quinta-feira, 1 de março de 2012


Ministério Público Federal vê novas falhas no Mineirinho

Procuradora diz que há indícios de irregularidade na gestão do espaço e que a UFMG não está sendo consultada


MARCELO PRATES
manifestação
Feirantes fizeram carreata da Pampulha até a Assembleia, em protesto


Responsável pela investigação que apura impacto social nas obras de reforma do Mineirinho para a Copa do Mundo, a Procuradora da República, Silmara Cristina Goulart, do Ministério Público Federal (MPF) em Minas encontrou fortes indícios de irregularidades na gestão do espaço público do ginásio.
 
Pertencente a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o terreno do ginásio poliesportivo, onde também funciona a Feira do Mineirinho, vem sendo administrado por uma autarquia do governo estadual, a Ademg, desde 1970.

Conforme mostrou o Hoje em Dia na edição de terça-feira, o MPF entende que não está havendo transparência no processo de retirada dos feirantes do espaço que, inicialmente, já foi cotado pela Fifa para abrigar um centro de imprensa da Copa de 2014.

No entanto, em reunião realizada no último dia 24 de fevereiro para instruir o inquérito civil do MPF, representantes da UFMG revelaram que o reitor da universidade, Clélio Campolina Diniz, não tem conhecimento sobre o que será realizado no Mineirinho e no Mineirão.

“Pela forma como o problema está sendo apresentado, além das irregularidades relacionadas com os impactos sociais, há indícios de irregularidade relacionada com a gestão do espaço público”, considerou a Procuradora da República, Silmara Goulart, conforme cópia da ata da reunião a qual o Hoje em Dia obteve acesso.

Segundo o documento do MPF, a reitoria da universidade teve conhecimento sobre projetos para as áreas somente em abril de 2010.

Depois disso, o governo estadual não consultou formalmente a UFMG sobre a implantação do empreendimento, orçado em R$ 665 milhões somente para as obras do Mineirão. “Em suma, a UFMG não tem conhecimento sobre o que será realizado no Mineirão e no Mineirinho”, relatou o representante da universidade ao MPF.

Por meio de assessoria de imprensa, a Secopa rebateu as declarações do representante da UFMG. Sustentou ainda que as reuniões ocorrem há pelo menos dois anos.

“Nesses encontros, a instituição federal sempre se posicionou como parceira dos projetos”, diz nota da Secopa.

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