sexta-feira, 25 de maio de 2012

144 MIl ZUMBIS EM BH


Mais de 144 Mil usuários de Craque em BH, constatação apresentada, ontem, pela mídia vem referendar a tese que eu acredito de que essa é a maior Epidemia dos últimos tempos. Em BH, por semana, morrem vítimas da violência causada pelo tráfico aproxidamente 7  a 10 pessoas por semana ou seja todos os meses enterramos aproximadamente 30 seres humanos mortos, na maioria das vezes, de forma violenta,por dívidas  irrisórias, eu mesma encontrei mães que perderam filhos por R$2,00. Estamos em guerra, uma guerra silenciosa, onde a maioria das vítimas são crianças e  jovens, negros, moradores dos bairros pobres de nossa BH. Criamos um exército de Zumbis que se movimentam de forma desordenada por toda cidade. O Craque tem adoecido milhares de famílias, tem levado pessoas a níveis extremos de degradação humana. Pais e mães estão atônitos sem saber o que fazer, onde buscar ajuda, ou simplesmente alguém que os escutem e simplesmente não encontram. O que fazer?

Sem receita pronta, com certeza não sabemos com lidar com o caos instalado,  mas sabemos o que vem causando tamanha aberração, a falta completa de interesse do poder público em combater de frente esse câncer social. Em BH, políticas que promovam integração social para a juventude não existem, os jovens estão a mercê do tráfico sem nenhuma intervenção para que isso não aconteça. Sabemos que o investimento em educação, cultura, lazer e esporte dando opções e perspectivas reais a cada menino e menina é um grande instrumento na disputa por essas vidas. O que é que estamos fazendo pra isso? Somos uma cidade que não investe em equipamentos para prática de esportes - ainda existem em BH alguns campos de várzea simplesmente pela teimosia dos moradores, não construímos nos últimos 30 anos nenhum espaço Poliesportivo - que possam incentivar crianças das escolas públicas a praticarem modalidades esportivas como atletismo, natação,  vôlei, basquete, dentre outros; não incluímos em nossas grades curriculares aulas de música, teatro, dança, artes plásticas; não investimos na formação do cidadão pleno; áreas de lazer não existem na periferia e nossas crianças, por causa do ciclo vicioso da violência, não podem mais brincar pelas ruas, queimada e pelada do final de tarde, nem pensar, uma bala perdida pode chegar de repente.  Sem nenhuma forma de ação de prevenção a violência assola nossa cidade, mortes diárias, assaltos, e todo o tipo de violência batem a nossa porta e o Estado, omisso, na formação de suas crianças e jovens, não consegue dar a sua população a segurança necessária. Não há ação efetiva de repreensão ao crime e com isso nossa cidade tem a certeza de que é insegura e qual  é o resultado desse completo abandono, violência desenfreada, insegurança para todos, hospitais lotados por pacientes corroídos pela droga, falta de vagas nos sistema penitenciários, lotado por jovens que cometeram pequenos delitos e ou mataram por ordem de algum traficante.

Vão dizer, mais isso é um problema do mundo, do Brasil, porém é em BH que eu vivo, foi aqui que eu nasci e é aqui que eu crio meus filhos e espero que meus netos possam viver e como qualquer belo-horizontino quero uma cidade feliz e segura. Nós da sociedade civil temos que nos unir em cobrar ações do Estado mas também através de nossas áreas de atuação em nossos bairros, igrejas, clubes, locais de trabalho nos organizarmos contra essa grande tragédia que assola nosso país e nossas cidades.

Palowa Mendes

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