sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

PT tem até 1º de março para ir com Lacerda, senão...

Hoje o Lacerda deu entrevista na Rádio Itatiaia dando um ultimato ao PT: deve se posicionar até o dia 01 de março por apoio a sua reeleição. Mais tarde o vice-prefeito e presidente do PT-BH Roberto Carvalho rebateu dizendo que “Quem faz os prazos do PT é o PT. Eles são definidos pelo Diretório Nacional. E em Belo Horizonte quem marca as datas é o diretório municipal”. Era o que se esperava de Roberto, mantendo a dignidade do partido. Lacerda e os neo-tucanos lacerdistas já estão extrapolando as barreiras da boa convivência com as direrenças.

Esta ansiedade neo-tucana-lacerdista tem procedência; conseguiram antecipar o prazo para entrega de proposta para apoio a candidato externo ao PT para 15 de janeiro, para atender ao Lacerda que queria resolver o Chapão o mais rápido possível, mas, o tiro saiu pela culatra, o prazo exíguo dificultou as chances de "convencimento" de 1/3 do diretório municipal a assinar a proposta.

Conseguindo protocolar as assinaturas no prazo, mais uma vez, cabe somente a executiva municipal marcar a data para o Encontro. Sabedores disso, Lacerda e sua trupe além de tentar impor a data de 01 de março, insinua que precisa fazer uma reforma no seu secretariado, deixando transparente com esse posicionamento, uma clara situação de chantagem aos membros do partido na PBH.

Ele deveria se lembrar que desde 1992 com Patrus, depois Célio e finalmente Pimentel, houveram em alguns momentos candidatos disputando e governando na PBH, como Dr. Célio, Virgílio e Jô Moraes, sem que ninguém fosse chantageado. Os prefeitos Patrus, Dr. Célio e Pimentel nunca ameaçaram ninguém por suas idéias divergentes através de ameaça de demissão, como ocorreu agora com os cargos do vice-prefeito Roberto Carvalho.

A ansiedade neo-tucana-lacerdista também tem outras nuances para esse início de 2012 que se aproxima, o PPS ameaça abandonar o barco da aliança com os tucanos, provavelmente, acuados pela ameaça da CPI da Privataria Tucana que promete não deixar pedra sobre pedra no ninho tucano.

Portanto, não é de se estranhar tanta pressão e ansiedade lacerdista.

Por Marco Aurélio Rocha

Veja abaixo a matéria do Jornal Hoje em Dia



Lacerda cobra decisão do PT de BH sobre aliança

Vice insiste na candidatura petista pró´ria, e prefeito diz que só espera posicionamento até 1º de março


O prefeito Marcio Lacerda (PSB) deu um ultimato ao PT de Belo Horizonte para que o partido decida se vai apoiar sua candidatura à reeleição nas eleições municipais de 2012. O socialista disse que espera até o dia 1º de março pelos petistas. Depois, pretende trabalhar para fechar os acordos com todas as legendas que procurou para formar o “chapão” em torno da candidatura. Lacerda afirmou que depende da posição dos petistas para definir uma nova reforma administrativa no primeiro escalão e nos cargos comissionados da prefeitura.

O vice-prefeito, Roberto Carvalho (PT), classifica a fala de “chantagem”. “Nossa preocupação é reduzir ao mínimo possível os transtornos na prefeitura provocados pelo período eleitoral. Precisamos de uma definição rápida do PT. O partido possui uma participação grande na prefeitura e nos asseguram que no mais tardar até 1º de março esta decisão (de reedição da aliança) está tomada”, disse Lacerda em entrevista à rádio ‘Itatiaia’.

O prefeito ainda disse que “depende dessa definição (sobre a aliança) para alguma eventual mudança” no secretariado. Ou seja, caso o PT não decida até o início de março sobre o apoio à sua candidatura de reeleição – ou decida pela candidatura própria, Lacerda pode retirar o PT da administração municipal. As eventuais mudanças no secretariado devem refletir na composição da chapa da reeleição.

O ultimato de Lacerda foi um recado direto para os petistas que possuem cargos na prefeitura e para os que compõem o diretório municipal. O socialista tem certeza de que a reedição da aliança PSB-PT-PSDB ainda não foi formalizada por que o presidente do PT municipal, vice-prefeito Roberto Carvalho, trabalha pela candidatura própria. O relacionamento dos dois já não era bom e teria piorado recentemente.

O auge da crise entre os dois aconteceu no início de novembro, quando Lacerda demitiu 22 dos 30 servidores do gabinete de Carvalho sob a justificativa de que os exonerados “não estavam cumprindo suas funções em consonância com as diretrizes da administração municipal”. Com a repercussão nacional do fato, o prefeito recuou e convidou alguns servidores a voltar. Poucos aceitaram o convite, outros ameaçaram entrar na Justiça.

“Quem faz os prazos do PT é o PT. Eles são definidos pelo Diretório Nacional. E em Belo Horizonte quem marca as datas é o diretório municipal”, rebate Carvalho. O vice-prefeito cobra respeito de Lacerda ao partido “que o elegeu”. O presidente do diretório municipal lembra que o Diretório Nacional antecipou o prazo de definição das escolhas eleitorais do partido.

A antecipação foi definida no início do mês, em encontro nacional da legenda na capital mineira, a pedido de Lacerda para o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP). Com a decisão cada diretório municipal tem até o dia 15 de janeiro de 2012 para indicar se há o desejo do partido em apoiar uma candidatura aliada. Se até esta data não for feita a sinalização, o partido lançará candidatura própria. Antes, o prazo era até final de março.

Carvalho afirma que o PT tem até março para realizar os encontros com os delegados do partido que vão decidir entre apoiar a reeleição de Lacerda ou lançar candidatura própria. O vice-prefeito disse que não há nenhuma possibilidade de atrasar o processo de definição para que o socialista rompa com a legenda e favoreça a tese da candidatura própria. O petista reclama da ameaça do partido de perder postos na administração municipal. “Querer vincular uma reforma administrativa à nossa decisão é a pior chantagem que se pode fazer. É o pior jeito de se fazer política”, ataca o presidente do diretório municipal do PT.

Há duas semanas, Carvalho foi pressionado por Falcão a abandonar a tese da candidatura própria e apoiar a reeleição de Lacerda. Na ocasião, o presidente nacional do PT manifestou pela primeira vez sua opinião em favor da aliança. O objetivo do apoio seria obter o compromisso do PSB de apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014.

Reajuste não é sinônimo de aumento

Mais um final de ano com um presente para os passageiros do transporte coletivo de BH: aumento no preço das passagens de ônibus. Absurdo total! A passagem em Belo Horizonte, segundo a BHTrans é a sexta mais cara do país. Mas se formos medir os trajetos dos ônibus ela é a mais cara do Brasil.

O contrato que foi assinado com as empresas de ônibus prevê reajustes, ora, reajuste não é sinônimo de aumento. Reajuste tanto pode ser para mais ou para menos. No Brasil, empresário reclama de tudo, dólar aumenta, reclama; salário aumenta, reclama; diesel aumenta, reclama. Agora quando não há aumento de salário, o dólar tá barato, os preços do diesel, pneus, etc. estão estabilizados, aí eles ficam quetinhos, ninguém fala em redução do preço.

A BHTrans alega que o aumento é para cobrir preços dos investimentos em compra de ônibus novos e alegados aumentos no diesel e peças. Mentira! o preço médio das peças e diesel está estabilizado. A renovação da frota, está no contrato de concessão que eles assinaram, e inclusive, ônibus novos dão menos manutenção e a própria economia com este item paga o investimento.

Outro dado importante é que transporte público em Belo Horizonte é um negócio da china! O empresário paga os salários no início do mês, peças, pneus, manutenção e diesel, paga parcelado. Mas a passagem é a vista, em dinheiro e grande porcentagem dela é paga adiantada. O trabalhador/passageiro compra no início do mês toda a passagem que irá gastar durante em média 30 dias. Portanto os empresários recebem a vista e adiantado e podem aplicar o dinheiro, programando suas retiradas paras seus pagamentos mensais.

Por isso todos estão nadando em dinheiro, são donos de fazendas, jatinhos e por aí vai.

Enquanto isso, o transporte coletivo de Belo Horizonte é deficiente, os ônibus vivem lotados e com horários atrasados e é muito caro.

O transporte coletivo de ônibus em Belo Horizonte tem uma caixa preta que ninguém consegue abrir. O Ministério Público que o diga! existem processos que se arrastam há anos na justiça e até agora nada.

Por Marco Aurélio Rocha

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

PT aproxima-se de jornais regionais, que crescem com verba federal

Frente à oposição sistemática dos grandes jornais desde o governo Lula, petistas buscam esvaziar poder inimigo estimulando avanço de periódicos regionais. Beneficiados como nunca por verbas publicitárias oficiais, jornais do interior realizam primeiro congresso nacional e defendem democratização da mídia pregada pelo PT.





BRASÍLIA - Na luta para democratizar a comunicação no país, o que na prática significa tentar esvaziar o poder de fogo dos veículos tradicionais, tidos como adversários políticos, o PT tem ajudado a dar visibilidade e apoio aos jornais regionais, aqueles de porte e alcance menor.

No início de dezembro, a Associação dos Diários dos Interiores (ADI) realizou seu primeiro congresso nacional, no início de dezembro, e contou com a presença de diversos petistas a prestigiar o evento.

A presidente da ADI, Margareth Codraiz Freire, vê com bons olhos o plano petista de aproveitar as eleições municipais para estimular a consolidação de uma imprensa mais plural, fora do eixo Rio-São Paulo. “Desde o governo Lula, o PT já vem operando a democratização da mídia, ao deixar de concentrar os recursos publicitários naqueles poucos jornais que se consideram grandes”, afirma.

A regionalização da verba publicitária do governo federal explodiu na última década, especialmente a partir no segundo mandato do ex-presidente Lula. de 2000 a 2010, o número de veículos de comunicação atendidos com verba oficial subiu de de 500 para 8 mil.

A presidenta Dilma Rousseff manteve essa política e, em 2011, mais de 230 veículos novos passaram a fazer parte da lista de pagamentos publicitários dos órgãos oficiais. Apenas jornais, são 2,3 mil.

Segundo Margareth, há jornais regionais que, no lugar onde circulam, têm muito mais importância na condução da opinião pública do que os três grandes jornais nacionais. “A tiragem dos jornais regionais é maior e eles penetram em locais onde os grandes não chegam”, esclarece ela.

Hoje, no interior do Brasil, há 380 jornais diários que, juntos, mantêm uma tiragem de mais de 20 milhões de exemplares. “Não é algo que um governo possa desconsiderar. E a mesma lógica vale parar rádios, sites, blogs e revistas”, acrescenta ela.

Margareth lembra que, antes do governo Lula, os jornais do interior, assim como rádios e sites, jamais receberam verbas publicitárias do governo federal. Vivam, principalmente, de anúncios do mercado privado. Agora, na gestão Dilma, essa participação foi ampliada. “Ainda assim, é ínfima. A participação do governo federal chega, no máximo, a 1,5% do faturamento líquido de alguns jornais”, contabiliza.

Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19291

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Prates, Neymar e o "retardado mental"



Fonte: Blog do Miro

PCdoB, PMDB e PT unidos em torno de Rogério Correia

As executivas do PCdoB, PMDB e PT, através de seus dirigentes, emitiram notas de apoio e solidariedade ao deputado estadual Rogério Correia, em face da agressão que ele sofre do PSDB em representação protolocada na ALMG pedindo sua punição. Divulgamos ao longo do dia de ontem todas elas através dos sites e redes sociais, reunimos neste post as três juntas para que o internauta possa ter conhecimento delas.


   PCdoB defende liberdade de expressão para Rogério Correia

     PCdoB DEFENDE LIBERDADE DE EXPRESSÃO PARA O DEPUTADO ROGÉRIO CORREIA
Em nome da Executiva do PCdoB vimos manifestar nossa solidariedade ao deputado Rogério Correia que acaba de ser atacado em seu sagrado direito de defender idéias e apoiar os que lutam por melhores condições de vida.
Ao longo de sua atividade parlamentar o deputado Rogério Correia jamais se furtou a seu compromisso na defesa de um país justo, de um estado a serviço de sua gente e de compartilhar a luta dos que buscam melhores salários e mais dignidade.
Estranhamente o PSDB, um partido que tem a obrigação de respeitar a Constituição esquece o seu Art. 5º  Inciso IV que pontua “é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e entra no Conselho de Ética contra o parlamentar petista.
Em nome da liberdade ainda que tardia, confiamos nos integrantes do Conselho de Ética da ALMG que resgatarão o sagrado direito político dos que querem melhorar o país.
Partido Comunista do Brasil – Executiva-MG
Belo Horizonte, 26 de dezembro de 2011


   Nota de solidariedade do PMDB-MG

    
Fiel aos seus valores fundacionais e aos históricos compromissos com a Democracia, a Liberdade e o Estado de Direito, o Diretório Estadual do PMDB-MG, através de sua Executiva, vem tornar pública sua solidariedade ao Deputado Estadual Rogério Correia, líder da bancada do PT na ALMG.
Com efeito, o PSDB-MG protocolou representação contra o Deputado Rogério na Comissão de Ética da Assembleia de Minas.
Ao fazê-lo, mais que ao Deputado, atingiu-se a Liberdade e ao Estado de Direito, tão ameaçados na Minas de Hoje.
Sem apresentar qualquer prova, ou um mínimo indício que fosse a representação pretende tão somente calar uma das principais vozes de oposição no Estado, buscando transformar o Conselho de Ética da ALMG em instrumento intimidatório ou em verdadeiro Tribunal de Exceção.
Solidário ao Deputado, o PMDB-MG chama a atenção das forças Democráticas e do povo de Minas para o risco que ronda, hoje, as nossas instituições.

Deputado federal Antônio Andrade                                          Deputado estadual Antônio Júlio
Presidente                                                                                       Secretário-Geral


PARTIDO DOS TRABALHADORES
DIRETÓRIO ESTADUAL DE MINAS GERAIS
NOTA DE APOIO E SOLIDARIEDADE
O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores vem a público manifestar seu irrestrito apoio ao Deputado Estadual Rogério Correia, integrante de sua executiva.
Rogério é líder de nossa bancada na Assembleia e tem se destacado na organização da oposição, articulando com os movimentos social e sindical que este ano travaram um firme embate com o governo tucano.
Ao demonstrar que choque de gestão, déficit zero e outras ações publicitárias, nada mais são que peças de ficção, o líder do Movimento Minas sem Censura é perseguido pelo PSDB com uma representação junto à Comissão de Ética da Assembleia.
Comprometido com a justiça social e transparência, O PT/MG vem a público denunciar mais esta tentativa de calar aqueles que, no legítimo exercício de suas atividades públicas, não se intimidam e não se calam!
Conclamamos os Trabalhadores(as) e a sociedade mineira e brasileira a reagirem à esse atentado a democracia e a se solidarizar com o companheiro Rogério Correia.
Reginaldo Lopes
Presidente do Partido dos Trabalhadores em Minas Gerais

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Paz em 2012

Doadores de paz – Emmanuel

  



                        “Não penseis que vim trazer paz à Terra,
                                não vim trazer paz, mas espada”. – Jesus.
                                                                     (Mateus, 10:34.)

Os obreiros da paz são sempre esteios benditos, na formação da felicidade humana.
Os que falam na concórdia . . .
Os que escrevem, concitando a serenidade . . .
Os que pregam a necessidade de entendimento . . .
Os que exortam à harmonia . . .
Os que trabalham pelo equilíbrio . . .
Os verdadeiros pacificadores, no entanto, compreendem que a paz se levanta por dentro da luta e, por isso mesmo, não
ignoram que ela é construída – laboriosamente construída – por aqueles que se dedicam à edificação do Reino do Amor,
entre as criaturas, tais quais sejam:
os que carregam os fardos dos companheiros, diminuindo-lhes as preocupações,
os que agüentam, sozinhos, pesados sacrifícios para que os entes queridos não se curvem, sob o pêso da angústia,
os que procuram esquecer-se para que outros se façam favorecidos ou destacados,
os que abraçam responsabilidades e compromissos de que já se sentem dispensados, para que haja mais amplas
facilidades no caminho dos semelhantes.
Em certa ocasião, disse-nos Jesus: – «Eu não vim trazer paz à Terra e sim a divisão», entretanto, em outro lance dos
seus ensinamentos, afirmou-nos, convincente: – A minha paz vos dou, mas não vo-la dou como o mundo a dá». O
Divino Mestre deu-nos claramente a perceber que, para sermos construtores da paz, é preciso saber doar-lhe o bálsamo
vivificante, em favor dos outros, conservando, bastas vezes, o fogo da luta pelo próprio burilamento, no fechado recinto
do coração.


Espírito: EMMANUEL
Médium: Francisco Cândido Xavier
Livro: “Mais Perto” – Edição GEEM

Fonte: http://feeak.com/2011/12/06/doadores-de-paz-emmanuel/

Diante dos desafios, aproveitar as oportunidades

Por Wladimir Pomar (20/12/11)

Em grande parte devido às nuvens carregadas da situação internacional, as perspectivas para 2012 variam de moderadamente otimistas a moderadamente pessimistas. A suposição de que nos países centrais haverá um capitalismo mais regulamentado pelo Estado, com regras mais
severas, sobretudo sobre o setor financeiro, talvez não passe de um sonho em noite de verão.
Além disso, a ausência de união política, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, mostra justamente que tal regulamentação se choca contra os mecanismos de elevação da taxa média de lucro das grandes corporações. E é, ainda, uma demonstração de quanto o poder dessas mega empresas sobre o Estado de seus países e sobre a economia mundial é determinante.
Para piorar, nos países capitalistas desenvolvidos há perseverança na tentativa de descarregar os custos da crise sobre os salários e o bem-estar das populações. O problema consiste em saber até que ponto suas classes dominantes estão dispostas a colocar a nu o formalismo de suas democracias, impedindo pela força, como já faz o governo norte-americano, o desencadeamento de movimentos sociais e a ampliação das reações populares que emergiram durante 2011.
No mesmo caminho de piora da situação, os falcões da indústria bélica pressionam para combinar as medidas de ajuste fiscal com planos de disseminação de guerras. O enorme orçamento militar dos Estados Unidos, assim como os novos planos estratégicos desse país e da OTAN, indicam que a opção armada está na mesa dos formuladores políticos e militares dos países centrais. Eles sequer se dão conta de que as guerras dos últimos anos talvez tenham mudado de natureza.
Antes, as guerras permitiam lucros exorbitantes aos fabricantes de armas e aos Estados que as promoviam. Os Estados Unidos, em particular, cujo território ficou livre das destruições das grandes guerras mundiais, transformaram-se em potência riquíssima e hegemônica graças a essa combinação macabra. No entanto, em especial a partir das invasões e guerras do Afeganistão e do Iraque, pode-se notar uma mudança importante nesse processo.
É lógico que os fabricantes e comerciantes de armas continuaram tendo lucros astronômicos. Mas, os brutais déficits orçamentários dos Estados Unidos indicam que essas guerras causaram enormes prejuízos ao Estado e à sociedade norte-americanos. Será pedir demais, porém, que
os belicistas tomem consciência dessa inversão. Portanto, não se pode descartar que os Estados Unidos, cujo foco estratégico está sendo deslocado para a Ásia, fomentem novas aventuras armadas e novos conflitos militares, tornando a situação internacional ainda mais turbulenta e perigosa, assim como aprofundando sua própria crise e as demais crises nacionais e internacionais.
No caso do Brasil, embora ele esteja em condições macroeconômicas relativamente boas para enfrentar as ondas de choque dessas crises, sua pauta econômica, social e política se tornou muito mais complexa. A questão chave dessa pauta talvez consista em elevar rápida e firmemente as taxas de investimento para aumentar a capacidade industrial e técnico-científica do país. A rigor, o Brasil necessita alcançar taxas de 25% a 30% do PIB para realizar um desenvolvimento
sustentável. O que só pode ser feito se contar com investimentos diretos estrangeiros.
Essa dependência de capitais externos para uma industrialização mais rápida e sustentável coloca o país, por outro lado, diante da necessidade de bloquear o fluxo de capitais de curto prazo, incentivar os investimentos externos diretos na produção, estabelecer uma política clara dos setores que devem merecer prioridade nos investimentos, e trabalhar no sentido de que tais investimentos abram a possibilidade de estruturar empresas nacionais, privadas e estatais,
nesses setores.
Em outras palavras, o Brasil pode se aproveitar da crise internacional para forçar os capitais estrangeiros a investirem fundamentalmente nos setores produtivos e para reforçar a presença de empresas nacionais,em particular nos ramos hoje oligopolizados pelas multinacionais. Há inúmeros mecanismos políticos, econômicos e administrativos que podem induzir os capitais externos a realizarem associações com empresas nacionais, de tal forma que estas ganhem autonomia após algum tempo e constituam um setor industrial nacional.
Essa é a maneira mais segura de reforçar o mercado interno, seja pelo consumo, ampliando consideravelmente o número de trabalhadores industriais e comerciais, seja pela produção, reforçando a presença de capitais brasileiros para ampliar o produto nacional bruto e garantir
a permanência de parte do produto interno bruto no país. O que aumenta a capacidade competitiva da verdadeira indústria nacional, aumenta a soberania do país, reduz o poder interno dos monopólios e oligopólios e cria um ambiente propício para a redução de custos e preços.
Este também parece ser o momento histórico mais favorável para resolver a contradição entre uma enorme área territorial aproveitável para a produção agrícola e a existência de alguns milhões de
camponeses sem terra. A população brasileira já deu conta de que a reduzida produção de alimentos destinada ao mercado interno, hoje quase totalmente nas costas das unidades agrícolas familiares, é um dos principais fatores de pressão inflacionária.
Portanto, há justificativas de sobra, sociais, econômicas, financeiras e políticas, para assentar rapidamente os dois a três milhões de camponeses sem terra e incorporá-los à produção alimentar, ampliando a seguridade alimentar e reduzindo as pressões inflacionárias, estas
devidas à oferta insuficiente de cereais, verduras e legumes.
Por outro lado, é possível continuar aproveitando as vantagens competitivas do agronegócio e sua capacidade de exportação para utilizar os saldos comerciais na importação de bens de capital de
novas e altas tecnologias, de modo a adensar as cadeias industriais e utilizar as ciências e tecnologias como novas forças produtivas.
Paralelamente, o quadro complexo da situação internacional, no qual a maioria dos países do mundo tende a desvalorizar suas moedas, através tanto de medidas econômicas quanto administrativas, pode contribuir para o governo brasileiro abandonar a ortodoxia neoliberal do câmbio subordinado às intempéries do dólar e dos juros elevados e adotar a uma política de utilização desses mecanismos macroeconômicos como instrumentos de política industrial e tecnológica.
É provável, também, que no campo político, o ano de 2012 assista a um esforço mais consistente da direita para se reorganizar e tomar a iniciativa contra o governo, em especial se der certo sua estratégia de paralisar o governo Dilma através da ação continuada e seqüencial da grande imprensa em torno de casos reais e fictícios de corrupção.
Diante disso, de duas uma. Ou a esquerda no governo estabelece um programa mais claro de luta, que unifique de modo mais consistente seus diversos partidos e correntes, ou ela continua agindo de forma dispersa e sem foco, numa defensiva geralmente inexplicável, que poderá levá-la a ser atropelada pela direita, tanto nas eleições municipais de 2012, quanto nas eleições gerais de 2014.
Questões chaves para essa maior unificação são o crescimento das lutas dos trabalhadores e das camadas populares por melhores condições de renda e de vida, a adoção de uma linha definida de combate, ideológica, política e administrativa contra a corrupção, os desmandos nos negócios públicos e a morosidade e leniência do judiciário, e a favor do aumento da participação popular no Estado, da regulamentação dos serviços de telecomunicação e da inversão do sistema tributário, de regressivo em progressivo.
Finalmente, mas sem esgotar o assunto, o Brasil certamente terá que continuar se empenhando em reforçar a ação dos países emergentes, seja através da integração sul-americana e de uma atividade coordenada no grupo dos 20, seja através da luta pela regulamentação dos mercados
financeiros, pela contenção do poder do setor financeiro e pelo aumento da participação dos países em desenvolvimento no Fundo Monetário Internacional e no Banco Mundial.
Para garantir a projeção conquistada no plano internacional, o Brasil precisará manter com firmeza sua política de não ingerência nos assuntos internos dos demais países, de solução das divergências e conflitos através de negociações, de se opor a qualquer ato agressivo e de concentrar esforços na manutenção da paz regional e mundial.
Vista em perspectiva, a crise mundial do capitalismo desenvolvido impôs ao Brasil acelerar todos os projetos mais ou menos delineados desde a ascensão do PT e de Lula ao governo em 2002. Graças a ela, as forças democráticas e populares voltaram a discutir as questões estratégicas do desenvolvimento nacional e da luta de classes. Portanto, se ela traz em seu bojo ameaças e desafios imponderáveis, também trouxe oportunidades que não se pode desprezar.

Fonte: http://pagina13.org.br/archives/12069

Casa vai cair, diz autor de "A Privataria Tucana"

Amaury Ribeiro Jr. acredita que publicação terá desdobramentos significativos na política nacional

Renato Cobucci

Amaury Ribeiro Jr.: "Negociatas envolveram milhões de dólares em corrupção e propina"
O acontecimento político mais explosivo do ano de 2011 é um livro escrito pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr., resultado de mais de 12 anos de investigações. “A Privataria Tucana”, com a chancela da Geração Editorial, lançado no dia 9 de dezembro, já alcançou a marca impressionante de 150 mil exemplares vendidos em apenas duas semanas e provocou o silêncio mais constrangedor de que se tem notícia nos principais veículos de comunicação do Brasil. “O livro só aconteceu por causa da internet, das redes sociais e dos blogueiros independentes. Mas o importante é que conseguimos furar o bloqueio da mídia tradicional, boa parte dela comprometida com as autoridades denunciadas pelos documentos apresentados no livro”, admite Amaury, que fez uma visita à redação do Hoje em Dia na quarta-feira( 21), antes de embarcar para uma série de debates e entrevistas em São Paulo. Também na quarta-feira, o deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) protocolou na Mesa Diretora da Câmara dos Deputados um requerimento pedindo a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as acusações apresentadas no livro. Para abrir uma CPI na Câmara são necessárias 171 assinaturas. O requerimento superou este número, conseguiu apoio de 185 parlamentares e, segundo o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a CPI deverá ser instalada no início de 2012 para esclarecer os fatos e ouvir os acusados. “A casa vai cair com essa CPI”, aponta o autor do livro “A Privataria Tucana”. Amaury reconhece que as centenas de documentos que apresenta no livro são apenas uma ponta do iceberg que envolve as várias “negociatas” e esquemas de corrupção e propina das privatizações conduzidas no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no período entre 1995 e 2002. O trabalho minucioso e investigativo de Amaury enumera no livro os principais envolvidos e consegue mapear o esquema de corrupção e lavagem de dinheiro montado em torno do político tucano José Serra, ex-ministro de Fernando Henrique, ex-deputado, ex-senador, ex-governador e ex-prefeito de São Paulo e candidato duas vezes derrotado em eleições para a Presidência da República. “São negociatas que envolveram um valor incalculável de muitos milhões de dólares em corrupção e propina naquele processo de privatização de grandes empresas nacionais que atingiu os setores de telecomunicações, energia e mineração”, destaca Amaury, que compara o grande escândalo revelado no livro – também abafado na época pelos mesmos grandes veículos de mídia que agora boicotam sua divulgação nos noticiários – à queda de um grande avião com muitas autoridades incluídas entre os passageiros. “O livro traz denúncias explosivas, mas a CPI no Congresso Nacional poderá ir mais a fundo para incriminar os envolvidos e propor tanto as punições cabíveis quanto um ressarcimento ao patrimônio público do Brasil, além de levar a uma revisão das leis para garantir um maior controle sobre a entrada de capital estrangeiro, mais controle sobre a operação de papéis nas bolsas de valores e sobre a lavagem de dinheiro para que este grande escândalo não venha a se repetir nunca mais neste país”, alerta. Os denunciados por Amaury no esquema que operou bilhões de dólares durante as privatizações no governo Fernando Henrique vêm respondendo às acusações do livro com um silêncio implacável ou com ameaças de processos na Justiça – quando não definem de “lixo” o trabalho do jornalista, como fez o ex-governador Serra, depois de ser pressionado pelos repórteres em um evento recente em São Paulo. Amaury reconhece que esta era uma situação prevista por ele e pelo editor do livro, o também jornalista Luiz Fernando Emediato. “Todos os fatos que apresento no livro estão fundamentados em documentos oficiais obtidos em juntas comerciais, em cartórios, no Ministério Público e nas várias instâncias da Justiça”, aponta Amaury, vencedor de três prêmios Esso e atualmente repórter especial da Rede Record. Ele também faz questão de destacar que não tem qualquer filiação partidária. “Sou militante do jornalismo”, conclui. Na sua agenda para 2012 já estão mais de 200 convites para o lançamento do livro em universidades e entidades sindicais e dois projetos que prometem novas polêmicas e revelações impressionantes, já em fase de conclusão. “Serão dois novos livros”, explica Amaury. “Um será o Privataria Tucana 2, alinhavando documentos que ficaram de fora do primeiro livro e contando os desdobramentos das denúncias e da CPI que será instalada no Congresso Nacional. O outro será um inventário sobre corrupção e pedofilia no Brasil, para revelar que autoridades que deveriam defender o povo e principalmente as crianças são, muitas vezes, o seu maior inimigo”. Fonte: JORNAL HOJE EM DIA

sábado, 24 de dezembro de 2011

Aécio quer aliança com Lacerda já visando apoio para presidência

Nesta reportagem transcrita abaixo do jornal ESTADO DE MINAS de hoje, 24/12, o tucano Aécio Neves ataca o governo da presidenta Dilma, ataca o Partido dos Trabalhadores e afirma que quer coligar formalmente com o Márcio Lacerda nas eleições do ano que vem, declarando inclusive que o PSB caminha para aliança com o PSDB para as eleições de 2014 à presidência, já que estão unidos em Belo Horizonte e em vários locais do país.
Será o que falta mais para os petistas-lacerdistas entenderem, que a única saída para o PT retomar sua dignidade em BH, será com o lançamento de uma candidatura própria à prefeitura de Belo Horizonte?
Acorda PT !

Por Marco Aurélio Rocha


Aécio defende aliança formal com o PSB para prefeitura de BH
Segundo ele, ao contrário de 2008, quando os tucanos orbitaram na coligação do PSB com o PT, em 2012 a parceria terá de ser formal
 
O senador Aécio Neves (PSDB) disse nesta sexta-feira que o seu partido não aceita uma aliança informal com o PSB, de Marcio Lacerda, para a prefeitura da capital. Segundo ele, ao contrário de 2008, quando os tucanos orbitaram na coligação do PSB com o PT, em 2012 a parceria terá de ser formal. “Não há qualquer cogitação de que a aliança no ano que vem não seja formal”, disse Aécio em entrevista coletiva ontem no Palácio das Mangabeiras. As eleições de 2014 também foram abordadas pelo senador mineiro. Ele sinalizou para uma possível parceria PSDB/PSB para as eleições presidenciais e destacou que a aliança já existe em vários estados. “Nós temos que dar tempo ao tempo. O PSB participa hoje da base de governo federal, mas em 2013 ou em 2014 as coisas podem estar diferentes.”

Para Aécio Neves, a má gestão dos petistas vai contribuir para que os socialistas se unam aos tucanos. “Esse modelo do PT vai chegar ao final cansado, exaurido. Ele perdeu a capacidade de iniciativa, não houve nenhuma iniciativa estruturante nesses últimos anos”, disse acrescentando que a presidente Dilma terá mais problemas em 2012 por ser ano eleitoral. Esse seria o momento, segundo o tucano, para o PSDB apresentar um novo projeto aos brasileiros e, com isso, fazer mais aliados.

Em Belo Horizonte, segundo o tucano, as conversas com o PSB para as eleições do ano que vem já estão avançadas. Apesar de defender a união entre os dois partidos, o senador disse que a decisão será tomada pelas direções municipal e estadual do PSDB – que também já sinalizaram o desejo em reeditar a parceria. Questionado sobre a participação do PT na coligação, Aécio esquivou-se: “Não é com o PT a nossa aliança. É com o prefeito de Belo Horizonte, que é do PSB, assim como o PSDB está aliado ao PSB em inúmeros estados brasileiros”.

O senador mineiro reafirmou que a partir de março o PSDB vai fazer seminários mensais em todas as regiões do país no sentido de debater temas que vão permear as candidaturas municipais e a federal. “A partir de 2013, aí sim o PSDB tem de dizer com muita clareza o que pensa, o que faria diferente do que está aí”, acrescentou.

Reorganizar Ao avaliar o desempenho do PSDB neste ano, Aécio Neves disse que seu partido, que saiu fragilizado e dividido das últimas eleições, aproveitou para se reorganizar e está vivendo uma nova etapa. “O partido se organiza, se estrutura de forma mais sólida no país inteiro, fortalecendo seus movimentos internos, de juventude, mulheres, sindical”, ressaltou. Para ele, o primeiro ano de governo é daqueles que vencem as eleições e a expectativa se dá em torno daqueles que são cobrados pelas promessas que apresentaram durante a campanha. “Aí eu acho que o governo do PT falhou. A agenda hoje necessária para o Brasil é a mesma agenda de 20 anos atrás. Então, nesse aspecto, o governo passou um ano apenas reagindo. Reagindo às inúmeras denúncias de corrupção, de malfeitos, para usar um termo de que a presidente gosta muito. E acabou o governo perdendo o foco. Não tivemos espaço para discutir os grandes temas”, criticou.
 

Alice Maciel
Publicação: 24/12/2011 07:02 Atualização:

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Candidatura própria do PT em BH!! Esta foi minha fala

Escute minha fala na reunião do Diretório Municipal do PT BH em 19/12/2011

Marco Aurélio

Centro de convenção pode custar sessão extra em janeiro

Esse trem tá esquisito, debaixo desse angú tem coisa...
Câmara.Espaço na região Nordeste é um pedido prioritário de Lacerda
Vereadores não conseguiram aprovar projeto nesta semana, que seria a última
DANIEL LEITE
FOTO: MARCOS MOREIRA /CMBH - 16.12.2011

Prazo. Vereadores também deixaram para apreciar em 2012 o projeto da venda de 118 imóveis públicos
Prazo. Vereadores também deixaram para apreciar em 2012 o projeto da venda de 118 imóveis públicos
A dependência do Legislativo de Belo Horizonte em relação à prefeitura pode fazer com que os vereadores adiem o início das férias ou as interrompam para votar um projeto considerado prioritário pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB). Não estão descartadas reuniões extraordinárias nas próximas semanas, que, teoricamente, serão de recesso, para garantir que um dos pedidos do chefe do Executivo seja atendido: a construção de um centro de convenções na avenida Cristiano Machado, região Nordeste.

A dificuldade em aprovar a matéria seria um indicativo de insatisfação de parte da base governista. Da pauta de votação na sessão extraordinária de ontem - que, em tese, era a última do exercício - não constava o projeto sobre o espaço. Ele não foi aprovado na véspera por um possível descuido da vereadora Pricila Teixeira (PTB), que presidia a reunião.

Como, segundo o regimento da Câmara, a proposta não poderia ser apreciada já na sessão seguinte, a base do prefeito apressou-se em reunir 21 assinaturas necessárias para que ela possa voltar à pauta em breve. O presidente da Casa, Léo Burguês (PSDB), disse não estar descartada a realização de reuniões extras em janeiro. A matéria precisa passar novamente por quatro comissões antes de ir a plenário.

Rala. Se os aliados de Lacerda tiverem afinco, as comissões darão tramitação rápida ao pedido. Porém, um vereador, que prefere não ter seu nome divulgado, disse que a base do prefeito "está rala e volátil", e não teria feito esforço para garantir a aprovação na sessão de terça-feira, quando faltou um voto para chancelar o texto por votação mínima.

Nem o presidente sabe a função dos 12 cargos aprovados ontem
Foi aprovada pelos vereadores, em segundo turno, a proposta de autoria da Mesa Diretora que cria 12 vagas em comissão na estrutura da Câmara. Os servidores vão atuar na promoção de eventos da Casa, na realização de pesquisas e no suporte a audiências públicas. O custo anual com os salários será de R$ 1,16 milhão ao erário.

A aprovação foi apertada, pelo mínimo necessário: 21. Cinco vereadores foram contra. O presidente da Casa, Léo Burguês (PSDB), não soube dizer quem ocupará os cargos. Segundo ele, a escolha será feita por critérios técnicos.

Chama atenção a função dos futuros comissionados. Um deles irá trabalhar em uma espécie de censo junto à população, tarefa desconhecida até mesmo por quem votou a favor do projeto.

Perguntado o que o trabalhador irá fazer para receber R$ 4.500 por mês, Léo Burguês não detalhou. "Não sei bem", disse. O voto decisivo foi do líder do governo, Tarcísio Caixeta (PT), que também não soube indicar a necessidade das contratações. (DL)

Fonte: http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=191287,OTE&IdCanal=1

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Acordo com Guardas Municipais é descumprido por Lacerda

Os ânimos ficaram alterados ontem no Plenário da Câmara Municipal de Belo Horizonte na votação do projeto de lei que estabelece o plano de carreiras para a Guarda Municipal. Os trabalhadores invadiram o plenário reivindicando a retirada da pauta o projeto, e que a PBH e a líderança de governo descumpriram acordo de não apreciar a matéria este ano, pois não há acordo.

A categoria pode entrar em greve no ano que vem, causando mais um problema para a cidade devido a falta de diálogo da prefeitura do Lacerda, que com sua truculência ainda desdenha da categoria.

Veja matéria a respeito, veiculada no Jornal O Tempo de hoje, 21/12.

Por Marco Aurélio Rocha




Retirada
Guardas pressionam plenário
 
Líder do prefeito diz não temer uma greve da Guarda em 2012

A pressão deu resultado, mas, por pouco, não se transformou em quebradeira. A sessão de ontem na Câmara da capital precisou ser interrompida quando cerca de 70 guardas municipais entraram à força no plenário. Com os ânimos alterados, os servidores reivindicavam a retirada de pauta do projeto que altera a carreira da categoria. A base de apoio do prefeito aceitou e o texto só voltará à pauta em fevereiro.
Segundo os guardas, a prefeitura e o líder do governo, Tarcísio Caixeta (PT), teriam descumprido acordo de não apreciar a matéria neste ano. Houve confusão, muitos empurrões e tentativas de agressão.
Pelo projeto, o sindicato dos guardas afirma que perderiam a progressão horizontal. O protesto foi também contra a intenção da prefeitura de criar 97 cargos comissionados na corporação, configurando o "cabidão" de emprego.
A polêmica pode render uma greve da Guarda em ano eleitoral. A hipótese, contudo, foi minimizada por Caixeta. "É uma categoria muito pequena". Assim, segundo ele, não causaria "dor de cabeça".

Com 2,3 milhões de novas vagas, emprego com carteira assinada cresce 6,46% em 2011

por Secom em 20/12/2011 18:51hs

Resultado acumulado até novembro foi o segundo melhor na série do Caged 

O Brasil gerou 2.320.753 postos de trabalho com registro em carteira de janeiro a novembro deste ano - uma expansão de 6,46% sobre o estoque de empregos de dezembro de 2010. O resultado - que incorpora as informações declaradas fora do prazo (série ajustada) - foi o segundo melhor na série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) para o período. O maior foi em 2010, com 2.918.549 novos postos abertos. Somente em novembro deste ano, foram criados 42.735 empregos formais, alta de 0,11% em relação ao estoque de empregos celetistas do mês anterior. Os dados foram divulgados na terça-feira (20).

No período de janeiro de 2003 a novembro de 2011, tomando como referência os dados da Rais (que abrange celetistas e servidores públicos federais, estaduais e municipais) e do Caged, foram gerados 17.705.195 empregos formais.

Formação - De acordo com o boletim “Economia Brasileira em Perspectiva”, do Ministério da Fazenda (MF), a taxa de formalização de empregos formais continua a crescer e atingiu valores históricos em 2011 (53,5% em outubro), devido aos seguintes fatores: aumento da produtividade, melhores níveis de educação formal, simplificação da estrutura tributária, e fiscalização por parte dos órgãos do governo. 
Juntamente com o aumento da formalização, a melhora na qualidade do mercado de trabalho aparece no aumento da participação do trabalhador mais capacitado, na análise do MF. Enquanto a participação das pessoas com menos de oito anos de estudo caiu ao longo do tempo, a proporção de ocupados com 11 anos ou mais de estudo é crescente. E essa evolução está sendo acompanhada de investimentos na formação profissional. Desde 2003, o crescimento do investimento mantém-se em torno dos 21% ao ano, em termos reais, chegando a R$ 4,5 bilhões em 2011.

Emprego aumentou em quatro das cinco regiões em novembroO Caged mostra expansão do emprego em quatro das cinco grandes regiões em novembro deste ano: Sul, com 30.627 postos; Nordeste, com 20.089 postos; Norte, com 4.870 postos e Sudeste, com 3.261 empregos. Devido a motivos sazonais e conjunturais, o Centro-Oeste foi a única região a apresentar redução no nível de emprego, equivalente a 16.112 postos (-0,57%).
Houve elevação do emprego em 21 unidades da Federação, com três delas apresentando recordes, uma registrando o segundo melhor saldo e duas apontando o terceiro melhor desempenho para o mês. Os destaques, em números absolutos, couberam aos estados do Rio de Janeiro, com 24.867 postos (+0,70%), o segundo melhor desempenho para o mês; Rio Grande do Sul, com 12.875 postos (+0,52%); Santa Catarina, 12.089 postos (+0,66%); Minas Gerais, 5.825 postos (0,14%) e Paraná, com 5.663 vagas (0,22%).

Já os estados que apresentaram desempenhos recordes foram: Pará, com 4.226 postos (+0,62%); Amapá, 496 postos (+0,76%) e Roraima, com 451 postos ou +1,13%. Influenciados por fatores sazonais e conjunturais, dentre os estados que tiveram desempenho negativo estão: São Paulo (-29.145 postos ou -0,24%); Goiás (-10.466 postos ou -0,96%) e Mato Grosso (-5.791 postos ou -1,02%).

Fonte: http://www.secom.gov.br/sobre-a-secom/nucleo-de-comunicacao-publica/copy_of_em-questao-1/edicoes-anteriores/boletim-1435-2013-21.12/com-2-3-milhoes-de-novas-vagas-emprego-com-carteira-assinada-cresce-6-46-em-2011?utm_campaign=Newsletteremquestao&utm_medium=Trabalho&utm_source=Emprego..Carteira.Assinada&utm_content=211211

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Vereadores de BH votam hoje privatização das Escolas Municipais


Os vereadores de Belo Horizonte, votam hoje no apagar das luzes de 2011, em sessão extraordinária Projeto de Lei 1903-2011do prefeito-empresário Lacerda que dá mais um duro golpe neoliberal na população de Belo Horizonte, principalmente nos nossos jovens e crianças, a famigerada PPP- Parceria Público Privada da Educação.

Com a aprovação deste projeto ele entrega a manutenção, construção e gerenciamento de nossas escolas municipais à iniciativa privada, ao capital empresarial.

O texto do projeto diz que:  Autoriza a delegação de obras e serviços não pedagógicos relacionados à Rede Municipal de Educação, por meio de parceria públicoprivada, na modalidade de concessão administrativa, e dá outras providências.

O que será esse tal de “serviços não pedagógicos”? Será que serão sacrificados os empregos das serventes das escolas? do pessoal que faz a merenda? Quantos cargos das direções das escolas serão considerados “não pedagógicos”? A diretoria será ocupada por empresários? Cadê o SindRede?

Esta é mais uma demonstração do perfil tucano e neoliberal da gestão Lacerda, que trabalha na concepção do “Estado mínimo” em que as responsabilidades dos serviços e atendimentos ao cidadão são cada vez mais entregues à iniciativa privada e precarizando cada vez mais o serviço público.

Hoje privatizam “obras e serviços não pedagógicos” através de concessão administrativa, após arrombarem a porta da educação, qual será o segundo passo? privatizar o ensino?

Por Marco Aurélio Rocha

Merval Pereira é uma ficção da Globo

Talvez por dor de cotovelo, o tedioso comentarista da TV Globo diz que o livro de Amaury Ribeiro Jr “é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral". A inveja realmente é uma merda!

19 de Dezembro de 2011 às 19:48

Altamiro Borges

Merval Pereira, o novo imortal (ou será imoral?) da Academia Brasileira de Letras, demorou a escrever sobre o livro “A privataria tucana”. Quando resolveu fazê-lo, o serviçal da Rede Globo esbanjou ressentimento e ingratidão. Na sua posse na ABL, ele mesmo havia elogiado o jornalista Amaury Ribeiro, jactando-se de tê-lo “dirigido” numa reportagem em 1999 que ganhou o Prêmio Esso.

No artigo desde domingo “A ficção do Amaury”, no jornal O Globo, ele usa os mesmos argumentos dos privatas tucanos para desqualificar o premiado “amigo” de redação. Afirma que Amaury Ribeiro “foi indiciado pela PF por quatro crimes”, apoiou Dilma e que “o livro faz parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem”.

Bajulador pegajoso dos tucanos
A maior parte do texto, que parece ter sido obrado com algum grão-tucano, tenta justificar as privatizações efetuadas no reinado de FHC. Neste caso, Merval Pereira é coerente. Ele sempre foi um entusiasta neoliberal da privataria e um bajulador pegajoso do ex-presidente. Nunca escondeu o seu ódio preconceituoso a Lula, o que lhe rendeu um “livro” e uma cadeira na decrépita ABL.

Além de elogiar as criminosas privatizações, o maior assalto ao patrimônio público da história do Brasil, Merval também se esforça para inocentar os chefões do PSDB, principalmente Serra, das várias denúncias – todas documentadas no livro – de corrupção, lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, quebras de sigilos financeiros, arapongagens e outros crimes. Os tucanos são santos!

A inveja é uma merda
Talvez por dor de cotovelo, o tedioso comentarista da TV Globo diz que o livro “é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas”. A inveja realmente é uma merda!

Neste trecho, Merval Pereira destila seu ódio também contra a blogosfera e defende seus patrões, os barões da mídia. Para ele, a chamada “grande imprensa” acertou ao não dar destaque para o livro de Amaury Ribeiro. “Por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados por verba oficial e fazem propaganda política, ela demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, por que precisava analisar com tranqüilidade o livro”. Haja cinismo!

No que se refere às verbas oficiais, talvez sem os bilionários recursos em publicidade, que o governo Dilma insiste em despejar nas contas da Rede Globo, ele perderia o seu empreguinho. Já no tocante à “propaganda política”, ele e outros “calunistas” deveriam fazer parte da folha de pagamento dos tucanos – talvez num paraíso fiscal. Merval não passa de uma ficção da Rede Globo!

Fonte: http://brasil247.com.br/pt/247/midiatech/31032/Merval-Pereira-é-uma-ficção-da-Globo.htm

Governo está trabalhando para levar internet banda larga a todos os municípios, diz presidenta

Conversa com a Presidenta O governo federal está trabalhando a todo vapor para levar internet em banda larga a todos os municípios até 2014, informou a presidenta Dilma Rousseff na coluna Conversa com a Presidenta, publicada hoje (20). Segundo ela, a meta é elevar para 60% o total de casas com acesso rápido à rede mundial de computadores. Hoje, apenas 27% dos domicílios têm internet.
“Com o Programa Nacional de Banda Larga e a participação da Telebras, vamos levar as conexões de internet para áreas mais afastadas, para as cidades do interior do Brasil, incluindo a Amazônia, onde as empresas de telefonia ainda não oferecem o serviço”, disse a presidenta ao agricultor Erno Walter Schmidt, de Navegantes (SC).
Ela explicou ainda que o governo já reduziu à metade o preço médio das assinaturas, que antes era de R$ 70 e agora está em R$ 35, para uma velocidade de um megabit por segundo. Além disso, a Anatel fará um novo leilão para permitir que todas as áreas rurais do Brasil contem com serviços de telefonia e conexão à internet.
A presidenta Dilma também esclareceu ao agente educacional Gilberto Ribas da Silva, morador de Marechal Cândido Rondon (PR), que, para obter financiamento da casa própria na Caixa Econômica, o cliente não precisa comprar seguros, adquirir cartão de crédito, fazer investimentos ou abrir caderneta de poupança. Caso essa orientação seja descumprida, o fato deve ser comunicado ao Serviço de Atendimento ao Cliente pelo telefone 0800 726 0101, que funciona 24 horas por dia, de segunda-feira a domingo. Se o caso não for resolvido, o caso deve ser levado à Ouvidoria da Caixa, no telefone 0800 725 7474.
“Embora a Caixa tenha todo interesse em vender seus produtos e serviços, a decisão de comprar é sempre uma opção do cliente”, explicou a presidenta.
Segundo ela, a Caixa é e continuará sendo o principal instrumento do governo para viabilizar o acesso à moradia. Somente na segunda fase do Minha Casa Minha Vida, serão investidos R$ 125,7 bilhões, dos quais R$ 72,6 bilhões serão subsídios para viabilizar a aquisição da casa própria pelas famílias de mais baixa renda.

Fonte: http://blog.planalto.gov.br/

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Revista Veja mente: laudo confirma autenticidade da Lista de Furnas


Imagem divulgação
A revista Veja, conhecida por apresentar uma linha editorial antipetista e de orientação tucana, publicou matéria citando inverdades sobre o Caso “Lista de Furnas” em sua edição do último dia 10/12/2011. A intenção seria uma tentativa de intimidar a oposição mineira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, notadamente a atuante ação parlamentar do deputado estadual Rogério Correia (PT).
Conforme prometido, ele apresentou à imprensa o laudo da Polícia Federal que atesta ser autêntica a Lista de Furnas, bem como a sentença judicial que desqualifica a acusação feita contra Nilton Monteiro. Ou seja: quem produziu a lista foi Dimas Toledo, presidente de Furnas; ele é quem anuncia que tucanos receberam dinheiro de caixa dois.
A comprovação dessa autenticidade é a sentença proferida em 2009 pela juíza Maria Luiza de Marilac Alvarenga Araújo que inocentou Nilton Monteiro da acusação feita em “queixa crime”, ajuizada por José Carlos Aleluia (processo 024.06.029.163-0). Na peça, Aleluia acusa Monteiro de ter inventado e divulgado a lista, em novembro de 2005, citando o seu nome como beneficiário de propina recolhida ilegalmente de empresas prestadoras de serviços à Furnas.
A decisão da juíza foi fundamentada em laudo feito pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal (PF). Através de exame documentoscópico feito no documento original da lista de Furnas, constatou-se que a assinatura era mesmo de Dimas Toledo e que a lista realmente não foi montada, sendo portanto autêntica. Em sua peça, a juíza também afirma que a lista nem mesmo veio publicamente à tona por meio de Monteiro e, sim, pelo então deputado Roberto Jefferson. Essa decisão judicial foi confirmada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
Com isso, torna-se clara a intenção de Veja em requentar o fato através de uma matéria que sequer se baseou no laudo pericial que foi feito no documento original da lista de Furnas, além da divulgação de transcrição de gravações que não fazem o menor sentido. Na verdade, o tiro saiu pela culatra, pois o que a revista fez foi acusações à Justiça e à Polícia Federal, considerando-as incompetentes e coniventes. Sem querer, Veja acabou trazendo a público as íntimas relações de Dimas Toledo com o ex-governador Aécio Neves e com outros tucanos em Minas e no Brasil.
“Vamos reforçar junto à Polícia Federal e ao Ministério Público o pedido de investigação do conteúdo da lista, ou seja, queremos saber quem doou e quem recebeu dinheiro do caixa dois”, afirmou o deputado Rogério Correia. Todo o processo sobre o Caso Furnas tramita em segredo de justiça no Estado do Rio de Janeiro.
(Movimento Minas sem Censura)
Leia, abaixo, trecho da sentença da juíza do TJMG que atesta a autenticidade do documento,  contrariando a versão do então deputado José Carlos Aleluia Costa.


 Leia, abaixo, trecho do laudo da Polícia Federal  que atesta não haver montagem ou alteração do documento original periciado.


Confira, abaixo, os documentos na íntegra:
-Laudo de exame documentoscópico
-Sentença proferida pela Juíza de Direito, Maria Luíza de Marilac Alvarenga Araújo

Fonte: ROGERIO CORREIA

Marcos Coimbra: José Serra semeou a beligerância que marca este dezembro

por Marcos Coimbra, no Correio Braziliense

O que estará acontecendo com o velho “espírito cordial brasileiro”? Onde andará nossa proverbial capacidade de encontrar o entendimento, mesmo em meio às diferenças de opinião?
Está certo que o tal “espírito”, nas palavras de Sérgio Buarque de Holanda — que trouxe o conceito de “homem cordial” para o centro da discussão sobre a cultura brasileira —, não é algo, necessariamente, positivo.
Ele não usava a expressão, apenas, como sinônimo de afável, amável, sincero. Em sua obra mais importante, Raízes do Brasil, “cordial” tinha o sentido etimológico e descrevia uma cultura regida “pelo coração” ao invés da razão, em que a subjetividade impede a predominância dos valores objetivos, e em que a ética privada — da amizade e da compreensão — submete a ética pública.
A consequência disso era clara para ele: “No Brasil, somente excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos (…). Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares, que encontram seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal”.
Em que pesem esses efeitos danosos, foi pela presença da “cordialidade” que construímos uma cultura política menos marcada pela radicalização e pelo ódio que a de nossos vizinhos. Na América do Sul, a regra é a existência de clivagens, ideológicas e partidárias, muito mais profundas e duradouras do que as que temos por aqui.
Da redemocratização para cá, todos os momentos políticos mais importantes foram marcados por grandes convergências: a eleição de Tancredo, a institucionalização democrática com Sarney, a eleição direta para presidente, o impeachment de Collor, o plano Real, a vitória de Lula. Sempre houve oposição (até porque a cordialidade não requer a concórdia), mas não intransigente e, às vezes, pouco mais que simbólica.
Dentre muitos, um exemplo: Fernando Henrique abraçando Lula no parlatório do Palácio do Planalto, depois de lhe passar a faixa presidencial, os dois emocionados, sob os olhos do país.
Este é o primeiro Natal a que chegamos com um ambiente político tão carregado. A data ajuda a deixar isso visível — pois costuma ser um momento de desanuviamento de espíritos —, mas, na verdade, quase todo 2011 foi assim (salvo os primeiros meses, quando o governo Dilma viveu uma fase rósea).
As três frentes da oposição brasileira terminam o ano em pé de guerra. No plano institucional, os partidos e os políticos oposicionistas exacerbam o discurso. Até lideranças tradicionalmente avessas a extremismos fazem coro, ameaçadas de perder a legitimidade.
Na imprensa de oposição — que assumiu, explicitamente, a missão de “ocupar a posição oposicionista deste país, já que a oposição (partidária) está profundamente fragilizada”, conforme disse, ano passado, a presidente da Associação Nacional dos Jornais —, o tom só piorou ao longo de 2011.
Nos últimos meses, práticas “jornalísticas” antes inaceitáveis (invasão de domicílio e espionagem, por exemplo), entraram para o arsenal da reportagem de alguns veículos. Destinaram espaço nada modesto a estimular protestos de “indignados” (com resultados inexpressivos). Quase diariamente, exigem contundência dos políticos da oposição.
Na oposição social, espontânea e desorganizada — e que se manifesta particularmente na internet e nas redes sociais —, são cada vez mais frequentes as manifestações de uma agressividade incomum em nossos costumes políticos. Em parte, ela ecoa o que consome dos valentões dessa imprensa, em parte, apenas expressa seus pontos de vista com truculência.
Uma das razões que explicam esse triplo recrudescimento é a campanha que Serra fez em 2010. Ele semeou a beligerância que marca este dezembro.
A vitória de Dilma é outra causa. Perder para Lula era aceitável, ter de se contentar com apenas lhe ser oposição, uma coisa até normal. Mas estar condenado a ocupar um posto secundário frente a ela, quase uma afronta.
A popularidade do governo é a terceira. Sua aprovação popular é inconcebível por quem se acha tão melhor.
O governismo (qualquer governismo) não é, por princípio, radical. A não ser quando se sente acuado. E talvez não estejamos muito longe desse ponto, pelo andar da carruagem.
Por enquanto, a radicalização é um fenômeno localizado, que não atinge a vasta maioria do país.
Ela ocorre, quase que exclusivamente, no âmbito do sistema político e na pequena parcela da sociedade que acompanha seu dia a dia. Ainda bem.
No Brasil das pessoas comuns, o Natal está chegando como sempre, favorecendo os sentimentos de cooperação e amizade. Aumentando algo que não deveríamos deixar que desaparecesse: a cordialidade.

Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/marcos-coimbra-serra-semeou-a-beligerancia-que-marca-este-dezembro.html

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

CPI da Privataria dará entrada na 3ª; autor quer negociar no recesso

Com número mínimo de assinaturas obtido, deputado Protógenes Queiroz (PCdoB) já traça planos para CPI da Privataria Tucana. Eleito para grupo de plantonistas do recesso, quer definição de membros e relator em janeiro. Se CPI sair, será única consequência até agora. Ministério Público não abriu inquérito nem foi instado a fazê-lo. Assessoria da PF diz desconhecer eventual apuração.

BRASÍLIA – A proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Privataria Tucana, para investigar fraudes em privatizações do governo Fernando Henrique, já reúne o número mínimo de assinaturas de deputados e será protocolada na mesa diretora da Câmara na próxima terça-feira (20).

Às 18h desta quinta-feira (15), o proponente da CPI, Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), dizia ter 173 assinaturas, duas a mais do que o necessário. Inclusive de deputados do PSDB, principal implicado nos fatos motivadores da CPI, nas figuras do ex-presidente FHC e do ex-ministro José Serra, e do DEM, aliado histórico dos tucanos e participante do mesmo ex-governo.

Segundo Protógenes, teriam assinado deputados como Fernando Francischini (PSDB-PR), que também é delegado da Polícia Federal (PF), Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Luiz Carlos (PSDB-AP) e Onix Lorenzoni (DEM-RS).

Para Protógenes, o combustível da CPI é a internet, que deu ampla repercussão ao lançamento do livro. “Houve um impulso muito grande na CPI pelas redes sociais”, disse.

Confiante de que nenhum dos parlamentares que endossaram a proposta vai retirar a assinatura, exatamente por causa da pressão das redes sociais, e de que o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), não vai engavetá-la, Protógenes já traça planos para que o assunto não esfrie durante o recesso do Congresso, que deve começar dia 22.

Escolhido como integrante da futura comissão representativa, uma espécie de equipe de parlamentares de plantão no recesso, Protógenes disse à Carta Maior que vai trabalhar para que o grupo se reúna ainda em janeiro, para definir os membros e o relator da CPI.

Outras consequências

Nesta quinta-feira (15), Protógenes tentou, sem sucesso, levar o debate da Privataria para dentro da Câmara dos Deputados, mas fracassou. Membro da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), ele apresentou pedido para chamar o autor do livro A Privataria Tucana, Amaury Ribeiro Jr., para dar um depoimento. Seria uma forma de ajudar a aumentar o convencimento quanto à necessidade de uma CPI.

Um deputado tucano, Luiz Carlos, que segundo Protógenes assinou o pedido de CPI, agiu para impedir o convite. E, com o apoio, por omissão, da maioria da CCJ, conseguiu. “Já há um pedido de CPI, [a audiência pública] estaria ocupando um tempo precioso da CCJ”, disse Campos. Para ele, a discussão será "mais profícua" com a CPI.

A possível instalação da CPI, se ocorrer mesmo, será resultado dos esforços individuais de alguns poucos parlamentares, como Protógenes e Brizola Neto (PDT-RJ), que ajudou a coletar assinaturas. Até agora, os partidos, do ponto de vista institucional, se omitiram.

No PT, talvez o partido com maior interesse teórico em guerrear com os tucanos, os líderes na Câmara, Paulo Teixeira (SP), e no Senado, Humberto Costa (PE), fizeram discursos na tribuna a favor de investigações, mas a cúpula do partido até agora não se manifestou.

O líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), disse que o partido não vai “embarcar” na CPI, que seria uma briga entre petistas e tucanos.

Fora do Congresso, a denúncia também não produziu consequências. Até a noite desta quinta-feira, uma semana depois da notícia de que o livro seria lançado, o Ministério Público Federal não tinha aberto inquérito por iniciativa interna de algum procurador, nem sido provocado a fazê-lo por alguém de fora, segundo a assessoria de imprensa da instituição.

Na Polícia Federal, a assessoria de imprensa informou desconhecer o teor completo do livro e, portanto, não teria como saber se existe algum inquérito instaurado – e, mesmo que soubesse, disse, não poderia informar, por razões de sigilo funcional e de presunção de inocência.


Fonte: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19222&boletim_id=1078&componente_id=17232