segunda-feira, 12 de março de 2012

Para resgatar o compromisso com BH

BH, cidade da vida, do diálogo, da cultura, da participação popular, da saúde, dos compromissos sociais, do meio ambiente, da moradia, do planejamento urbano, da mobilidade, de todas as vilas vivas, da educação libertadora, sustentável, moderna. Por isso, candidatura própria do PT em BH.
Quando reconquistamos as liberdades democráticas em nosso país, um dos debates foi o da adoção dos dois turnos em eleições municipais (cidades acima de 200 mil habitantes) e eleições nos estados e para presidente da República. Essa inovação pretendia, principalmente, dar aos eleitores uma maior transparência ao terem que colocar suas propostas, visões de Brasil, estados e cidades, enfim, que cada partido se colocasse para que os eleitores pudessem decidir e escolher livremente.
As coligações são legítimas, desde que fundamentadas em propostas claras, coerentes, com partidos que tenham afinidades programáticas. Em 2008, BH viveu uma experiência de aliança que, prometendo continuar e melhorar, mostrou que a união de partidos com propostas e visões diferentes não oferece à população resultados satisfatórios.
Toda união é com os diferentes, mas eles têm que ter um mínimo de afinidade e, no caso da política, compromissos convergentes. Do contrário, deu no que deu em nossa cidade. O PT tem que fazer mea culpa.
O que aconteceu em BH em 2008 deixou o Partido dos Trabalhadores sem o vermelho vibrante de uma agremiação que nasceu como contraponto aos anos da ditadura militar. Era capaz de enxergar-se, discutir-se e, a partir daí, dar à sociedade possibilidade de realmente participar das decisões políticas em seu país, estado ou cidade.
Em Belo Horizonte, durantes os 20 últimos anos, o PT foi capaz de enfrentar suas desigualdades internas e manter um projeto para a cidade, que ora comandou, ora dividiu com aliados de ideias semelhantes. Foi assim ao eleger seus próprios prefeitos ou apoiados, como o caso do saudoso Célio de Castro.
O que vivemos nos últimos três anos mostrou, na prática, que a aliança de 2008 não produziu os resultados que esperávamos. Pelo contrário: a cidade viu o seu Orçamento Participativo encolhido e seus principais programas sociais estagnados. Perdemos o ritmo. Setores estratégicos, como a mobilidade urbana, habitação popular, turismo e saúde não avançaram nada. Em que pese a publicidade dar uma impressão bem diferente da realidade.
Se o PT disputar a eleição para a PBH com um candidato próprio, pode ganhar ou perder, o que é próprio de uma disputa eleitoral, mas manterá viva sua ideia de partido. Se o PT disputar a eleição com o PSDB na aliança, aí é certo que perderá a eleição. Porque perderá definitivamente sua identidade, a marca de suas realizações e seu compromisso histórico com os segmentos sociais.
Dia 18 de março será o dia da verdade para o PT de BH.

ROBERTO CARVALHO
Vice-prefeito de BH
Presidente do PT-BH

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