quinta-feira, 8 de março de 2012

Reações para tentar barrar verticalização se espalham

Moradores se mobilizam para tentar reverter a decisão do Compur
MARINA SCHETTINI




 
FOTO: ALEX DE JESUS
Iran Barbosa: administração extrapolou autorização da Câmara

O sinal verde para a construção de dois hotéis de 13 andares na região da Pampulha, o que seria o início de um processo de verticalização da região, foi recebido com indignação pela população. Diante da possibilidade de descaracterização de um dos mais importantes cartões-postais da capital, é cada vez maior o número de manifestações contrárias à decisão, da última quinta-feira, do Conselho Municipal de Política Urbana (Compur).


Uma das ações que tentam barrar a construção dos empreendimentos virá da Câmara Municipal. Um grupo de vereadores promete entrar na Justiça, nos próximos dias, com uma ação popular. "Se a população aceitar, outras leis poderão liberar mais prédios porque a Câmara e o Compur são cheios de amigos da prefeitura. Não podemos deixar que a Pampulha se transforme em um novo Belvedere", disse Cabo Júlio (PMDB).


Um projeto de resolução contrário à liberação dos hotéis também será protocolado na Casa. A intenção do grupo encabeçado pelos vereadores Cabo Júlio e Iran Barbosa (PMDB) já teria o apoio de outros 13 parlamentares. "Se houver mesmo vontade dos vereadores, conseguiremos aprovar tudo em menos de 30 dias", afirmou Barbosa.


A intenção dos vereadores é provar que a prefeitura extrapolou a autorização dada pela Lei 9.952/2010, a chamada Lei da Copa. "Nós aprovamos uma lei que dava agilidade para a construção de hotéis, hospitais, mas a prefeitura foi além disso", afirmou Cabo Júlio.


Na Assembleia, foi aprovado ontem um pedido para a realização de uma audiência pública para discutir o caso. A data para o encontro e os nomes dos convidados ainda serão anunciados. "O que nós queremos é que as obras nem comecem", afirmou o deputado Rogério Correia (PT).


Os moradores da Pampulha também reagiram e entraram com uma representação no Ministério Público Estadual (MPE) questionando os critérios de liberação dos empreendimentos. O presidente da Associação dos Moradores da Pampulha, Flávio Marcos Campos, acredita que a mobilização irá ajudar a barrar os projetos. "Essa é a demonstração de que existe um problema na aprovação das obras".


Segundo ele, representantes de outras associações também são contra os hotéis. "Todos estão se conscientizando de que esse descontrole das construções pode afetar a vida da cidade".

Fonte: JORNAL O TEMPO

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