quarta-feira, 23 de maio de 2012

Petistas cotados a vice tentam antecipar escolha para manter cargos

Desincompatibilização termina em 6 de junho, mas nome só sai no dia 10, com risco de não recondução


FLÁVIO TAVARES 4/2/2012
patrus ananias
Patrus só aceita colocar seu nome a vice se houver unanimidade
Os três secretários municipais da Prefeitura de Belo Horizonte filiados ao PT que aspiram a vaga de vice-candidato a prefeito na chapa pela reeleição de Marcio Lacerda (PSB) teriam pedido ao partido que antecipe a reunião da legenda para decidir sobre a sucessão.

É que, nos bastidores, eles temem deixar os cargos e não mais retornar. Os secretários têm até o dia 6 de junho para se desincompatibilizarem caso queiram disputar algum cargo nas eleições deste ano. O problema é que o PT definirá o nome do vice na coligação com Lacerda apenas no dia 10.


Fontes do PT garantiram que os três temem deixar os cargos e não serem novamente nomeados pelo socialista. Na segunda-feira (21), o secretário de Transportes e Obras Públicas, Murilo Valadares, disse que ainda não se decidiu. Cotado para lançar a pré-candidatura com o apoio do ex-deputado Virgílio Guimarães (PT), ele ficou irritado quando questionado se temia deixar a administração. “Nada está decidido”, resumiu.

Já o procurador geral da Prefeitura, Marco Antônio Resende, disse que não é pré-candidato. “A imprensa é que coloca minha candidatura, mas ela não está posta. Não tenho que considerar isso agora, é uma questão que pode ser colocada para frente, agora não”, afirmou, esquivando-se de responder o possível temor em não voltar à gestão de Lacerda.

O outro aspirante ao cargo é o secretário de Políticas Sociais Jorge Nahas. Ele não foi encontrado. O presidente do PT municipal, Roberto Carvalho, confirmou a realização do encontro petista no dia 10 de junho.

Corrente DS insiste no nome de Patrus


Parte do PT de Belo Horizonte insiste na ideia de que o ex-ministro Patrus Ananias seria o nome ideal para unir a sigla e compor a chapa como vice do prefeito e pré-candidato à reeleição Marcio Lacerda (PSB). Buscando o convencimento de todas os setores, um texto, de iniciativa da corrente interna Democracia Socialista, está sendo construído. Patrus teria admitido que se fosse unanimidade dentro dos grupos, aceitaria ocupar a vaga de pré-candidato a vice.

Segundo fontes, o documento pretende mostrar que a unidade deve ser feita em torno do nome de Patrus e buscará persuadir os representantes de chapas que têm nomes colocados para a disputa de vice que acontecerá no dia 10 de junho.

Além de Patrus, o PT tem mais sete possíveis candidatos a vice, sendo que André Quintão, Paulo Lamac e Virgílio Guimarães, que apoia a candidatura do secretário municipal de Obras, Murilo Valadares, já sinalizaram estarem abertos a discutir uma candidatura de consenso.

Já o deputado federal Miguel Corrêa, que é tido como favorito, detendo 22% dos delegados e podendo chegar a 30%, resiste em retirar a pré-candidatura. O deputado afirmou que também trabalha para um acordo, mas acredita não ser uma tarefa simples.

A indicação do ex-ministro encontra oposição, ainda, dentro do grupo representado pelo vice-prefeito Roberto Carvalho. Dizendo ter 40% dos delegados, Carvalho, que defendia a candidatura própria, pode ser o definidor dessa disputa se desejar apoiar qualquer um dos candidatos. No entanto, ele acredita que a indicação de Patrus desmereceria sua história.

Uma possível inelegibilidade de Patrus, que compôs chapa de vice com o candidato derrotado ao Governo de Minas Hélio Costa, é quase descartada pelo advogado da prestação de contas da campanha Mateus Moura.

Apesar de Costa ter tido as contas rejeitadas, isso não afetaria o ex-ministro, já que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda tem recurso pendente. Além disso, a resolução do TSE que afirma que a quitação eleitoral é documento indispensável ao registro também está em questionamento. E não houve movimentação na conta de Patrus.

Fonte: Jornal HOJE EM DIA

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