terça-feira, 8 de maio de 2012

Base pressiona por chapa pura do PSB para vereador

Sucessão.Parlamentares não querem coligação proporcional com aliados
Base pressiona por chapa pura do PSB para vereador
PT e PSDB forçam a formação da aliança para a disputa de vagas na Câmara
CRISTIANO MARTINS
 
FOTO: GRAZIELLA GIANNINI/DIVULGAÇÃO
Avaliação. Fábio Caldeira diz que os interesses do PSB não podem ser prejudicados com a aliança

A direção do PSB de Belo Horizonte encontra-se "entre a cruz e a espada", nas palavras de um dos próprios líderes da sigla. Com acordos bem adiantados ou já oficializados com 16 partidos em torno do projeto de reeleição do prefeito Marcio Lacerda, cresce, a cada dia, o impasse referente à formação ou não de uma chapa proporcional para a briga por vagas na Câmara Municipal

Indiferente às negociações das executivas municipal, estadual e nacional do PSB - que já sinalizaram com a possibilidade de chapa tanto com petistas quanto com tucanos -, a base insiste em promover uma chapa "puro-sangue" de candidatos a vereador. Em folheto apócrifo divulgado na semana passada, os mais radicais chamaram a hipótese de uma coligação de "estupro eleitoral"

Internamente, há críticas à condução do processo. Segundo os mais insatisfeitos, a cúpula da legenda havia prometido, no ano passado, que só haveria coligação se confirmadas as chances de ampliação da bancada. Posteriormente, porém, ao negociar os apoios do PT e do PSDB a Lacerda, a direção ignorou a promessa.

"A absoluta maioria é contrária (à aliança proporcional), mas isso deve passar por uma avaliação ampla. Todos os gestos políticos serão levados em conta, pois são partidos importantes e devem ser contemplados da melhor maneira. Sabemos que temos uma engenharia complicada para resolver", admitiu um dirigente municipal, que pediu para não ser identificado.

Matemática. Segundo o vereador Fábio Caldeira, a chapa pura do PSB poderia eleger seis vereadores, ao passo que uma coligação com o PT reduziria a participação da sigla para, no máximo, três cadeiras. "O objetivo maior é a eleição do prefeito. Mas o projeto de crescimento do PSB não pode ser desprezado, e ele tem uma etapa fundamental que é a eleição de uma bancada representativa", defende.

Para o secretário executivo do PSB de Minas, Mário Assad Júnior, é cedo para os cálculos. "Estamos concluindo o objetivo, que é consolidar a aliança, e, agora, vamos sentar e discutir um caminho que atenda também ao PSB na proporcional".
Petistas e tucanos já cobram a ‘contrapartida’
Para aumentar a pressão sobre a direção do PSB, petistas e tucanos se mostram irredutíveis quanto à formação de uma coligação proporcional exclusiva com os socialistas.

Vice-presidente do PT de Belo Horizonte, o vereador Arnaldo Godoy já dá o acordo como oficializado. "O acerto envolve a direção nacional do PSB. A nossa participação na aliança implica coligação entre PT e PSB na proporcional, exclusiva com os dois partidos. É o acordo", disse.

Para ele, a situação não seria tão prejudicial aos socialistas: o PT elegeria, sozinho, quatro vereadores, e o PSB, entre três e quatro. Em caso de coligação, ele crê que o PT ocuparia sete cadeiras, enquanto o PSB teria três vereadores.

Do outro lado, o presidente do PSDB da capital, deputado João Leite, também cobra a chapa com os socialistas. "Não aceitaríamos o PT de jeito algum. O que já dissemos e o que foi sinalizado para nós é a coligação proporcional PSDB-PSB",

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