Não é a primeira vez que a Prefeitura de Belo Horizonte divulga dados falsos a respeito de temas desfavoráveis a sua imagem. No período das chuvas, matérias oficiais do município chegaram a afirmar que o volume pluviométrico do final do ano de 2011 seria o maior dos últimos 110 anos na capital, e que os mesmos eram a razão das diversas enchentes que estavam ocorrendo, como continuam a ocorrer nas principais avenidas da capital.
Fato desmentido pelas entidades que tratam das questões climáticas em Belo Horizonte, pelo setor de drenagem da UFMG que demonstrou a falta de responsabilidade da administração municipal em pavimentar e ampliar vias como, Avenida Cristiano Machado e Antônio Carlos sem a necessária construção de galerias de drenagem e ampliação da vazão dos córregos e rios que recebem as águas da bacia.
A seguir, levantamentos feitos pela FIERJ baseado em dados do governo federal demonstraram que a situação financeira e fiscal do município de Belo Horizonte é uma das piores do Brasil, desmentindo a versão de eficiência que vinha sendo noticiada.
Agora entra no ar uma riquíssima campanha publicitária atribuindo ao crescimento da frota de veículos da capital a atual situação catastrófica do trânsito em BH. O que não passa de manipulação de índices com o intuito de isentar Lacerda da responsabilidade.
Em sua campanha eleitoral de 2008, pela prefeitura de BH, Lacerda apresentou-se a população da capital, com aval do então governador Aécio Neves e do prefeito, hoje ministro, Fernando Pimentel, como grande gestor e realizador, dentre suas promessas, a mais importante, que denominava-se mobilidade urbana, era a de solucionar os problemas de trânsito da capital mineira. Na propaganda eleitoral apareciam maquetes e animações da construção de viadutos, túneis e outros equipamentos urbanos.
A população da capital deslumbrada com o que lhe era apresentado e diante do apoio de Pimentel e Aécio acreditou no que estava sendo prometido e elegeu Lacerda. Quatro anos passaram e a população de BH percebe que a administração de Lacerda nada fez do que prometeu. Foi marcada por intolerância, arbitrariedades e escândalos devido ao aparelhamento da maquina pública para favorecer os interesses de seus financiadores eleitorais, basicamente construtoras e concessionários de ônibus.
Em Março, há seis meses do término de seu mandato e de novas eleições, que Lacerda informa que irá disputar a reeleição, inicia-se um audacioso e milionário projeto de marketing político, com a veiculação de “reportagens” na imprensa abordando os problemas da capital, apontando falsas razões que justifiquem seu atual estado.
Principal promessa anunciada pela propaganda eleitoral de 2008, agora é apresentada pela TV Globo Minas como impossível de solução, apresentando como causa “o crescimento da frota de veículos da capital, citando como fonte o DETRAN-MG.
Por “coincidência”, um mês após a veiculação desta notícia “jornalística”, entra no ar uma campanha publicitária da Prefeitura de Belo Horizonte repetindo o que havia sido dito pela reportagem na procura de levar o belorizontino ao erro.
Segundo levantamento realizado por Novojornal, ao contrário do que anuncia a milionária propaganda paga pela Prefeitura nos diversos veículos de comunicação, maliciosamente e fugindo da verdade levou em conta não apenas o período do mandato de Lacerda, ou seja, de 2008 a 2012, retroagiu propositadamente em dez anos. Tudo porque o crescimento da frota da capital mineira no período do mandato de Lacerda foi insignificante comparado a períodos anteriores.
Segundo levantamento oficial do DENATRAN, Departamento Nacional de Trânsito, órgão ligado ao Ministério da Justiça, o crescimento da frota da capital mineira entre 2008 e 2012 foi praticamente idêntico ao de outras capitais. Indaga-se então qual o motivo da atual situação caótica do trânsito da capital. Segundo técnicos do setor a resposta é óbvia, “Marcio Lacerda não executou as obras prometidas que realmente eram necessárias”.
Além deste fato, Lacerda é acusado de atender os interesses dos donos das linhas de ônibus, em detrimento dos usuários, em busca de maiores lucros, não aumentando o número de veículos que operam no setor de transporte de passageiro da capital. Segundo estes técnicos, apenas esta medida criou dois complicadores. O primeiro em relação à qualidade do serviço, uma vez que os usuários são transportados como animais, e o segundo em relação ao aumento do número de veículos que poderiam estar na garagem se seus proprietários pudessem utilizar o sistema de transporte público com eficiência e qualidade.
Enquanto em São Paulo, neste período, o numero de ônibus em operação saltou de 39.225 para 41.003, no Rio de Janeiro de 13.706 para 16.084 e em Curitiba de 5.774 para 7.636, em Belo Horizonte houve um acréscimo na frota de apena 800 veículos. Foi de 7.646 para 8.486. Acréscimo insignificante levando em conta o número de pessoas transportadas pelo sistema. Sem dizer que com a instalação do BH Bus que integrou o sistema de ônibus da capital ao de metro, o número de usuários do sistema, conforme índice da própria BH Trans, praticamente dobrou.
Com o aumento do número de usuários e menor frota, aumentou o lucro das empresas concessionárias de ônibus da capital. Lógica idêntica adotada no sistema BRT, que está sendo implantado e financiado com dinheiro público para ser entregue sem licitação, gratuitamente sem qualquer ônus aos concessionários donos das linhas de ônibus da capital.
Fonte: NOVOJORNAL
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