eugênio moraes
O vice-prefeito Roberto Carvalho (PT) e Leonardo Quintão (PMDB) tentam viabilizar uma chapa
Os 17 servidores comissionados exonerados do gabinete do vice-prefeito Roberto Carvalho (PT), por ordem do prefeito Marcio Lacerda (PSB), vão entrar na Justiça contra o socialista e contra a prefeitura. Os exonerados argumentam que foram desmoralizados pelo prefeito, que justificou as demissões dizendo que eles não estavam "cumprindo suas funções em consonância com as diretrizes da administração municipal." A reunião de ontem entre PT, PMDB, PDT e PTB para discutir a sucessão em Belo Horizonte virou ato de desagravo a Carvalho. Mas enquanto os vereadores e o deputado federal Leonardo Quintão (PMDB) cerravam fileiras de apoio ao vice-prefeito e atacavam Lacerda, petistas aliados ao ministro Fernando Pimentel defendiam a atitude do prefeito. "Não vamos permitir que a honra dos nossos companheiros seja manchada, vamos entrar na Justiça", afirma o secretário-geral do PT de Belo Horizonte, Geraldo Arco Verde. O petista não sabe ainda que ação será tomada, mas que o departamento jurídico do partido está avaliando. Uma possibilidade é processar Lacerda por calúnia. Durante a reunião, Carvalho disse que as exonerações e extinção dos cargos foi um "ato de truculência, de agressão ao PT e a Belo Horizonte". "Os servidores foram demitidos e caluniados. Eles trabalhavam, sim, sobretudo junto aos movimentos sociais", diz o vice-prefeito. Para defender Carvalho, Quintão afirmou que o ato foi "arbitrário e fascista, desrespeitando a democracia." O parlamentar, que busca viabilizar uma chapa para concorrer contra Lacerda nas eleições de 2012, mandou um recado para o prefeito. "Acusou sem provas, agora terá que provar na Justiça." Os aliados do ministro Fernando Pimentel saíram em defesa do prefeito Marcio Lacerda. Para o ex-deputado federal Virgílio Guimarães, lembrado para ser vice do socialista, a medida não foi arbitrária. "O gabinete do vice era formulado para uma série de funções executivas. Hoje, o vice tem mais funções políticas, então, não justifica ter a mesma dimensão", afirmou. "É uma adaptação. Não justifica ter gabinete com 40 assessores", completou. Segundo Virgílio Guimarães, pode haver um remanejamento dos servidores demitidos. O grupo ligado ao ministro do Desenvolvimento apoia a aliança pela reeleição de Lacerda em 2012. Já Carvalho deseja lançar candidatura própria. Nos bastidores, os aliados de Pimentel já sabiam das exonerações. Há cerca de três meses, Lacerda teria pedido aos petistas ligados ao ministro o currículo de todos os funcionários lotados no gabinete de Roberto. A intenção era reaproveitá-los em outras áreas da prefeitura. O deputado federal Gabriel Guimarães (PT) evitou comentar o caso específico de Carvalho. Porém, defendeu que seu partido entregue os cargos na administração municipal, caso decida lançar candidatura independente. "Se não quiser ficar (com Lacerda nas eleições de 2012), tem que sair todo mundo", afirmou. Sem saber das declarações dos aliados de Pimentel, Roberto Carvalho mandou um recado duro. "O prefeito está escolhendo um lado, o lado do PSDB. Então, quem defender a aliança com o PSB está defendendo a coligação com os tucanos", afirmou. Fontes ligadas à prefeitura informaram que a decisão do socialista tem a finalidade de mandar um recado aos cerca de 500 petistas com cargos na administração municipal: quem optar pelo apoio a Roberto Carvalho, perderá o emprego. A prefeitura não quis se manifestar sobre o assunto. ( Colaborou Amália Goulart )
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