De posse de degravação onde é citada em reunião que tratou de chantagem, suborno e outros crimes, magistrada ainda mantêm preso o denunciante
A Polícia Federal já investiga com base em degravação de fita de reunião realizada em 10 de outubro passado com a presença de diversos advogados e Claudio Mourão tesoureiro da campanha de reeleição do ex-governador de Minas, hoje deputado federal Eduardo Azeredo. Nesta reunião, os assuntos abordados assustam.
Pela degravação, pode-se observar que a reunião ocorreu para “colocar em dia” as iniciativas do grupo, seus resultados e novos procedimentos a serem tomados. O assunto mais discutido foi o quanto o empresário Nilton Monteiro estava incomodando o grupo político ao qual os integrantes da reunião representam.
Realizada em 11 de outubro deste ano, o discutido e tratado na reunião acabou por confirmar-se dias depois com a prisão de Nilton Monteiro. O delegado Marcio Nabak a mando do secretário de Governo de Minas Gerais, Danilo de Castro, tentou através da prisão de Nilton Monteiro evitar que ele fosse depor ontem (27) perante a Justiça Federal de Minas como testemunha de acusação do Mensalão Mineiro.
A acusação para sua prisão foi de que ele teria falsificado diversos documentos. O que é duvidoso, uma vez que, segundo a defesa de Monteiro, todos os documentos tinham sido periciados comprovando sua autenticidade. Um dos documentos, a “Lista de Furnas” teve sua autenticidade decidida pelo próprio TJMG.
O planejado e executado acabou não surtindo efeito prático, pois o Juiz Federal, informado da estratégia adotada pelo delegado da Polícia Civil em transferir Monteiro em cima da hora para outra carceragem, determinou que a Polícia Federal encontrasse Monteiro e o levasse para depor. O que ocorreu.
Relatório da Polícia Federal sobre investigação da degravação da reunião anteriormente citada deve ser encaminhado para o ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. A juíza da Vara de Inquérito da Capital mineira que preside o processo e determinou a prisão de Monteiro há dias não despacha a petição dos advogados de Nilton Monteiro para que ele seja libertado.
Por tratar-se de prisão provisória, o prazo da detenção, conforme a lei, termina neste fim de semana. Diversos juristas consultados por Novojornal são unânimes em afirmar que a situação da magistrada é muito delicada, pois a mesma foi citada na reunião ocorrida.
Os assuntos tratados e relatados nesta reunião comprovam o quanto as instituições democráticas de Minas estão desgastadas. Novojornal publica abaixo cópia da degravação, porém teve o cuidado de cobrir com tarjas trechos com linguajar de preconceito racial e sexual.
Ontem (27) para complicar ainda mais a situação, a versão que corria dentro da Polícia Civil Mineira era de que o delegado Marcio Nabak, depois dos fatos ocorridos, estaria exigindo do secretário Danilo de Castro sua nomeação para Chefia da Polícia Civil de Minas Gerais. Entidades da Polícia Civil prometem manifestar-se a este respeito através de nota.
Fonte: http://www.novojornal.com/politica/noticia/gangue-dos-castros-juiza-preside-processo-onde-e-citada-28-10-2011.html