mundo árabe que vieram exemplos edificantes de como devem ser tratados os meios de comunicação para que sejam responsáveis em vez de abusar da liberdade, como o fazem de modo contumaz.
Na vizinha Venezuela, um semanário chamado Sexto Poder fez o que Assad tenta impedir que se faça na Síria – “instigação ao ódio”, segundo a acusação da Justiça que proibiu por medida cautelar a edição e distribuição do periódico e iniciou ação judicial contra seus diretores.
O crime de instigação ao ódio se caracterizou numa fotomontagem humorística em que o rosto de algumas autoridades do governo de Hugo Chávez, no poder há 12 anos, aparece colado ao corpo de bailarinas de um cabaré fictício chamado “Revolução”. Uma das autoridades que puniram o semanário justificou sua decisão: “Não vamos permitir que nós nem nossas famílias sejam vilipendiadas ou ofendidas de nenhuma maneira”.
Esses são alguns exemplos que podem ser úteis ao primeiro-ministro David Cameron em sua cruzada para impedir que o Reino Unido volte a sofrer convulsões sociais por causa da irresponsabilidade da mídia.
Eles, é claro, também poderão ser de grande valia para os que propugnam que o Brasil também trate de prevenir problemas terríveis que a excessiva liberdade de expressão pode causar a uma sociedade.
***
[Carlos Eduardo Lins da Silva é jornalista]
Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/-exemplos-uteis-de-controle-da-midia
Walter Pinheiro: “O que Veja fez não é jornalismo sério, é bandalheira”
30 de agosto de 2011 às 12:46
por Conceição LemesA “denúncia” da Veja desse final de semana continua dando o que falar.
Entre os vários personagens citados estão Walter Pinheiro, Delcídio Amaral e Lindbergh Farias, senadores do PT, respectivamente, por Bahia, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro.
Os três tiveram “direito” a uma das fotos tiradas de algum ponto próximo ao apartamento em que o ex-ministro José Dirceu se hospeda no Hotel Naoum, em Brasília.
Em relação aos três senadores, Veja diz ainda:
Eu conversei com Walter Pinheiro sobre as sacações e acusações que lhe foram feitas por Veja.
Viomundo – Senador, o senhor se submete a ordens de José Dirceu?
Walter Pinheiro – (risos) Sinceramente, recebi essa matéria com uma dose de humor.
Viomundo – Por quê?
Walter Pinheiro — Primeiro, porque é hilária. Historicamente dentro do PT eu e Zé Dirceu sempre estivemos em campos opostos. Ele é do chamado Campo Majoritário, eu sou da tendência Democracia Socialista.
Converso com o Zé Dirceu como um companheiro de partido. Eu o respeito, ele me respeita. Quando ele estava no governo, eu tinha uma ótima relação com ele, uma relação em campo oposto inclusive. Minha vida inteira foi disputando no partido contra Zé Dirceu.
Segundo, Veja diz que logo após o encontro com Dirceu, nós teríamos nos recusado a assinar uma nota em defesa de Palocci. Eu não fui nem ao almoço com o Lula onde se discutiu a situação do Palocci. A denúncia contra ele foi publicada no domingo, na segunda-feira, eu explicitei a minha posição. Pedi explicações a ele. Então, não tem essa conversa mole de assinar ou não a favor de Palocci. Diferentemente de muitos covardes que estavam falando mal de Palocci em off, eu estava falando em on. Eu falo em on, não falo em off, eu pedi explicações em on.
Terceiro, a Veja diz que depois que conversamos com o Zé Dirceu, em seguida, naquele mesmo dia se não me engano, o Palocci caiu. Do jeito que a Veja coloca me faz lembrar o The Flash (risos). Parece que só faltava a nossa conversa para o Zé Dirceu bater o martelo e o Palocci ser demitido. É piada, gozação.
Viomundo – O que o levou a esse encontro com José Dirceu?
Walter Pinheiro — Quem me convidou foi o Lindbergh [Farias]. O Zé Dirceu já tinha me pedido material sobre o audiovisual brasileiro, pois fui relator dessa matéria no Senado. Ele queria escrever alguma coisa, se eu não me engano, no blog dele sobre o assunto. Aí, aproveitei o convite do Lindbergh, para levar para Zé Dirceu a transparência que tinha feito sobre a questão do audiovisual no Brasil.
Viomundo – A Veja diz que o senhor estava insatisfeito com Palocci porque um petista havia sido demitido da Polícia Rodoviária Federal na Bahia. É verdade?
Walter Pinheiro – Muito esquisito isso. Só me leva a crer que alguém ligado a Palocci deve ter passado para a Veja que as pessoas foram conversar com Zé Dirceu, porque tinham interesses contrariados.
Eu nem sabia que era Palocci que tocava as indicações para a Polícia Rodoviária Federal da Bahia. Pensei que fosse o ministro da Justiça. Aliás, se eu tivesse que reclamar algo em relação à Polícia Rodoviária Federal não seria com Palocci, seria com o José Eduardo Cardoso [ministro da Justiça] que, por sinal, é da mesma tendência que eu dentro do PT.
Mas eu não procurei nem um nem outro. Até porque não estava na ordem do dia a discussão de nenhum cargo lá. Eu poderia brigar por outra coisa, mas por cargo eu não brigo, muito menos por um cargo, com todo o respeito, na Polícia Rodoviária Federal da Bahia. Por isso eu estou levando na mais alta gozação essa matéria.
Ah, tem mais outra coisa. Nessa altura do campeonato, tentar estabelecer que Zé Dirceu tem uma rede, que de fora pilota, comanda, é um negócio completamente absurdo.
É natural que o Zé Dirceu queira conversar. Zé Dirceu tem buscado conversar até para se sintonizar mais, para saber das coisas do que para mandar, influenciar. Eles estão dando até mais poder do que Zé Dirceu tem realmente hoje. Estão tentando transformar Zé Dirceu em algo que ele não é. Dando a Zé Dirceu uma força que ele não tem mais.
Essa reportagem tenta criar algo como existe uma figura rondando Brasília que vai tramar contra a República. É uma viagem que não tem mais tamanho.
Viomundo – O que tem por trás dessa matéria?
Walter Pinheiro – É óbvio que tem uma coisa por trás. É alguém tentando usar isso para promover uma rede de intrigas. Essa talvez seja a intenção central dessa matéria. Dizer que tem gente no PT conspirando. Como não acharam absolutamente nada mais contundente, decidiram: vamos disseminar a rede de intrigas. Algo como: três senadores do PT foram conversar com Zé Dirceu para criar a República a partir do Senado (risos). Pelo amor de Deus, é muita imaginação para meu gosto.
Enfim, uma viagem, para a qual utilizaram instrumentos completamente absurdos, a começar pelas fotos. Como as conseguiram?
Eu sou um árduo defensor da liberdade de imprensa. Sou relator de matérias na área, inclusive do projeto de lei de acesso à informação. Defendo plenamente a liberdade de imprensa. Acho que a imprensa investigativa contribui decisivamente para a consolidação da nossa democracia, para a defesa dos interesses da sociedade. Mas a espionagem e a malandragem, não!
Viomundo – O senhor tocou num ponto crucial. Estamos observando no Brasil um jornalismo cada vez mais vil, porco, descompromissado com a verdade factual, abundante em informações mentirosas, deturpadas, distorcidas. Ao mesmo tempo, noto vários parlamentares, inclusive progressistas, ficarem na encolha, com medo de perder seus espaçozinhos na mídia corporativa…
Walter Pinheiro – Não tem encolha!
Viomundo – Discordo, senador. O senhor pode não agir assim, mas tem colegas seus que são vítimas do mau jornalismo e não tecem qualquer crítica aos grandes veículos da mídia brasileira para não se incompatibilizar…
Walter Pinheiro – Uma coisa é defender o papel da liberdade da imprensa. Outra coisa é a bandalheira. O que a Veja fez, por exemplo, para obter as imagens da matéria da Veja não é jornalismo sério, é bandalheira. Mentir, sacar coisas contra outros, fazer ilações, também não é jornalismo sério.
Agora, não é uma coisa solta. É uma tentativa de, através da informação distorcida, tentar estabelecer intrigas, determinados níveis de fissura na estrutura de governo.
Esses veículos da grande imprensa passaram a vida inteira no comando do país, deitaram e rolaram, fizeram a ordem do dia, pautaram a agenda. E agora eles perderam a agenda do dia. Então, eles tentam fazer, através inclusive da deformação da informação, a desqualificação de atores, para ver se retomam o poder que tinham, se voltam ao comando.
Viomundo — Senador, não está na hora de o Congresso fazer uma discussão séria, para valer, sobre o papel da mídia no Brasil?
Walter Pinheiro — A discussão que tem de ser travada não é, como alguns pensam, de punir o jornalista, porque no final o veículo vai abandonar o jornalista à própria sorte, vai jogá-lo na boca das feras.
Na verdade, o que temos de discutir é como exercer no Brasil a plenitude da liberdade de imprensa mas também com responsabilização. Esse é debate que nós temos de travar no Senado e na Câmara. Eu quero a liberdade total de imprensa, mas também com responsabilização.
PS do Viomundo: The Flash é uma série de televisão baseada no personagem dos quadrinhos Flash. Barry Allen, funcionário da polícia científica, sofre um acidente químico, sendo banhado por produtos químicos após seu laboratório ser atingido por um raio. Esse acidente fez com que ele desenvolvesse poderes de super velocidade.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/entrevistas/walter-pinheiro-o-que-a-veja-fez-nao-e-jornalismo-serio-e-bandalheira.html
Nordeste terá 55 novas unidades de ensino superior e profissional nos próximos três anos
por Secom em 30/08/2011 20:34hs
Até 2014, serão construídos 124 institutos e universidades em todo o País
O Nordeste aparece com destaque no mapa da expansão federal do ensino superior e profissional. Das 120 unidades de educação profissional e tecnológica a serem construídas no País nos próximos três anos, 52 estarão espalhadas em municípios médios e pequenos dos nove estados da região. O mesmo acontece com as universidades federais. Das quatro instituições a serem criadas no território nacional até 2014, três serão implantadas no Nordeste — duas na Bahia e uma no Ceará — e abrangerão 12 municípios.
As outras 15 universidades já em atividade terão o número de unidades e de matrículas ampliado nos próximos três anos. Quando concluída a expansão, a região terá 18 universidades, com 84 câmpus, e manterá os atuais 11 institutos federais de educação, ciência e tecnologia, que alcançarão 186 unidades.
A Bahia, maior estado da região, tem hoje as universidades federais da Bahia (UFBA), do Recôncavo da Bahia (UFRB) e do Vale do São Francisco (Univasf). Serão criadas as do Sul da Bahia (Ufesba), com sede em Itabuna, e do Oeste da Bahia (Ufoba), com sede em Barreiras. No estado, a expectativa do governo federal é chegar a 2014 com as cinco instituições em plena atividade. Juntas, elas devem oferecer 68,6 mil matrículas em 19 câmpus. O estado tem ainda os institutos federais da Bahia e Baiano, que promovem a interiorização do ensino técnico federal. Juntos, vão oferecer, em 2014, 32 mil matrículas em 35 municípios.
Ceará - O Ceará é outro exemplo do crescimento da educação superior a ser alcançado em 2014. Hoje, o estado tem as universidades federais do Ceará (UFC) e, em implantação, a da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab). Elas somam 24,6 mil matrículas em nove unidades.
O programa de expansão do governo federal prevê a criação da Universidade Federal do Cariri, com sede em Juazeiro do Norte e câmpus em Barbalha, Crato, Icó e Brejo Santo. A perspectiva é chegar a 2014 com as três instituições em atividade e oferta de 40,9 mil matrículas em 14 câmpus.Na educação profissional, o Ceará conta um instituto federal e 19 mil matrículas, em 22 cidades. Em 2014, o instituto deve oferecer 31 mil matrículas e unidades espalhadas em 29 municípios.
Alagoas e Sergipe - Em Alagoas e Sergipe também haverá ampliação da oferta de educação superior e profissional. O Instituto Federal de Alagoas, por exemplo, deve chegar a 2014 com mais de 15,6 mil matrículas em 15 municípios. Em 2010, o instituto registrou 4,7 mil matrículas em quatro cidades. Em Sergipe, o instituto federal passará das atuais três unidades para dez; as matrículas, de seis mil para 9,6 mil.
Confira o mapa da expansão em http://portal.mec.gov.br/expansao/
terça-feira, 30 de agosto de 2011
Movimentações do xadrez eleitoral em BH
A campanha eleitoral de 2012 já chegou há muito tempo aqui em BH. Após a inusitada Aliança de 2008 aonde Pimentel e Aécio patrocinaram a eleição do prefeito Márcio Lacerda com a coligação de 14 partidos e o apoio informal do PSDB, que de informal só teve o registro do TRE, pois na prática participou e coordenou a campanha eleitoral, tendo inclusive várias aparições no horário político eleitoral, agora a repetição da aliança sofre um aumento considerável das resistências do lado petista.
Mais uma vez o PT encontra-se dividido entre aqueles que defendem a reeleição do atual prefeito Márcio Lacerda e os que defendem a candidatura própria.
Várias ações estão sendo encaminhadas no partido, desde a realização de seminários, debates e reuniões com o intuito de construir a unidade e o consenso para embasar a decisão para o próximo ano.
O fato é que é grande a insatisfação da militância petista e dos movimentos sociais com a condução que o prefeito Lacerda tem imprimido à PBH. Além do PSDB ocupar várias secretarias na cidade, várias ações da prefeitura tem sofrido críticas da sociedade, como por exemplo o esvaziamento das ações do Orçamento Participativo, a questão da licitação da Feira Hippie, a proibição de eventos na Praça da Estação, a eminência de várias alterações nos trabalhadores da rua (pipoqueiros, vendedores de sanduiches, jornaleiros), falta de diálogo com os artesãos da Praça Sete, desafetação de rua sem acordo com comunidade (rua Musas), falta de tato político com as ocupações como a Dandara, chegou-se ao ponto de em visita da presidenta Dilma, ela comentar sobre a necessidade de resolução do problema da ocupação sugerindo algum típo de interface com o programa Minha Casa Minha Vida, para no mesmo dia a PBH contradizer a presidenta.
Outra guerra que se assiste, é a guerra nos órgãos de imprensa, a cada dia saem reportagens nos jornais colocando como certa a repetição da Aliança, contradizendo todas as resoluções que tanto o diretório municipal, quanto o estadual já emitiram em todas as reuniões, proibindo coligação com o PSDB, DEM e PPS. Na sexta-feira, 26/08, por exemplo matéria do jornal O Tempo, afiada por uma "fonte petista" que não se identificou atestava que no sábado o diretório estadual emitiria resolução fechando questão ao apoio ao prefeito. A afirmativa não durou 24 horas, pois no sábado a resolução corroborou as resoluções anteriores do mesmo diretório. O ex-deputado Virgílio Guimarães, amigo do prefeito Márcio Lacerda chegou a defender em plenário que o PT deve se esforçar por vencer as eleições nas maiores cidades de Minas e que de maneira nenhuma haverá coligação com o que chamou de "trio maldito" PSDB, DEM e PPS.
Ontem, 29/08 o presidente do PT nacional, Rui Falcão esteve em Contagem, Betim e BH. Em BH fez visita aos deputados de oposição na Assembleia e também à sede do PTBH.
Os jornais de hoje novamente distorcem as informações, é noticiado que Rui veio selar o compromisso com a reeleição de Lacerda, quando na verdade não foi isso. Rui Falcão afirmou que o PT trabalha em todo o Brasil pelo diálogo com TODOS os partidos aliados da presidenta Dilma, e no caso de BH, quem encaminha o processo e que dará a posição final é o diretório municipal.
Outra declaração polêmica foi do presidente do PSB, Walfrido dos Mares Guia, aonde afirmou que o PSB é que decide sobre os apoios e não o PT e que o partido é contra estar oficialmente coligado.
Acontece que aqueles que estão trabalhando pela unidade no PT, devem ter em mente que a união só virá primeiro pela exclusão total, formal ou informal do "trio maldito", segundo, o que seria a redenção e o resgate da base, a candidatura própria.
Por Marco Aurélio
Mais uma vez o PT encontra-se dividido entre aqueles que defendem a reeleição do atual prefeito Márcio Lacerda e os que defendem a candidatura própria.
Várias ações estão sendo encaminhadas no partido, desde a realização de seminários, debates e reuniões com o intuito de construir a unidade e o consenso para embasar a decisão para o próximo ano.
O fato é que é grande a insatisfação da militância petista e dos movimentos sociais com a condução que o prefeito Lacerda tem imprimido à PBH. Além do PSDB ocupar várias secretarias na cidade, várias ações da prefeitura tem sofrido críticas da sociedade, como por exemplo o esvaziamento das ações do Orçamento Participativo, a questão da licitação da Feira Hippie, a proibição de eventos na Praça da Estação, a eminência de várias alterações nos trabalhadores da rua (pipoqueiros, vendedores de sanduiches, jornaleiros), falta de diálogo com os artesãos da Praça Sete, desafetação de rua sem acordo com comunidade (rua Musas), falta de tato político com as ocupações como a Dandara, chegou-se ao ponto de em visita da presidenta Dilma, ela comentar sobre a necessidade de resolução do problema da ocupação sugerindo algum típo de interface com o programa Minha Casa Minha Vida, para no mesmo dia a PBH contradizer a presidenta.
Outra guerra que se assiste, é a guerra nos órgãos de imprensa, a cada dia saem reportagens nos jornais colocando como certa a repetição da Aliança, contradizendo todas as resoluções que tanto o diretório municipal, quanto o estadual já emitiram em todas as reuniões, proibindo coligação com o PSDB, DEM e PPS. Na sexta-feira, 26/08, por exemplo matéria do jornal O Tempo, afiada por uma "fonte petista" que não se identificou atestava que no sábado o diretório estadual emitiria resolução fechando questão ao apoio ao prefeito. A afirmativa não durou 24 horas, pois no sábado a resolução corroborou as resoluções anteriores do mesmo diretório. O ex-deputado Virgílio Guimarães, amigo do prefeito Márcio Lacerda chegou a defender em plenário que o PT deve se esforçar por vencer as eleições nas maiores cidades de Minas e que de maneira nenhuma haverá coligação com o que chamou de "trio maldito" PSDB, DEM e PPS.
Ontem, 29/08 o presidente do PT nacional, Rui Falcão esteve em Contagem, Betim e BH. Em BH fez visita aos deputados de oposição na Assembleia e também à sede do PTBH.
Os jornais de hoje novamente distorcem as informações, é noticiado que Rui veio selar o compromisso com a reeleição de Lacerda, quando na verdade não foi isso. Rui Falcão afirmou que o PT trabalha em todo o Brasil pelo diálogo com TODOS os partidos aliados da presidenta Dilma, e no caso de BH, quem encaminha o processo e que dará a posição final é o diretório municipal.
Outra declaração polêmica foi do presidente do PSB, Walfrido dos Mares Guia, aonde afirmou que o PSB é que decide sobre os apoios e não o PT e que o partido é contra estar oficialmente coligado.
Acontece que aqueles que estão trabalhando pela unidade no PT, devem ter em mente que a união só virá primeiro pela exclusão total, formal ou informal do "trio maldito", segundo, o que seria a redenção e o resgate da base, a candidatura própria.
Por Marco Aurélio
FACES DA CRISE: GOVERNO ATUA EM MODO DE ESPERA E O INSTITUTO FHC VIRA SUCURSAL DO TEA PARTY
Nem a elevação do superávit fiscal anunciada ontem pelo governo, nem a interrupção da escalada dos juros, aguardada para amanhã,no Copom, mudam a dinâmica do país nesse momento. O que o governo fez nesta 2ª feira, grosseiramente, foi trocar seis por meia dúzia. Agregou mais R$ 10 bilhões do excesso de arrecadação de impostos até julho (crescimento recorde de 14% em termos reais) ao superávit primário , elevando-o de 3% para 3,30% do PIB. Em troca, o BC deve interromper a trajetória de alta da Selic na reunião desta semana. O patamar de 12,5% do juro básico brasileiro é um despropósito planetário comparado à taxa média de 1,5% praticada na zona do euro e ao patamar de 0,25% tabelado pelo Fed, para os próximos dois anos, nos EUA. Foi graças à ortodoxia do BC que o país ingressou na crise de 2008 com esse trofeu anômalo. Reduções significativas, que façam diferença macroeconômica, exigem agora cortes drásticos num dos principais preços da economia. O ambiente de incerteza mundial afasta essa opção da mesa dos governantes. A Presidenta Dilma dança o minueto da espera, com a respiração fiscal em suspenso. Não tomará qualquer medida graúda sem ter uma avaliação efetiva do estrago que a sarabanda da crise ainda fará no salão internacional. Imobilizados no redil ideológico do neoliberalismo, que subtraiu legitimidade à taxação efetiva da riqueza, do patrimônio e das grandes transações financeiras -vide o golpe do Tea Party contra Obama, nos EUA, e a extinção da CPMF no Brasil, subtraindo R$ 40 bi à saúde pública, em 2007- os governos de fato perderam espaço de ação fiscal nas últimas décadas. Restou-lhes o abismo do endividamento público que no Brasil custa 6% do PIB em juros ao ano. A crise, os gastos extras que ela impôs e o comportamento arisco dos capitais em todo o mundo fechou agora esse ponto de fuga. Mudanças efetivas no investimento público em educação, saúde, infraestrutura, pesquisa etc dependem de uma mobilizaçao política para romper essa camisa-de-força. Não é uma agenda para o conservadorismo nativo. Esse parece disposto a dobrar a aposta na eutanásia do Estado. Reunidos semana passada, em São Paulo, sábios de bico longo, por exemplo, transformaram o Instituto Fernando Henrique Cardoso numa franchising do Tea Party. O ‘tucano party' deixaria Sarah Palin e o presidenciável Rick Perry orgulhosos dos mascotes locais. Arida, Bacha & Cia advogaram a privatização de todos os fundos públicos (FGTS e PAT, por exemplo), ressuscitaram a bandeira do déficit fiscal zero e mandaram às favas responsabilidades republicanas com educação, saneamento etc. Seria importante conhecer a avaliação do PT sobre a plataforma do ‘tucano party'. O partido, porém, dificilmente teria algo de significativo a contrapor sem incluir uma ruptura com a doutrina fiscal do neoliberalismo. O Congresso do PT neste fim de semana pode ser uma boa oportunidade para essa demarcação de visões.
Veja mais no
(Carta Maior; 3º feira, 30/08/ 2011)
Salve a Rua Musas
Audiência pública no Comam foi um sucesso!
No dia 24 de agosto aconteceu a Audiência Pública convocada pelo Conselho Municipal de Meio Ambiente (COMAM), para discutir a “venda” da Rua Musas e a implantação, no local, de um hotel das empresas Mais Investe/Verga/Tenco. Cerca de 100 pessoas atenderam à convocação, dentre os moradores e representantes de associações dos bairros Santa Lúcia, Belvedere, Sion e Vale dos Cristais (Nova Lima), bem como estiveram presentes o deputado Fred Costa, o vereador Iran Barbosa e a arquiteta Cláudia Pires, Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil. Destaque-se que também os líderes do Movimento “Salve a Mata do Planalto” vieram manifestar sua solidariedade à nossa causa.
A bem da verdade, cabe uma nota tristemente curiosa: dentre todos os que se manifestaram, a única voz destoante ficou por conta da figura da vereadora Elaine Matozinhos, que é moradora do Santa Lúcia mas parece não se interessar pelo local. Pois não é que declarou ela que vem, por sua conta própria, “negociando” com o dono do negócio? Ela troca seu apoio à construção do hotel pela instalação de um sistema de “olho vivo”, especialmente na rua onde mora. O caso chega a ser cômico por vários motivos: em primeiro lugar, ela própria se atribuiu esse papel, sem a delegação de ninguém; em segundo lugar, ela concorda em entregar ao empresário um patrimônio público – a Rua Musas –, em troca de esmolas; enfim, mesmo sendo vereadora, ela não sabe que a cidade não depende da boa vontade de empreiteiros, pois o cidadão que paga imposto tem direito a todos os benefícios que devem ser providenciados pelo poder público, sem esse joguinho velho de toma-lá dá-cá, que, afinal, todos sabemos bem no que acaba por dar...
Veja mais no: http://salveamusas.com.br/
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Investimentos em TI diminuem riscos de apagão
Autor:
O desafio do setor elétrico brasileiro será melhorar a qualidade de serviço sem onerar ainda mais a conta do consumidor, foi o que disse José Gabino dos Santos, diretor econômico-financeiro da Abradee, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, durante o 11º Fórum de Debates Brasilianas.org, que discutiu os desafios do setor elétrico nesta terça-feira, 23, em São Paulo.
"A tendência é que, cada vez mais, a geração de energia seja descentralizada", explicou Gabino. Isso significa que grandes consumidores passarão a produzir e vender energia para o sistema elétrico do país. Esse crescimento, estimulado pela alta do consumo, está sendo acompanhado por maior preocupação quanto à segurança dos serviços, e dos impactos ambientais provocados por toda a cadeia energética.
Uma das saídas estudadas pelo setor é o aumento de pesquisas para solucionar desperdícios que ocorrem nas linhas de transmissão e, principalmente, na casa do consumidor. Segundo Gabino, existe um trabalho de pesquisa, financiado com R$ 8,5 milhões da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que envolve 34 empresas de energia, entre elas Cemig e Light. A proposta é que cada uma das companhias encontrem soluções que possam ser compartilhadas pelas demais, de forma mais integrada e inteligente. A previsão é que o trabalho seja concluído em outubro de 2012.
Perguntado por que o valor do kilowatt/hora pago pelo consumidor brasileiro é considerado um dos maiores do mundo, Gabino respondeu que os custos de transmissão e distribuição de energia no Brasil são similares aos dos demais países, o problema são os tributos que respondem por cerca de 50% do valor final da conta de luz.
O porta-voz da Abinee destacou que a maior barreira que as empresas de energia terão que enfrentar nos próximos anos está ligada ao papel da Aneel que tem impedido, até mesmo, que companhias do setor partam para a área de telecomunicações, aproveitando a rede de transmissão elétrica para distribuir também sinais de telefonia e internet. "Como o setor é muito regulado, não dá para fazer mudanças muito drásticas", afirmou. Se fosse possível atuar também na modalidade de mídias, o ganho financeiro das empresas de energia seria sem precedentes.
Sistemas Inteligentes
A segurança energética nas subestações de energia é uma preocupação comum em todo o mundo. A empresa Treetech Sistemas Digitais, de Atibaia, interior de São Paulo, desenvolveu soluções de gestão online de equipamentos de energia. A trabalho da companhia já é reconhecido internacionalmente e, neste ano, ganhou o Prêmio Inovação da Finep, na categoria pequena empresa.
A solução foi desenvolvida em cima de pequenos sensores inteligentes, acoplados a várias partes de um determinado equipamento. O aparelho capta e envia constantemente dados sobre as condições da subestação para uma base de dados que é, por sua vez, decodificada por softwares que diagnosticam possíveis problemas dos equipamentos de energia.
“Cerca de 30% das falhas que ocorrem nos sistemas elétricos são detectáveis pelas técnicas tradicionais. Com a nossa tecnologia conseguimos detectar mais de 50% das falhas”, contou Pedrosa. O presidente disse que a empresa, que tem 18 anos, espalhou 50 mil sensores e 180 sistemas de gestão on-line em 31 países com a sua marca.
A proposta da Treetech, que conta com apenas 50 funcionários, está dentro do conceito de smartgrid, ou redes inteligentes, que aplica a tecnologia da informação no sistema elétrico, integrando funções para reduzir perdas e evitar possíveis blackouts. Pedrosa completa que o sistema é único no mundo e que já desenvolveram a 3ª geração do produto.
Fonte: http://www.advivo.com.br/materia-artigo/investimentos-em-ti-diminuem-riscos-de-apagao
O desafio do setor elétrico brasileiro será melhorar a qualidade de serviço sem onerar ainda mais a conta do consumidor, foi o que disse José Gabino dos Santos, diretor econômico-financeiro da Abradee, Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, durante o 11º Fórum de Debates Brasilianas.org, que discutiu os desafios do setor elétrico nesta terça-feira, 23, em São Paulo.
"A tendência é que, cada vez mais, a geração de energia seja descentralizada", explicou Gabino. Isso significa que grandes consumidores passarão a produzir e vender energia para o sistema elétrico do país. Esse crescimento, estimulado pela alta do consumo, está sendo acompanhado por maior preocupação quanto à segurança dos serviços, e dos impactos ambientais provocados por toda a cadeia energética.
Uma das saídas estudadas pelo setor é o aumento de pesquisas para solucionar desperdícios que ocorrem nas linhas de transmissão e, principalmente, na casa do consumidor. Segundo Gabino, existe um trabalho de pesquisa, financiado com R$ 8,5 milhões da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que envolve 34 empresas de energia, entre elas Cemig e Light. A proposta é que cada uma das companhias encontrem soluções que possam ser compartilhadas pelas demais, de forma mais integrada e inteligente. A previsão é que o trabalho seja concluído em outubro de 2012.
Perguntado por que o valor do kilowatt/hora pago pelo consumidor brasileiro é considerado um dos maiores do mundo, Gabino respondeu que os custos de transmissão e distribuição de energia no Brasil são similares aos dos demais países, o problema são os tributos que respondem por cerca de 50% do valor final da conta de luz.
O porta-voz da Abinee destacou que a maior barreira que as empresas de energia terão que enfrentar nos próximos anos está ligada ao papel da Aneel que tem impedido, até mesmo, que companhias do setor partam para a área de telecomunicações, aproveitando a rede de transmissão elétrica para distribuir também sinais de telefonia e internet. "Como o setor é muito regulado, não dá para fazer mudanças muito drásticas", afirmou. Se fosse possível atuar também na modalidade de mídias, o ganho financeiro das empresas de energia seria sem precedentes.
Sistemas Inteligentes
A segurança energética nas subestações de energia é uma preocupação comum em todo o mundo. A empresa Treetech Sistemas Digitais, de Atibaia, interior de São Paulo, desenvolveu soluções de gestão online de equipamentos de energia. A trabalho da companhia já é reconhecido internacionalmente e, neste ano, ganhou o Prêmio Inovação da Finep, na categoria pequena empresa.
A solução foi desenvolvida em cima de pequenos sensores inteligentes, acoplados a várias partes de um determinado equipamento. O aparelho capta e envia constantemente dados sobre as condições da subestação para uma base de dados que é, por sua vez, decodificada por softwares que diagnosticam possíveis problemas dos equipamentos de energia.
“Cerca de 30% das falhas que ocorrem nos sistemas elétricos são detectáveis pelas técnicas tradicionais. Com a nossa tecnologia conseguimos detectar mais de 50% das falhas”, contou Pedrosa. O presidente disse que a empresa, que tem 18 anos, espalhou 50 mil sensores e 180 sistemas de gestão on-line em 31 países com a sua marca.
A proposta da Treetech, que conta com apenas 50 funcionários, está dentro do conceito de smartgrid, ou redes inteligentes, que aplica a tecnologia da informação no sistema elétrico, integrando funções para reduzir perdas e evitar possíveis blackouts. Pedrosa completa que o sistema é único no mundo e que já desenvolveram a 3ª geração do produto.
Fonte: http://www.advivo.com.br/materia-artigo/investimentos-em-ti-diminuem-riscos-de-apagao
O fim do neoliberalismo, sem autocrítica
Enviado por luisnassif, seg, 29/08/2011 - 08:37
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2908201109.htm
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
O mal-estar dos nossos dias
Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou
VIVEMOS UM tempo de crise, um tempo de mal-estar. A selvagem revolta no Reino Unido mostrou com clareza; foi uma reedição agravada das revoltas da França de 2005.
Essas, como as manifestações mais moderadas e mais objetivas na Grécia, na Espanha, e na própria Inglaterra contra as políticas de austeridade impostas pelos credores ou então autoimpostas pelo próprio governo conservador, demonstram que não vivemos dias felizes.
A miséria material continua a identificar países pobres e explorados da periferia, mas a miséria humana, a sensação de insegurança e falta de perspectivas e a frustração generalizada estão em toda parte. Especialmente no mundo rico.
Os EUA, que no pós-guerra eram uma sociedade coesa e vigorosa, hoje são uma sociedade dividida e desorientada. Na Europa a crise provocada pelo euro sugere para todos a estagnação senão a decadência econômica.
Como explicar o que está acontecendo? É o capitalismo que fracassou, é o Estado social que foi destruído, como afirma um crítico tão radical como brilhante como é Slavoj Zizek? Não aceito esse tipo de diagnóstico.
Os 30 anos neoliberais do capitalismo foram um tempo de retrocesso social e político, de aumento brutal das desigualdades e da instabilidade financeira e de diminuição das taxas de crescimento econômico. Mas o Estado social europeu sobreviveu porque foi defendido em eleições democráticas.
Foi então porque o mundo moderno perdeu seus parâmetros morais, como pretendem os conservadores? Não vale a pena perder tempo com esse tipo de não-explicação. As revoltas nem sempre são racionais, e muitas vezes não são sequer razoáveis, mas são sempre morais.
Mostram sempre indignação moral contra a injustiça, o privilégio e a corrupção dos ricos. Os revoltosos de Londres agiram em alguns momentos como criminosos, mas não subestimemos sua indignação.
Houve, sim, decadência moral no nosso tempo. Mas a perda de parâmetros morais decorreu da aliança contraditória e malsã do conservadorismo com o neoliberalismo - com uma ideologia ferozmente individualista, que nega de forma militante solidariedade e interesse público.
Os progressistas não têm o monopólio da moral, já que os conservadores foram sempre guardiões da moralidade, embora a confundindo com a ordem estabelecida. O conservador apenas não estava disposto, como estão o progressista e o revolucionário, a arriscar a ordem em nome da justiça social.
Quando, entretanto, nos 30 anos neoliberais, o conservadorismo foi capturado pelo neoliberalismo, tornou-se uma fonte de desorganização social e de retrocesso moral.
O mal-estar do nosso tempo só será superado quando o mundo rico redescobrir o futuro. Mas essa redescoberta só pode ser feita quando fizer a crítica ao neoliberalismo.
Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou, como desmoralizou a teoria econômica neoclássica que os justificava.
Mas nem as elites conservadoras nem os intelectuais progressistas foram capazes de fazer a crítica necessária do que aconteceu. Nem de reafirmar sua confiança na ideia do progresso ou do desenvolvimento.
Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-fim-do-neoliberalismo-sem-autocritica#more
Autor:
Luiz Carlos Bresser-Pereira Por JB Costa
LUIZ CARLOS BRESSER-PEREIRA
O mal-estar dos nossos dias
Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou
VIVEMOS UM tempo de crise, um tempo de mal-estar. A selvagem revolta no Reino Unido mostrou com clareza; foi uma reedição agravada das revoltas da França de 2005.
Essas, como as manifestações mais moderadas e mais objetivas na Grécia, na Espanha, e na própria Inglaterra contra as políticas de austeridade impostas pelos credores ou então autoimpostas pelo próprio governo conservador, demonstram que não vivemos dias felizes.
A miséria material continua a identificar países pobres e explorados da periferia, mas a miséria humana, a sensação de insegurança e falta de perspectivas e a frustração generalizada estão em toda parte. Especialmente no mundo rico.
Os EUA, que no pós-guerra eram uma sociedade coesa e vigorosa, hoje são uma sociedade dividida e desorientada. Na Europa a crise provocada pelo euro sugere para todos a estagnação senão a decadência econômica.
Como explicar o que está acontecendo? É o capitalismo que fracassou, é o Estado social que foi destruído, como afirma um crítico tão radical como brilhante como é Slavoj Zizek? Não aceito esse tipo de diagnóstico.
Os 30 anos neoliberais do capitalismo foram um tempo de retrocesso social e político, de aumento brutal das desigualdades e da instabilidade financeira e de diminuição das taxas de crescimento econômico. Mas o Estado social europeu sobreviveu porque foi defendido em eleições democráticas.
Foi então porque o mundo moderno perdeu seus parâmetros morais, como pretendem os conservadores? Não vale a pena perder tempo com esse tipo de não-explicação. As revoltas nem sempre são racionais, e muitas vezes não são sequer razoáveis, mas são sempre morais.
Mostram sempre indignação moral contra a injustiça, o privilégio e a corrupção dos ricos. Os revoltosos de Londres agiram em alguns momentos como criminosos, mas não subestimemos sua indignação.
Houve, sim, decadência moral no nosso tempo. Mas a perda de parâmetros morais decorreu da aliança contraditória e malsã do conservadorismo com o neoliberalismo - com uma ideologia ferozmente individualista, que nega de forma militante solidariedade e interesse público.
Os progressistas não têm o monopólio da moral, já que os conservadores foram sempre guardiões da moralidade, embora a confundindo com a ordem estabelecida. O conservador apenas não estava disposto, como estão o progressista e o revolucionário, a arriscar a ordem em nome da justiça social.
Quando, entretanto, nos 30 anos neoliberais, o conservadorismo foi capturado pelo neoliberalismo, tornou-se uma fonte de desorganização social e de retrocesso moral.
O mal-estar do nosso tempo só será superado quando o mundo rico redescobrir o futuro. Mas essa redescoberta só pode ser feita quando fizer a crítica ao neoliberalismo.
Os anos neoliberais do capitalismo terminaram com a crise financeira de 2008, que os desmoralizou, como desmoralizou a teoria econômica neoclássica que os justificava.
Mas nem as elites conservadoras nem os intelectuais progressistas foram capazes de fazer a crítica necessária do que aconteceu. Nem de reafirmar sua confiança na ideia do progresso ou do desenvolvimento.
Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/o-fim-do-neoliberalismo-sem-autocritica#more
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
Delegado da polícia civil contesta jornalista Carlos Viana
Reproduzo abaixo, carta do Delegado Vagner Vidal enviada ao deputado Rogério Correia, em decorrência das declarações do jornalista Carlos Viana da Rádio Itatiaia, que praticamente imputou a Rogério a culpa pela continuidade da greve dos professores da rede estadual em Minas.
O STF já julgou que o piso nacional é Lei, e que o que vale para efeito de salário é o piso e não os chamados "penduricalhos" e subsídios, ou seja, o governo de Minas está desrespeitando as leis.
Paga o piso Anastasia!
por Marco Aurélio
Caríssimo Deputado,
Escrevo-lhe com o objetivo de me solidarizar com V.Exª., ante a atitude absurda do "jornalista" Carlos Viana, da Rádio Itatiaia, no jornal da manhã, ao tentar insuflar a sociedade contra esse Deputado, como se fosse o responsável pelo movimento do magistério, como se não fosse o desgoverno do Estado, que insiste em não cumprir as leis.
Felizmente o SIND-UTE conseguiu se reerguer e se reorganizar, na figura da aguerrida Beatriz Cerqueira, que merece todos os nossos aplausos.
Sou servidor do Estado, Delegado Geral da Polícia Civil, e, outrora, já nos escoramos muito nos movimentos dos professores para conseguirmos melhorias salariais. Ou já nos esquecemos dos banhos de mangueiras que nossos mestres já sofreram? Conseguiram calar o SIND-UTE, mas agora ele volta e dígno de todo o nosso orgulho.
Não teve recursos para os nossos reajustes? Então, que atenda o que manda a lei, para os nossos sofridos professores.
E a Justiça Mineira, diante da decisão do STF, terá o descalabro de declarar ilegal a greve?
Parabéns, nobre Deputado, vc é uma ilha dentro dessa casa, não se deixe apequenar por essa turma de reacionários e fisiologistas. Também, não creio que esperasse muita coisa desse PMDB, sempre à reboque de cargos e outras benesses.
Temos muito orgulho de vc e saiba que já arrebanhamos muitas e muitas pessoas, que saberão lhe recompensar nas urnas.
Continue firme!
Grande abraço,
Vagner Vidal
Como o PT coloca o carro na frente dos bois em Minas
Diz o ditado que não se “pode colocar o carro na frente dos bois”, mas não é o que acontece com o PT em Minas Gerais. Hoje, sexta-feira, matéria do jornal O Tempo publica em sua machete: “PT estadual quer descartar de vez tese de candidato próprio”. O carro em Minas está sendo colocado à frente dos bois no momento em que as lideranças do PT estadual atropelam as próprias decisões que eles mesmos tomam em reuniões do diretório. Ora, o assunto já vem sendo debatido há vários meses, e nas conversas entre aqueles que defendem candidatura própria e aqueles que apoiam a reeleição do atual prefeito Lacerda, conseguiram até agora a chegar a alguns consensos, como por exemplo, a necessidade de união do partido, a exclusão do DEM, PPS E PSDB de coligações formais e informais, conforme deliberação do diretório nacional e que cabe ao diretório de BH conduzir o processo eleitoral em Belo Horizonte. Como agora vem uma matéria de jornal dizer o diretório estadual vai amanhã descartar a tese de candidatura própria em Belo Horizonte?
Aliás, o presidente Lula esteve em Belo Horizonte no dia 18/08 e afirmou que é importante o PT ter candidatura própria nos grandes centros e procurando ouvir antes da definição, todos os partidos da base da presidenta Dilma, o que aliás em Belo Horizonte, não é apenas o PSB Lacerdista, é também o PMDB e PCdoB, principalmente, entre outros.
Portanto, é muita leviandade as tais “fontes petistas” ficarem plantando notícias inverídicas na mídia. Mídia esta em sua maioria já voltada em sua orientação editorial para o projeto tucano em Minas.
Abaixo reproduzo a última resolução do PT-MG sobre a questão:
RESOLUÇÃO DO PT DE MINAS GERAIS SOBRE AS
ELEIÇÕES EM BELO HORIZONTE – MG
Tendo por princípio as Resoluções sobre as eleições municipais aprovadas pelo Diretório Nacional e a Resolução do Estadual aprovada em 04 de dezembro de 2010, em especial seu item nº 46 que diz o seguinte:
“Candidaturas próprias em 2012 – Para fortalecer nossa alternativa em Minas Gerais, em oposição ao governo tucano e na construção do projeto democrático e popular, o Diretório Estadual orienta o lançamento de candidatura própria, sempre buscando unir o campo aliado. Na capital e cidades polos deve-se fazer um esforço especial neste sentido. As alianças com partidos que apoiam o governo Dilma devem se dar sempre rechaçando aliança com PSDB, DEM e PPS.”
Sobre as eleições municipais de 2012 em Belo Horizonte o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais, resolve:
1.As eleições em BH, no próximo ano, podem antecipar o cenário de uma disputa nacional, na qual o projeto democrático e inclusivo do PT deve ser novamente confrontado com as políticas privatistas de entrega do patrimônio público do PSDB. A direção do Partido dos Trabalhadores entende que os caminhos desses partidos estão, hoje, irremediavelmente inconciliáveis;
2.O Diretório Municipal deverá ter como base a construção de uma aliança eleitoral sólida com bases programáticas em acordo com os princípios do PT de Democratização e participação social, transparência pública e a inversão de prioridades que atenda com um olhar mais social as necessidades dos mais pobres da população, priorizando sua base social e os partidos que apóiam a presidenta Dilma;
3.O processo eleitoral em Belo Horizonte será dirigido, conforme normas legais e estatuto do PT, por sua instância máxima no município de Belo Horizonte, o Diretório Municipal do PTBH, cabendo a ele determinar formas que incluam em suas decisões a participação das instâncias partidárias no município e do conjunto de sua militância;
4.O Diretório Estadual do PTMG se coloca a disposição do Diretório Municipal do PTBH em plena sintonia com suas decisões, acatados os princípios que ora aprovamos para nortear este processo.
Belo Horizonte, 30 de maio de 2011
DIRETÓRIO ESTADUAL DO PT DE MINAS GERAIS
Aliás, o presidente Lula esteve em Belo Horizonte no dia 18/08 e afirmou que é importante o PT ter candidatura própria nos grandes centros e procurando ouvir antes da definição, todos os partidos da base da presidenta Dilma, o que aliás em Belo Horizonte, não é apenas o PSB Lacerdista, é também o PMDB e PCdoB, principalmente, entre outros.
Portanto, é muita leviandade as tais “fontes petistas” ficarem plantando notícias inverídicas na mídia. Mídia esta em sua maioria já voltada em sua orientação editorial para o projeto tucano em Minas.
Abaixo reproduzo a última resolução do PT-MG sobre a questão:
RESOLUÇÃO DO PT DE MINAS GERAIS SOBRE AS
ELEIÇÕES EM BELO HORIZONTE – MG
Tendo por princípio as Resoluções sobre as eleições municipais aprovadas pelo Diretório Nacional e a Resolução do Estadual aprovada em 04 de dezembro de 2010, em especial seu item nº 46 que diz o seguinte:
“Candidaturas próprias em 2012 – Para fortalecer nossa alternativa em Minas Gerais, em oposição ao governo tucano e na construção do projeto democrático e popular, o Diretório Estadual orienta o lançamento de candidatura própria, sempre buscando unir o campo aliado. Na capital e cidades polos deve-se fazer um esforço especial neste sentido. As alianças com partidos que apoiam o governo Dilma devem se dar sempre rechaçando aliança com PSDB, DEM e PPS.”
Sobre as eleições municipais de 2012 em Belo Horizonte o Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores de Minas Gerais, resolve:
1.As eleições em BH, no próximo ano, podem antecipar o cenário de uma disputa nacional, na qual o projeto democrático e inclusivo do PT deve ser novamente confrontado com as políticas privatistas de entrega do patrimônio público do PSDB. A direção do Partido dos Trabalhadores entende que os caminhos desses partidos estão, hoje, irremediavelmente inconciliáveis;
2.O Diretório Municipal deverá ter como base a construção de uma aliança eleitoral sólida com bases programáticas em acordo com os princípios do PT de Democratização e participação social, transparência pública e a inversão de prioridades que atenda com um olhar mais social as necessidades dos mais pobres da população, priorizando sua base social e os partidos que apóiam a presidenta Dilma;
3.O processo eleitoral em Belo Horizonte será dirigido, conforme normas legais e estatuto do PT, por sua instância máxima no município de Belo Horizonte, o Diretório Municipal do PTBH, cabendo a ele determinar formas que incluam em suas decisões a participação das instâncias partidárias no município e do conjunto de sua militância;
4.O Diretório Estadual do PTMG se coloca a disposição do Diretório Municipal do PTBH em plena sintonia com suas decisões, acatados os princípios que ora aprovamos para nortear este processo.
Belo Horizonte, 30 de maio de 2011
DIRETÓRIO ESTADUAL DO PT DE MINAS GERAIS
Ativistas miram bancos em protesto virtual contra Belo Monte
Em tuitaço, ativistas pedem paralisação de obras da usina. Alvo são instituições financeiras responsáveis pelo financiamento do empreendimento: "Belo Monte: com meu dinheiro não!"
Publicado em 25/08/2011, 18:35
Última atualização às 18:35
São Paulo - Um "ato mundial em 140 caracteres" promovido nesta quinta-feira (25) critica as obras da usina de Belo Monte. Ativistas e movimentos sociais fazem, no decorrer do dia, um tuitaço para divulgar os impactos ambientais e sociais da obra, O alvo principal do protesto virtual é o sistema bancário, o qual, segundo os ativistas, é o maior financiador da obra, principalmente o Banco Nacional Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
As hashtags – expressões que demarcam temas em manifestações em redes sociais como Twitter e Facebook – sugeridas são #PareBeloMonte e #BeloMonteNao.
O banco estatal, que prevê financiar 80% dos R$ 30 bilhões previstos para a obra, tem sido cobrado a aplicar contrapartidas sociais, ambientais e jurídicas na análise de pedido de empréstimos. Segundo os organizadores do protesto virtual, se aplicados esse critérios, o banco tornaria a usina inelegível para o recebimento de recursos.
É por se tratar de um banco estatal que “Belo Monte: com meu dinheiro não!” é um dos lemas. Além do BNDES, outros bancos, privados e públicos, também estão na mira, assim como empreiteiras, empresas e órgãos do governo envolvidos com a hidrelétrica.
Ao divulgar a iniciativa, foram sugeridos como "alvos" do poder público a Eletrobras, a presidenta Dilma Rousseff, o Blogue do Planalto, a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre empresas, a Vale Carreiras e a Camargo Correia são citadas. Os bancos criticados são Itaú, Banco do BRasil, Bradesco e Santander.
No último sábado (20), ativistas em pelo menos 30 cidades do mundo, promoveram atos contra a construção da hidrelétrica no rio Xingu. Planejada desde o fim da década de 1970, o projeto alcançou licença ambiental e o governo brasileiro realizou licitação para a obra. Desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na administração da atual presidenta Dilma Rousseff, a hidrelétrica é considerada fundamental para dar conta da demanda de energia elétrica crescente no país, porém, criticada por vários segmentos da sociedade.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2011/08/ativistas-miram-bancos-em-protesto-virtual-contra-belo-monte
As hashtags – expressões que demarcam temas em manifestações em redes sociais como Twitter e Facebook – sugeridas são #PareBeloMonte e #BeloMonteNao.
O banco estatal, que prevê financiar 80% dos R$ 30 bilhões previstos para a obra, tem sido cobrado a aplicar contrapartidas sociais, ambientais e jurídicas na análise de pedido de empréstimos. Segundo os organizadores do protesto virtual, se aplicados esse critérios, o banco tornaria a usina inelegível para o recebimento de recursos.
É por se tratar de um banco estatal que “Belo Monte: com meu dinheiro não!” é um dos lemas. Além do BNDES, outros bancos, privados e públicos, também estão na mira, assim como empreiteiras, empresas e órgãos do governo envolvidos com a hidrelétrica.
Ao divulgar a iniciativa, foram sugeridos como "alvos" do poder público a Eletrobras, a presidenta Dilma Rousseff, o Blogue do Planalto, a Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE) e o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Entre empresas, a Vale Carreiras e a Camargo Correia são citadas. Os bancos criticados são Itaú, Banco do BRasil, Bradesco e Santander.
No último sábado (20), ativistas em pelo menos 30 cidades do mundo, promoveram atos contra a construção da hidrelétrica no rio Xingu. Planejada desde o fim da década de 1970, o projeto alcançou licença ambiental e o governo brasileiro realizou licitação para a obra. Desde a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e na administração da atual presidenta Dilma Rousseff, a hidrelétrica é considerada fundamental para dar conta da demanda de energia elétrica crescente no país, porém, criticada por vários segmentos da sociedade.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/ambiente/2011/08/ativistas-miram-bancos-em-protesto-virtual-contra-belo-monte
Líder de ocupação é sexto assassinado em áreas rurais no Pará desde maio
Publicado em 25/08/2011, 19:32
Última atualização às 23:27
São Paulo - A violência no campo fez mais uma vítima na manhã desta quinta-feira (25). Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), foi o sexto assassinato de camponses no Pará desde maio deste ano. Valdemar Oliveira Barbosa foi morto por dois pistoleiros em uma moto quando trafegava de bicicleta pelo bairro de São Félix, em Marabá (PA), município a 485 quilometros de Belém.
Valdemar, conhecido como Piauí, era sócio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá e coordenou por vários anos um grupo de famílias que ocupava a fazenda Estrela da Manhã, também no município. Como a fazenda não foi desapropriada, ele voltou para Marabá, onde ajudou a organizar a ocupação urbana na Folha 06, no bairro Nova Marabá, onde residia atualmente.
A vítima há mais de um ano também coordenava outro grupo de famílias que ocupavam uma fazenda no município de Jacundá. No final de 2010, elas foram despejadas pela Polícia Militar e, até hoje, Valdemar auxiliava o grupo sem terra.
De acordo com informações da CPT, a Fazenda Califórnia está localizada a 15 quilometros de Jacundá. Pistoleiros teriam sido contratados pelo fazendeiro para impedir uma nova ocupação do imóvel. O assassinato de Valdemar pode ter ligação com a tentativa de reocupação da fazenda. Até o momento a polícia não deu qualquer informação sobre a autoria do crime.
Passados três meses, houve avanços parciais em investigações do assassinato dos líderes extrativistas José Claudio e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna. Porém, ninguém foi preso até o momento. Segundo a CPT, o comportamento da polícia civil do Pará tem sido de investigar as vítimas e não os responsáveis pelas mortes, quando se trata de crimes no campo. Por isso, o órgão é um dos defensores da federalização desses casos, por considerar que a Justiça estadual tem menos condição de lidar com pressões.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/08/lider-de-ocupacao-e-assassinado-em-maraba
Valdemar, conhecido como Piauí, era sócio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Marabá e coordenou por vários anos um grupo de famílias que ocupava a fazenda Estrela da Manhã, também no município. Como a fazenda não foi desapropriada, ele voltou para Marabá, onde ajudou a organizar a ocupação urbana na Folha 06, no bairro Nova Marabá, onde residia atualmente.
A vítima há mais de um ano também coordenava outro grupo de famílias que ocupavam uma fazenda no município de Jacundá. No final de 2010, elas foram despejadas pela Polícia Militar e, até hoje, Valdemar auxiliava o grupo sem terra.
De acordo com informações da CPT, a Fazenda Califórnia está localizada a 15 quilometros de Jacundá. Pistoleiros teriam sido contratados pelo fazendeiro para impedir uma nova ocupação do imóvel. O assassinato de Valdemar pode ter ligação com a tentativa de reocupação da fazenda. Até o momento a polícia não deu qualquer informação sobre a autoria do crime.
Passados três meses, houve avanços parciais em investigações do assassinato dos líderes extrativistas José Claudio e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna. Porém, ninguém foi preso até o momento. Segundo a CPT, o comportamento da polícia civil do Pará tem sido de investigar as vítimas e não os responsáveis pelas mortes, quando se trata de crimes no campo. Por isso, o órgão é um dos defensores da federalização desses casos, por considerar que a Justiça estadual tem menos condição de lidar com pressões.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/08/lider-de-ocupacao-e-assassinado-em-maraba
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
A vida urbana, o Código Florestal e a soberania nacional
Por Geraldo Vitor de Abreu
A maioria dos brasileiros que vivem nas cidades já se habituou ao cumprimento das regras de ordenamento territorial. As rotinas de obras civis são tratadas nas Leis de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. O cidadão, quando vai construir, precisa se enquadrar ao limite permitido de uso do terreno, a taxa de permeabilização do solo para o escoamento das águas pluviais, altura máxima da edificação, se é permitido o uso comercial na via etc. Em algumas cidades, construções maiores precisam inclusive da apresentação de um estudo e relatório de impacto ambiental, que deve apontar os impactos na infraestrutura da região, como o aumento na demanda por saúde, educação, transporte, saneamento e outros serviços de natureza pública que terão de ser equacionados.
Tais limites são definidos com vistas a garantir o desenvolvimento organizado das cidades. Quem não segue as regras é punido com multas, demolições e ainda não consegue o Habite-se junto ao governo local, que é o certificado de regularidade do imóvel. Sua falta impede que o proprietário possa vendê-lo por meio do sistema financeiro de habitação, que não financia imóveis irregulares.
Assim como o meio urbano, o meio rural também tem regras a serem cumpridas e o principal instrumento de regulação é o Código Florestal (Lei 4771/65), que está em revisão pelo Congresso Nacional. As principais alterações propostas tratam das áreas de preservação permanente(APP), área protegida nos termos dos arts. 2o e 3o desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas) e de Reserva Legal ( área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas;) , as margens dos rios que devem estar preservadas em, no mínimo, 30 metros, as encostas e topos de morro que são alimentadores naturais dos lençóis freáticos. A reserva legal é outro tema polemico. Hoje as propriedades na Amazônia devem ter 80% de reserva legal, 35% por cento, na propriedade situada em área de cerrado localizada na Amazônia Legal, e 20% para as demais regiões do Brasil ( Artigo 16) .
A proposta aprovada na Câmara dos Deputados – e que será submetida ao Senado Federal – altera radicalmente vários destes dispositivos. Começa com a área preservada das margens de rios, que reduz de 30 para 15 metros. Além disso, propõem anistiar todos desmatadores que infringiram a legislação até 2008. Segue com a proposta de redução da reserva legal a zero em propriedades que possuirem até quatro módulos rurais. Para entender melhor: os módulos são definidos por região e, no caso da Amazônia, cada módulo tem 100 hectares. Ou seja, qualquer propriedade de até 400 hectares estaria isenta de manter a reserva legal. Considerando que cada hectare tem 10.000 metros quadrados, estamos falando em 4.000.000 (quatro milhões) de metros quadrados por propriedade.
Os proprietários dessas terras quando compraram – e se de fato compraram – sabiam das regras de uso definidos pelo Código Florestal. Na prática, a alteração aprovada na Câmara dos Deputados permite um aumento de 80% no uso destas propriedades na amazônia, como sabemos a esta região representa 60% do territorio brasileiro, neste caso em números absolutos, apenas na região amazônica, estamos falando em 48% do nosso territorio que estará sendo liberado para serem alterados em sua composição natural. Nos demais biomas segue a proporção por reserva legal definida na atual legislação. Caso seja aprovado o texto como está, o Estado brasileiro perderá um importante instrumento de controle dos nossos recursos naturais, que é fundamental para a manutenção da qualidade de vida de todos os brasileiros e até mesmo do nosso planeta.
O perfil do campo brasileiro mudou bastante nos últimos anos. Vivemos um processo de modernização agrícola bastante intenso. Empresas se estruturaram fortemente, a produção de commodities passou a ter um grande peso na nossa balança comercial, os bancos públicos investem massivamente neste segmento, muitos pequenos e médios agricultores estão alugando suas terras para empresas multinacionais. Vivemos um processo ostensivo de ocupação territorial.
O antigo latifúndio improdutivo agora está dando lugar aos interesses da agroindústria multinacional.
O Brasil tem um histórico de exportador de materiais primários de baixo valor agregado em vários segmentos da nossa indústria. E este mesmo modelo esta se reproduzindo no setor agrícola.
Nossos produtos saem do Brasil na forma de commodities para serem beneficiados no exterior e, além de levarem nossos recursos naturais, levam também os empregos que poderiam estar sendo gerados aqui mesmo com o beneficiamento desses produtos.
O texto do Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados coloca em debate também a soberania territorial brasileira, considero que as regras do direito à propriedade devem estar de acordo com os interesses da nação, precisamos sim estar atentos às legitimas demandas dos nossos agricultores familiares que são responsáveis pela maior parte dos alimentos que estão à mesa da nossa população, a legislação precisa tratar este segmento de forma diferenciada, o que não me parece compreensível é que se trate os diferentes de forma igual, misturar o agronegócio com os pequenos produtores é como colocar a raposa para tomar conta do galinheiro, o texto como esta condicionará o estado brasileiro a fiscalizar a aplicação de uma legislação que não atente para os interesses estratégicos de seu povo, neste momento, torna-se urgente que a sociedade brasileira se mobilize para que o Senado Federal possa corrigir estas imperfeições.
Vamos à luta!
*Geraldo Vitor de Abreu é membro da Secretaria Nacional de Meio Ambiente do PT
“Evitar que os cidadãos pensem é uma tarefa permanente da mídia”
O MUNDO À BEIRA DO CAOS
por Miguel Urbano Rodrigues
A crise do capitalismo é tão profunda que até os líderes dos EUA e da União Europeia e os ideólogos do neoliberalismo assumem essa realidade. Estão alarmados por não enxergarem uma solução que possa deter a corrida para o abismo. Esforçam-se sem êxito para que apareça luz no fim do túnel.
Apesar das contradições existentes, os EUA e as grandes potências da União Europeia puseram fim às guerras interimperialistas – como a de 1914-18 e a de 1939-45 – substituindo-as por um imperialismo colectivo, sob a hegemonia norte-americana, que as desloca para países do chamado Terceiro Mundo submetidos ao saque dos seus recursos naturais.
Mas a evolução da conjuntura mundial demonstra também com clareza que a crise do capital não pode ser resolvida no quadro de uma «transnacionalização global», tese defendida por Toni Negri e Hardt no seu polémico livro em que negam o imperialismo tal como o definiu Lenine. Entre os EUA e a União Europeia (e os países emergentes da Ásia e da América Latina) existe um abismo histórico que não foi nem pode ser eliminado em tempo previsível.
A crescente internacionalização da gestão não desemboca automaticamente na globalização da propriedade. O Estado transnacional, a que aspiram uma ONU instrumentalizada, o FMI, o Banco Mundial e a OMC é ainda uma aspiração distante do sistema de poder (*).
O caos em que o mundo está cair ilumina o desespero do capital perante a crise pela qual é responsável.
A ascensão galopante da direita neoliberal ao governo em países da União Europeia ressuscita o fantasma da ascensão do fascismo na Republica de Weimar. A Historia não se repete porem da mesma maneira e é improvável que a extrema-direita se instale no Poder no Velho Mundo. Mas a irracionalidade do assalto à razão é uma realidade.
O jogo do dinheiro nas bolsas é hoje muito mais importante na acumulação de gigantescas fortunas do que a produção. O papel dos «mercados» – eufemismo que designa o funcionamento da engrenagem da especulação nas manobras do capital – tornou-se decisivo no desencadeamento de crises que levam à falência países da União Europeia. Uma simples decisão do gestor de «uma agência de notação» pode desencadear o pânico em vastas áreas do mundo.
O surto de violência em bairros degradados de Londres, Birmingham, Manchester e Liverpool alarma a Inglaterra de Cameron e motiva nas televisões e jornais ditos de referência torrentes de interpretações disparatadas de sociólogos e psicanalistas que falam como porta-vozes da classe dominante.
Em Washington, congressistas influentes manifestam o temor de que, o «fenómeno britânico» alastre aos EUA e, nos guetos das suas grandes cidades, jovens latinos e negros imitem os das minorias da Grã Bretanha, estimulados por mensagens e apelos no Twitter e no Facebook.
Mas enquanto a pobreza e a miséria aumentam, incluindo nos países mais ricos, a crise não afecta os banqueiros e os gestores das grandes empresas. Segundo a revista «Fortune», as fortunas de 357 multimilionários ultrapassam o PIB de vários países europeus desenvolvidos.
Nos EUA, na Alemanha, na França, na Itália os detentores do poder proclamam que a democracia política atingiu um patamar superior nas sociedades desenvolvidas do Ocidente. Mentem. A censura à moda antiga não existe. Mas foi substituída por um tipo de manipulação das consciências eficaz e perverso. Os factos e as notícias são seleccionados, apresentados, valorizados ou desvalorizados, mutilados e distorcidos, de acordo com as conveniências do grande capital. O objectivo é impedir os cidadãos de compreender os acontecimentos de que são testemunhas e o seu significado.
Os jornais e as cadeias de televisão nos EUA, na Europa, no Japão, na América Latina dedicam cada vez mais espaço ao «entretenimento» e menos a grandes problemas e lutas sociais e ao entendimento do movimento da Historia profunda.
Os temas impostos pelos editores e programadores – agentes mais ou menos conscientes do capital – são concursos alienantes, a violência em múltiplas frentes, a droga, o crime, o sexo, a subliteratura, o quotidiano do jet set, a vida amorosa de príncipes e estrelas, a apologia do sucesso material, as férias em lugares paradisíacos, etc.
Evitar que os cidadãos, formatados pela engrenagem do poder, pensem, é uma tarefa permanente dos media.
As crónicas de cinema, de televisao, a musica, a critica literária reflectem bem a atmosfera apodrecida do tipo de sociedade definida como civilizada e democrática por aqueles que, colocados na cúpula do sistema de poder, se propõem como aspiração suprema a multiplicar o capital.
Em Portugal surgiu como inovação grotesca um clube de pensadores; os debates, mesas redondas e entrevistas com dóceis comentadores, mascarados de «analistas», são insuportáveis pela ignorância, hipocrisia e mediocridade da quase totalidade desses serventuários do capital. Contra-revolucionários como Mario Soares, António Barreto, Medina Carreira, Júdice; formadores de opinião como Marcelo Rebelo de Sousa, um intoxicador de mentes influenciáveis que explica o presente e prevê o futuro como se fora o oráculo de Delfos; jornalistas his master voice, como Nuno Rogeiro e Teresa de Sousa; colunistas arrogantes que odeiam o povo português e a humanidade, como Vasco Pulido Valente, pontificam nos media imitando bruxos medievais, servindo o sistema em exercícios de verborreia que ofendem a inteligencia.
O Primeiro-ministro e o seu lugar-tenente Portas, exibindo posturas napoleónicas, pedem «sacrifícios» e compreensão aos trabalhadores enquanto, submissos, aplicam o projecto do grande capital e cumprem exigências do imperialismo.
Desde o inicio do primeiro governo Sócrates, o que restava da herança revolucionaria de Abril foi mais golpeado e destruído do que no quarto de século anterior.
Ao Portugal em crise exige- se o pagamento de uma factura enorme da crise maior em que se afunda o capitalismo.
Nos EUA, pólo hegemónico do sistema, o discurso do Presidente Obama, despojado das lantejoulas dos primeiros meses de governo, aparece agora como o de um político disposto a todas as concessões para permanecer na Casa Branca. A sua ultima capitulação perante o Congresso estilhaçou o que sobrava da máscara de humanista reformador. Para que o Partido Republicano permitisse aumentar de dois biliões de dólares o tecto de uma divida publica astronomica- já superior ao Produto Interno Bruto do país – aceitou manter intocáveis os privilégios indecorosos usufruídos por uma classe dominante que paga impostos ridículos e golpear duramente um serviço de saúde que já era um dos piores do mundo capitalista. A contrapartida da debilidade interior é uma agressividade crescente no exterior.
Centenas de instalações militares estadounidenses foram semeadas pela Ásia, Europa, América Latina e África.
Mas «a cruzada contra o terrorismo» não produziu os resultados esperados. As agressões americanas aos povos do Iraque e do Afeganistão promoveram o terrorismo em escala mundial em vez de o erradicar. Crimes monstruosos foram cometidos pela soldadesca americana no Iraque e no Afeganistão. O Congresso legalizou a tortura de prisioneiros. A «pacificação do Iraque», onde a resistência do povo à ocupação é uma realidade não passa de um slogan de propaganda. No Afeganistão, apesar da presença de 140 000 soldados dos EUA e da NATO, a guerra está perdida.
Os bombardeamentos de aldeias do noroeste do Paquistão por aviões sem piloto, comandados dos EUA por computadores, semeiam a morte e a destruição, provocando a indignação do povo daquele país.
O bombardeamento da Somália (onde a fome mata diariamente milhares de pessoas) por aviões da USAF, e de tribos do Iémen que lutam contra o despotismo medieval do presidente Saleh tornou-se rotineiro. Como sempre, Washington acusa as vítimas de ligações à Al Qaeda.
Na África, a instalação do AFRICOM, um exército americano permanente, e a agressão da NATO ao povo da Líbia confirmam a mundialização de uma a estratégia imperial.
O terrorismo de Estado emerge como componente fundamental da estratégia de poder dos EUA.
Obviamente, Washington e os seus aliados da União Europeia, tentam transformar o crime em virtude. Os patriotas que no Iraque, no Afeganistão, na Líbia resistem às agressões imperiais são qualificados de terroristas; os governos fantoches de Bagdad e Kabul estariam a encaminhar os povos iraquiano e afegão para a democracia e o progresso; o Irão, vítima de sanções, é ameaçado de destruição; o aliado neofascista israelense apresentado como uma democracia moderna.
A perversa falsificação da Historia é hoje um instrumento imprescindível ao funcionamento de uma estratégia de poder monstruosa que, essa sim, ameaça a Humanidade e a própria continuidade da vida na Terra.
O imperialismo acumula porem derrotas e os sintomas do agravamento da crise estrutural do capitalismo são inocultáveis.
O capitalismo, pela sua própria essência, não é humanizável. Terá de ser destruído. A única alternativa que desponta no horizonte é o socialismo. O desfecho pode tardar. Mas a resistência dos povos à engrenagem do capital que os oprime cresce na Ásia, na Europa, na América Latina, na África. Eles são o sujeito da História e a vitoria final será sua.
Vila Nova de Gaia, 15 de Agosto de 2011
(*) Estes temas são tratados em profundidade pelo economista argentino Claudio Katz num livro a ser editado brevemente
Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/evitar-que-os-cidadaos-pensem-e-uma-tarefa-permanente-da-midia.html
por Miguel Urbano Rodrigues
A crise do capitalismo é tão profunda que até os líderes dos EUA e da União Europeia e os ideólogos do neoliberalismo assumem essa realidade. Estão alarmados por não enxergarem uma solução que possa deter a corrida para o abismo. Esforçam-se sem êxito para que apareça luz no fim do túnel.
Apesar das contradições existentes, os EUA e as grandes potências da União Europeia puseram fim às guerras interimperialistas – como a de 1914-18 e a de 1939-45 – substituindo-as por um imperialismo colectivo, sob a hegemonia norte-americana, que as desloca para países do chamado Terceiro Mundo submetidos ao saque dos seus recursos naturais.
Mas a evolução da conjuntura mundial demonstra também com clareza que a crise do capital não pode ser resolvida no quadro de uma «transnacionalização global», tese defendida por Toni Negri e Hardt no seu polémico livro em que negam o imperialismo tal como o definiu Lenine. Entre os EUA e a União Europeia (e os países emergentes da Ásia e da América Latina) existe um abismo histórico que não foi nem pode ser eliminado em tempo previsível.
A crescente internacionalização da gestão não desemboca automaticamente na globalização da propriedade. O Estado transnacional, a que aspiram uma ONU instrumentalizada, o FMI, o Banco Mundial e a OMC é ainda uma aspiração distante do sistema de poder (*).
O caos em que o mundo está cair ilumina o desespero do capital perante a crise pela qual é responsável.
A ascensão galopante da direita neoliberal ao governo em países da União Europeia ressuscita o fantasma da ascensão do fascismo na Republica de Weimar. A Historia não se repete porem da mesma maneira e é improvável que a extrema-direita se instale no Poder no Velho Mundo. Mas a irracionalidade do assalto à razão é uma realidade.
O jogo do dinheiro nas bolsas é hoje muito mais importante na acumulação de gigantescas fortunas do que a produção. O papel dos «mercados» – eufemismo que designa o funcionamento da engrenagem da especulação nas manobras do capital – tornou-se decisivo no desencadeamento de crises que levam à falência países da União Europeia. Uma simples decisão do gestor de «uma agência de notação» pode desencadear o pânico em vastas áreas do mundo.
O surto de violência em bairros degradados de Londres, Birmingham, Manchester e Liverpool alarma a Inglaterra de Cameron e motiva nas televisões e jornais ditos de referência torrentes de interpretações disparatadas de sociólogos e psicanalistas que falam como porta-vozes da classe dominante.
Em Washington, congressistas influentes manifestam o temor de que, o «fenómeno britânico» alastre aos EUA e, nos guetos das suas grandes cidades, jovens latinos e negros imitem os das minorias da Grã Bretanha, estimulados por mensagens e apelos no Twitter e no Facebook.
Mas enquanto a pobreza e a miséria aumentam, incluindo nos países mais ricos, a crise não afecta os banqueiros e os gestores das grandes empresas. Segundo a revista «Fortune», as fortunas de 357 multimilionários ultrapassam o PIB de vários países europeus desenvolvidos.
Nos EUA, na Alemanha, na França, na Itália os detentores do poder proclamam que a democracia política atingiu um patamar superior nas sociedades desenvolvidas do Ocidente. Mentem. A censura à moda antiga não existe. Mas foi substituída por um tipo de manipulação das consciências eficaz e perverso. Os factos e as notícias são seleccionados, apresentados, valorizados ou desvalorizados, mutilados e distorcidos, de acordo com as conveniências do grande capital. O objectivo é impedir os cidadãos de compreender os acontecimentos de que são testemunhas e o seu significado.
Os jornais e as cadeias de televisão nos EUA, na Europa, no Japão, na América Latina dedicam cada vez mais espaço ao «entretenimento» e menos a grandes problemas e lutas sociais e ao entendimento do movimento da Historia profunda.
Os temas impostos pelos editores e programadores – agentes mais ou menos conscientes do capital – são concursos alienantes, a violência em múltiplas frentes, a droga, o crime, o sexo, a subliteratura, o quotidiano do jet set, a vida amorosa de príncipes e estrelas, a apologia do sucesso material, as férias em lugares paradisíacos, etc.
Evitar que os cidadãos, formatados pela engrenagem do poder, pensem, é uma tarefa permanente dos media.
As crónicas de cinema, de televisao, a musica, a critica literária reflectem bem a atmosfera apodrecida do tipo de sociedade definida como civilizada e democrática por aqueles que, colocados na cúpula do sistema de poder, se propõem como aspiração suprema a multiplicar o capital.
Em Portugal surgiu como inovação grotesca um clube de pensadores; os debates, mesas redondas e entrevistas com dóceis comentadores, mascarados de «analistas», são insuportáveis pela ignorância, hipocrisia e mediocridade da quase totalidade desses serventuários do capital. Contra-revolucionários como Mario Soares, António Barreto, Medina Carreira, Júdice; formadores de opinião como Marcelo Rebelo de Sousa, um intoxicador de mentes influenciáveis que explica o presente e prevê o futuro como se fora o oráculo de Delfos; jornalistas his master voice, como Nuno Rogeiro e Teresa de Sousa; colunistas arrogantes que odeiam o povo português e a humanidade, como Vasco Pulido Valente, pontificam nos media imitando bruxos medievais, servindo o sistema em exercícios de verborreia que ofendem a inteligencia.
O Primeiro-ministro e o seu lugar-tenente Portas, exibindo posturas napoleónicas, pedem «sacrifícios» e compreensão aos trabalhadores enquanto, submissos, aplicam o projecto do grande capital e cumprem exigências do imperialismo.
Desde o inicio do primeiro governo Sócrates, o que restava da herança revolucionaria de Abril foi mais golpeado e destruído do que no quarto de século anterior.
Ao Portugal em crise exige- se o pagamento de uma factura enorme da crise maior em que se afunda o capitalismo.
Nos EUA, pólo hegemónico do sistema, o discurso do Presidente Obama, despojado das lantejoulas dos primeiros meses de governo, aparece agora como o de um político disposto a todas as concessões para permanecer na Casa Branca. A sua ultima capitulação perante o Congresso estilhaçou o que sobrava da máscara de humanista reformador. Para que o Partido Republicano permitisse aumentar de dois biliões de dólares o tecto de uma divida publica astronomica- já superior ao Produto Interno Bruto do país – aceitou manter intocáveis os privilégios indecorosos usufruídos por uma classe dominante que paga impostos ridículos e golpear duramente um serviço de saúde que já era um dos piores do mundo capitalista. A contrapartida da debilidade interior é uma agressividade crescente no exterior.
Centenas de instalações militares estadounidenses foram semeadas pela Ásia, Europa, América Latina e África.
Mas «a cruzada contra o terrorismo» não produziu os resultados esperados. As agressões americanas aos povos do Iraque e do Afeganistão promoveram o terrorismo em escala mundial em vez de o erradicar. Crimes monstruosos foram cometidos pela soldadesca americana no Iraque e no Afeganistão. O Congresso legalizou a tortura de prisioneiros. A «pacificação do Iraque», onde a resistência do povo à ocupação é uma realidade não passa de um slogan de propaganda. No Afeganistão, apesar da presença de 140 000 soldados dos EUA e da NATO, a guerra está perdida.
Os bombardeamentos de aldeias do noroeste do Paquistão por aviões sem piloto, comandados dos EUA por computadores, semeiam a morte e a destruição, provocando a indignação do povo daquele país.
O bombardeamento da Somália (onde a fome mata diariamente milhares de pessoas) por aviões da USAF, e de tribos do Iémen que lutam contra o despotismo medieval do presidente Saleh tornou-se rotineiro. Como sempre, Washington acusa as vítimas de ligações à Al Qaeda.
Na África, a instalação do AFRICOM, um exército americano permanente, e a agressão da NATO ao povo da Líbia confirmam a mundialização de uma a estratégia imperial.
O terrorismo de Estado emerge como componente fundamental da estratégia de poder dos EUA.
Obviamente, Washington e os seus aliados da União Europeia, tentam transformar o crime em virtude. Os patriotas que no Iraque, no Afeganistão, na Líbia resistem às agressões imperiais são qualificados de terroristas; os governos fantoches de Bagdad e Kabul estariam a encaminhar os povos iraquiano e afegão para a democracia e o progresso; o Irão, vítima de sanções, é ameaçado de destruição; o aliado neofascista israelense apresentado como uma democracia moderna.
A perversa falsificação da Historia é hoje um instrumento imprescindível ao funcionamento de uma estratégia de poder monstruosa que, essa sim, ameaça a Humanidade e a própria continuidade da vida na Terra.
O imperialismo acumula porem derrotas e os sintomas do agravamento da crise estrutural do capitalismo são inocultáveis.
O capitalismo, pela sua própria essência, não é humanizável. Terá de ser destruído. A única alternativa que desponta no horizonte é o socialismo. O desfecho pode tardar. Mas a resistência dos povos à engrenagem do capital que os oprime cresce na Ásia, na Europa, na América Latina, na África. Eles são o sujeito da História e a vitoria final será sua.
Vila Nova de Gaia, 15 de Agosto de 2011
(*) Estes temas são tratados em profundidade pelo economista argentino Claudio Katz num livro a ser editado brevemente
Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/evitar-que-os-cidadaos-pensem-e-uma-tarefa-permanente-da-midia.html
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Código Internacional de Doenças (OMS) inclui influência dos Espíritos – Medicina reconhece obsessão espiritual
Por Dr. Sérgio Felipe de Oliveira*
*médico psiquiatra que coordena a cadeira de Medicina e Espiritualidade na USP
A obsessão espiritual como doença_da_alma, já é reconhecida pela Medicina.. Em artigos anteriores, escrevi que a obsessão espiritual, na qualidade de doença da alma, ainda não era catalogada nos compêndios da Medicina, por esta se estruturar numa visão cartesiana, puramente organicista do Ser e, com isso, não levava em consideração a existência da alma, do espírito.
No entanto, quero retificar, atualizar os leitores de meus artigos com essa informação, pois desde1998, aOrganização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o bem-estar espiritual como uma das definições de saúde, ao lado do aspecto físico, mental e social. Antes, a OMS definia saúde como o estado de completo bem-estar biológico, psicológico e social do indivíduo e desconsiderava o bem estar espiritual, isto é, o sofrimento da alma; tinha, portanto, uma visão reducionista, organicista da natureza humana, não a vendo em sua totalidade: mente, corpo e espírito.
Mas, após a data mencionada acima, ela passou a definir saúde como o estado de completo bem-estar do ser humano integral: iológico, psicológico e espiritual.
Desta forma, a obsessão espiritual oficialmente passou a ser conhecida na Medicina como possessão e estado_de_transe, que é um item do CID – Código Internacional de Doenças – que permite o diagnóstico da interferência espiritual Obsessora.
O CID 10, item F.44.3 – define estado de transe e possessão como a perda transitória da identidade com manutenção de consciência do meio-ambiente, fazendo a distinção entre os normais, ou seja, os que acontecem por incorporação ou atuação dos espíritos, dos que são patológicos, provocados por doença.
Os casos, por exemplo, em que a pessoa entra em transe durante os cultos religiosos e sessões mediúnicas não são considerados doença.
Neste aspecto, a alucinação é um sintoma que pode surgir tanto nos transtornos mentais psiquiátricos – nesse caso, seria uma doença, um transtorno dissociativo psicótico ou o que popularmente se chama de loucura bem como na interferência de um ser desencarnado, a Obsessão espiritual..
Portanto, a Psiquiatria já faz a distinção entre o estado de transe normal e o dos psicóticos que seriam anormais ou doentios.
O manual de estatística de desordens mentais da Associação Americana de Psiquiatria – DSM IV – alerta que o médico deve tomar cuidado para não diagnosticar de forma equivocada como alucinação ou psicose, casos de pessoas de determinadas comunidades religiosas que dizem ver ou ouvir espíritos de pessoas mortas, porque isso pode não significar uma alucinação ou loucura.
Na Faculdade de Medicina DA USP, o Dr. Sérgio Felipe de Oliveira, médico, que coordena a cadeira (HOJE OBRIGATÓRIA) de Medicina e Espiritualidade.
Na Psicologia, Carl Gustav Jung, discípulo de Freud, estudou o caso de uma médium que recebia espíritos por incorporação nas sessões espíritas.
Na prática, embora o Código Internacional de Doenças (CID) seja conhecido no mundo todo, lamentavelmente o que se percebe ainda é muitos médicos rotularem todas as pessoas que dizem ouvir vozes ou ver espíritos como psicóticas e tratam-nas com medicamentos pesados pelo resto de suas vidas.
Em minha prática clínica (também praticada por Ian Stevenson), a grande maioria dos pacientes, rotulados pelos psiquiatras de “psicóticos” por ouvirem vozes (clariaudiência) ou verem espíritos (clarividência), na verdade, são médiuns com desequilíbrio mediúnico e não com um desequilíbrio mental, psiquiátrico. (Muitos desses pacientes poderiam se curar a partir do momento que tivermos uma Medicina que leva em consideração o Ser Integral).
Portanto, a obsessão espiritual como uma enfermidade da alma, merece ser estudada de forma séria e aprofundada para que possamos melhorar a qualidade de vida do enfermo.
Fonte: http://feeak.com/2011/08/23/codigo-internacional-de-doencas-oms-inclui-influencia-dos-espiritos-medicina-reconhece-obsessao-espiritual/#more-1280
Santayana: a Líbia e a esperteza dos tolos
A Otan, a Líbia, e a esperteza dos tolos
por Mauro Santayana
O dia 11 de novembro de 1630 foi decisivo para a história da França e da Europa. Nesse dia, em Versailles, um jovem rei, Luís 13, rompeu com a mãe, a Rainha Maria de Médicis, e entregou todo o poder político da França a seu ministro, o Cardeal de Richelieu. Richelieu amanhecera deposto pela Rainha, mas um de seus conselheiros o convenceu a ir até o monarca, e expor-lhe suas razões. Foi uma conversa sem testemunhas. O fato é que Luis 13 teve a atitude que correspondia ao filho de Henrique IV: “entre minha mãe e o Estado, fico com o Estado”.
Ao tomar conhecimento da reviravolta, quando os inimigos do Cardeal festejavam sua derrota, o poeta Guillaume Bautru, futuro Conde de Serrant – um dos fundadores da Academia Francesa, libertino, sedutor, e homem de frases curtas e fortes – resumiu os fatos, ao ridicularizar os açodados: “c’est la journée des dupes”. Em nossa boa língua pátria, “o dia dos tolos”. Ao mesmo tempo em que se vingava da princesa italiana, que o humilhara, Richelieu iniciava uma fase de grandeza da monarquia de seu país que só se encerraria 162 anos depois, com a decapitação de Luís 16.
A história é cheia de jornadas semelhantes. Os planos, por mais bem elaborados sejam, nunca se cumprem exatamente e, na maioria das vezes, se frustram, diante dos caprichosos deuses do inesperado. O caso da Líbia, se o examinarmos com cuidado, está prometendo ser uma operação “des dupes”. Não vai, nesta análise, qualquer juízo moral sobre Khadafi. É certo que se trata de um megalômano, que, tendo chegado ao poder aos 27 anos, provavelmente não estivesse preparado para administrar o êxito que coroou a sua participação na revolta contra outro déspota, o rei Idris. Mas Khadafi não teria sido quem foi, durante 42 anos, se a Europa e os Estados Unidos não tivessem tido atitude sinuosa e incoerente para com o seu regime. Reagan chegou a determinar o ataque aéreo a Trípoli e Bengazi, em 1986, quando uma residência de Khadafi foi atingida e uma sua filha adotiva morreu. Esses ataques, longe de enfraquecer o governante, fortaleceram-no, e desestimularam os poucos inimigos tribais internos.
Os interesses econômicos da Europa, que fazia bons negócios com o dirigente do velho espaço dos beduínos, berberes e tuaregues, ditaram as oscilações da diplomacia diante de Trípoli. A bolsa, sempre pejada e generosa, de Khadafi, favorecia seus entendimentos e os de seus filhos com altos funcionários das chancelarias européias e financiavam festas suntuosas a que eram convidadas as grandes celebridades do show business e dos círculos ociosos da grã-finagem internacional. Enfim, Khadafi fazia o que quase todos fazem. Não é por acaso que Berlusconi sempre o teve como um de seus mais devotados amigos, até que, coerente com seu caráter, somou-se à cruzada contra Trípoli.
Khadafi, por mais insano tenha sido – e todos podiam identificar os sinais de sua mente vacilante – fez um governo de bem-estar social, como nenhum outro da região. Contando com os recursos do petróleo, criou sistema de assistência à saúde que, mesmo restrito aos centros urbanos, tem sido exemplar. Reduziu drasticamente os níveis de mortalidade infantil, possibilitou o tratamento gratuito de toda a população, universalizou a educação, estimulou a agricultura nas raras terras cultiváveis, e fixou salários dignos para os trabalhadores. É certo que se enriqueceu e enriqueceu seus familiares e favoritos, mas os líbios não tinham por que queixar-se de sua política social. Em contrapartida, não admitia qualquer tipo de oposição.
Monsieur Sarkozy, que anda fazendo apostas perigosas com a posteridade, e Cameron, da Grã Bretanha, foram os grandes animadores da intervenção maciça da Otan contra a Líbia. A ocasião era propícia. A Europa se encontra combalida com a crise econômica e o avanço da corrupção está erodindo a coesão de seus povos. O tema é de particular intimidade da França, detentora, na História, dos mais espetaculares escândalos, entre eles o da frustrada construção do Canal do Panamá por uma companhia francesa: a empresa obtivera, mediante propinas a muitos parlamentares, a concessão de uma loteria especial para o financiamento da obra, recolhera investimentos pesados dos homens de negócios europeus e dos poupadores modestos, e quebrou espetacularmente poucos meses depois. Durante muito tempo, “panamá” passou a ser sinônimo, em todas as línguas, de negócios escusos e da corrupção política. Talvez com a única exceção dos tempos de De Gaulle, nunca houve governo na França imune a denúncias de sujeiras semelhantes. A corrupção foi uma das causas da Revolução Francesa.
Quase todos estão saudando a vitória contra Khadafi, mas isso não significa que tenham conquistado a Líbia. São grupos internos de interesses diferentes que se uniram, para livrar-se de um inimigo comum, com o apoio das potências estrangeiras, que bombardearam sistematicamente a população civil – o que, convenhamos, é terrorismo puro. Mas, sempre que as armas se calam, novo e mais complicado conflito se inicia. Quem assumirá o poder? Irão as tribos do deserto, que se relacionam entre elas mediante complexa malha de fidelidade, fundada no parentesco e nas alianças bélicas seculares, unir-se sob um protetorado estrangeiro? É duvidoso.
Há uma questão de fundo, que Sarkozy e Cameron, em seu açodamento, desprezaram. Londres e Paris, pressurosos em aproveitar os episódios dos países árabes, a fim de reocuparem seu domínio colonial, tomando o lugar da Itália na influência sobre a Líbia, esqueceram-se de Israel. Mubarak, do Egito, o principal aliado de Tel-Aviv, e fiel vassalo de Washington, perdeu o poder e corre o risco de perder também a cabeça. Israel tomou a iniciativa de provocar as novas autoridades do Egito ao cometer o ataque fronteiriço, que causou a morte de oficiais daquele país, na pressão para que se feche novamente a passagem aos palestinos. Nada indica que os governos que eventualmente sucedam aos déspotas destituídos no Egito e na Tunísia, e os que possam vir a ser derrubados nas vizinhanças, sejam mais condescendentes com Israel. Até mesmo a Síria é uma incógnita, no caso em que Assad perca o mando. A Itália, acossada pela crise econômica e pela desmoralização de Berlusconi, em lugar da neutralidade, somou-se, na undécima hora, aos agressores.
Os fundamentalistas se somam aos que saúdam os movimentos de rebeldia nos países árabes. A Palestina, por intermédio do Hamas, aplaude o fim de Khadafi. Terá suas razões para isso. E a rede Al Jazeera já está emitindo de Trípoli. Como se queixou Khadafi, a Al-Qaeda não o apoiava.
Enfim, para lembrar o burlador Conde de Serrant, é bem provável que este ano de 2011 fique na história como o ano dos tolos.
Enfim, para lembrar o burlador Conde de Serrant, é bem provável que este ano de 2011 fique na história como o ano dos tolos.
Movimentos sociais fazem atos em Brasília por reforma agrária, educação e saúde
Em carta entregue ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), manifestantes reivindicam melhorias nas políticas do governo, entre elas, maior destinação do PIB à educação
Publicado em 24/08/2011, 15:29
Última atualização às 15:29
Cerca de 20 mil trabalhadores protestaram contra a política econômica do governo na Jornada Nacional de Lutas (Foto: Antonio Cruz/Abr)
São Paulo - Movimentos sociais, sindicalistas e organizações não governamentais fazem passeatas e manifestações públicas, nesta quarta-feira (24), em Brasília, para reivindicar melhorias nas políticas de reforma agrária, educação e saúde, entre outros. As atividades são parte da Jornada Nacional de Lutas, que levou milhares de pessoas à Brasília, desde a segunda-feira (22).
As entidades entregaram uma carta ao presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), reafirmando suas reivindicações. Maia prometeu levar a carta à presidenta Dilma Rousseff. A manifestação foi organizada pela Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) e pela Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel).
Entre os movimentos sociais que participam da manifestação estão o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condesef), o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
O grupo defende a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação, assunto que está em discussão na Comissão Especial do Plano Nacional de Educação (PL 8.035/10), e pede mudanças na política econômica brasileira.
“Viemos aqui com uma reivindicação básica: é preciso mudar a politica econômica do país. Nesse momento ela privilegia os grandes bancos, grandes empresas, como o governo acabou de fazer com o Plano Brasil Maior, destinando R$ 25 milhões de verbas públicas para ajudar empresas. Faltam investimentos na educação, na saúde, na moradia. É preciso recursos para aumentar o salários dos servidores federais", destacou o coordenador da Conlutas, José Maria Almeida.
Sem Terra
O governo prometeu analisar até sexta-feira (26) as reivindicações apresentadas nesta terça (23) pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e pela Via Campesina. Os trabalhadores rurais querem solução para as dívidas dos assentamentos e de pequenos agricultores, que somam hoje R$ 30 bilhões, segundo cálculos do MST e o assentamento de cerca de 60 mil famílias hoje acampadas no país.Enquanto isso, a mobilização, de acordo com lideranças do movimento, vai continuar. Nesta quinta (25), os trabalhadores rurais esperam reunir cerca de 15 mil pessoas em uma marcha na Esplanada dos Ministérios. As mobilizações também vão ser mantidas em mais 20 estados de acordo com o coordenador do Movimento de Pequenos Agricultores, Plínio Simas.
“Estamos mantendo o movimento, que vem em um crescente, como as conversas com o governo, até sexta-feira. Até lá, as manifestações continuam. O governo precisa responder de forma concreta", disse Simas, após serem recebidos no Palácio do Planalto pelo ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Também participaram da reunião o ministro Afonso Florence, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, o secretário adjunto de Política Econômica, Gilson Bittencourt e o presidente do Incra, Celso Lacerda. As propostas apresentadas serão levadas ainda nesta quinta à presidenta Dilma Rousseff pelo ministro Carvalho.
Segundo o coordenador nacional do MST e da Via Campesina, José Valdir Misnerovicz, o governo deve apresentar uma proposta para aliviar a situação das dívidas dos assentamentos e também de assentar famílias que estão hoje, vivendo em acampamentos.
"Estamos em uma negociação importante, e o governo reconheceu que nossa pauta é justa. Esperamos propostas de recursos para aumentar o número de famílias e o governo deve também apresentar um plano emergencial para resolver a questão da dívida e do crédito", disse Misnerovicz.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2011/08/movimentos-sociais-fazem-manifestacao-a-favor-da-reforma-agraria-educacao-e-saude?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
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