terça-feira, 6 de março de 2012

As amarrações em São Paulo e Belo Horizonte terão um preço

Assim como nos relacionamentos pessoais, a política exige reciprocidade. Tem gente que chama essa troca de "toma lá dá cá". Não importa qual seja o nome, mas a prática não é assim tão feia como pintam. Em um composição de forças, presume-se que cada uma delas possa ganhar algo e contribuir com alguma coisa. É assim mesmo que funciona. 

O problema acontece quando um prato da balança fica muito mais pesado do que o outro. Essa medição de pesos é exatamente o que estão fazendo neste momento o PT e o PSB em São Paulo e Belo Horizonte. É preciso reconhecer que, nessas duas cidades, o PSDB conseguiu dar um nó nos petistas. Em São Paulo, a candidatura de José Serra foi uma jogada importante e garantiu o apoio do PSD de Gilberto Kassab. E, agora, o PSD tenta arrastar o PSB, um aliado do PT de Dilma Rousseff. 

Se os socialistas paulistas estão pressionados, na capital mineira, eles fazem muita pressão para manter, na sua coligação, tucanos e petistas. O PSDB entrou na aliança de 2008 e não deseja sair mais. Isso obriga o PT a decidir se continua no barco, em nome da parceria nacional com o PSB, ou se vai para a candidatura própria e disputa contra os aliados da eleição passada - uma situação incômoda. 

Mas a pergunta que fica é a seguinte: onde está a fidelidade do PSB? Se o partido exige sacrifícios de seus parceiros em Belo Horizonte, não seria natural que também se sacrificasse em São Paulo? 

Se os socialistas não conseguirem demonstrar fidelidade e reciprocidade na eleição deste ano, como será em 2014? Eduardo Campos tem que ser uma noiva muito atraente para que escapadas, como a que pode ocorrer em São Paulo, sejam perdoadas pelo PT. 
(Carla Kreefft)


Fonte: JORNAL O TEMPO

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