sexta-feira, 30 de março de 2012

Vereadores de BH só conversam na hora de pedir o voto?

Maracutaia na Câmara Municipal de Belo Horizonte, porque os vereadores não querem discutir com a população a polêmica da Pampulha?
Só conversam com o povo na hora de pedir o voto? Vergonha!
Manobra impede reunião popular sobre a Pampulha
Objetivo foi poupar Compur de dar explicações sobre liberação de obras
IANE CHAVES
Especial para O Tempo
Uma reunião marcada às pressas por vereadores da Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana da Câmara Municipal desmarcou, com apenas quatro horas de antecedência, a audiência pública que discutiria o projeto que alterou a altimetria numa parte da Área de Diretrizes Especiais (ADE) da Pampulha.


A audiência tinha como objetivo ouvir do Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur) e da própria prefeitura as justificativas para a aprovação, no último dia 1º, do projeto de construção de dois hotéis de 13 andares no bairro São Luiz.


A reunião, que adiou por tempo indeterminado a discussão, foi solicitada pelo presidente da comissão, vereador Autair Gomes (PSC). O encontro de ontem aconteceu sem até mesmo entrar na pauta de reunião da Câmara.


Autair Gomes usou um argumento, previsto no regimento da Câmara, que liberava a necessidade de convocação de todos os membros da comissão. O objetivo do encontro às pressas, denunciaram fontes da Casa, foi poupar membros do Compur e da prefeitura dos questionamentos da população em relação a liberação dos hotéis numa área que antes só podiam ser construídos prédios de até 9 m. Os empreendimentos terão 40 m.


Além de Autair Gomes, Tarcísio Caixeta (PT), líder de governo, e Bruno Miranda (PDT), vice-líder, foram os únicos a completar o quórum mínimo. Em menos de 20 minutos eles aprovaram a decisão. "Essa audiência seria só mais uma manifestação popular, que não levaria a resultado algum", disse Autair Gomes.


Os vereadores Leonardo Mattos (PV) e Elaine Matozinhos (PTB), que também fazem parte da comissão, sequer foram convocados. "Isso é um absurdo. Foi uma tentativa de abortar uma voz contrária ao adiamento", disse Mattos.


O vereador Iran Barbosa (PMDB) questionou a manobra. "A audiência seria baseada nos próprios relatórios do Compur, que aprovou os empreendimentos".
Membros do conselho atestam decisão
No mesmo dia em que a manobra de três vereadores conseguiu suspender a participação popular na discussão sobre a Pampulha, a ata da reunião do Compur, de 1º de março, que autorizou a construção dos dois hotéis na ADE Pampulha foi aprovada por membros do conselho. O encontro de ontem foi a primeira reunião do conselho desde que os empreendimentos foram aprovados.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento informou que todos os 19 conselheiros aprovaram o conteúdo da reunião que liberou os hotéis.


Apesar disso, moradores da Pampulha afirmam que não vão desistir de barrar os empreendimentos. "Vamos continuar lutando", disse o presidente da Associação dos Amigos da Pampulha, Flávio Campos. (IC)

Fonte: O TEMPO

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