sábado, 7 de abril de 2012

Alagamentos em BH - A Culpa é da Natureza?

Mais um temporal em Beagá e a cidade virou um caos total, ainda bem que foi no feriado, imaginem se fosse numa sexta-feira normal de trabalho?

As explicações da Prefeitura mais uma vez tentarão por a culpa na Natureza, programas populares de
“jornalismo”? falarão que BH tem muitas árvores, tem que cortar, ou seja o velho festival de insanidades para deturpar e confundir a população.

A questão é que a prefeitura através do Lacerda priorizou as chamadas “grandes obras” para atender aos seus financiadores do transporte rodoviário por ônibus e danou a construir viadutos, fechar a “tampa do caixão” para acabar de enterrar o Arrudas e duplicar vias indiscriminadamente sem realizar estudos necessários para contenção de água nas bacias hidrográficas de Beagá, fato este alertado pelos estudiosos e técnicos competentes da nossa Universidade Federal de Minas Gerais.

Assim como existem campanhas para prevenção da Dengue, do devido recolhimento do lixo, a prefeitura deveria realizar uma campanha para que todos os cidadãos que ainda residem em casas com quintais que procurem mantê-lo sem impermeabilizá-lo, sem concreto, e que aqueles que concretaram todo seu quintal que possam voltar atrás e tentar deixar pelo menos um pedacinho de terra para ajudar a cidade.

Belo Horizonte é uma grande “caixa d´água” como é conhecido nosso Estado, são centenas de córregos e nascentes, se a Prefeitura continuar insistindo em impermeabilizar o nosso solo sem fazer as devidas intervenções de retenção e drenagem orientada pela UFMG, o caos de agora será pequenino para o de amanhã.

Por Marco Aurélio

Confira a reportagem do jornal O Tempo:

Temporal de uma hora alaga ruas e arrasta carros na capital
Ribeirão Arrudas transbordou e caiu granizo; a previsão é de mais chuva
JOANA SUAREZ
Foto: André Fossati
Uma hora de chuva foi o suficiente para provocar um verdadeiro caos em várias regiões de Belo Horizonte. Inundações, queda de árvores, carros arrastados pela correnteza, fios de alta tensão partidos, semáforos em flash e bairros sem energia. Tudo após um temporal com chuva de granizo no início da tarde.

Segundo a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), 104 raios foram registrados, e as rajadas de vento atingiram uma velocidade média de 60 km/h. Os bombeiros registraram 67 quedas de árvores, que atingiram muros, fiações elétricas e veículos. Não houve registro de feridos.

Entre as regiões mais atingidas estão a Oeste e a Noroeste, principalmente nos bairros Carlos Prates e Prado, onde choveu cerca de 58 mm - 50 mm é a média de chuva em abril na capital. As ruas Ituiutaba, Pampas e Jaceguai, no Prado, ficaram completamente inundadas.

O ribeirão Arrudas, segundo um funcionário da obra do Bulevar, transbordou na altura do bairro Carlos Prates, e a avenida ficou alagada. Muitos motoristas retornaram na contramão, enquanto outros, no sentido contrário, tentavam passar.

De acordo com a PucMinas TempoClima, na região Centro-Sul choveu cerca de 15 mm. "Uma frente fria veio do litoral da região Sudeste e avançou no Estado. Como as temperaturas estavam muito quentes, as pancadas de chuvas costumam ser fortes em regiões isoladas", disse a meteorologista Ádma Raia.

Prejuízo. Um dos motoristas que tiveram o carro atingido por uma árvore foi o agente da BHTrans Paulo José, 53, que havia estacionado na rua Cobre, no bairro Cruzeiro, na região Centro-Sul. "Eu vim comer uma bacalhoada na casa de um amigo e, agora, tenho que ver o prejuízo. Não dá mais para parar embaixo de árvores", disse.

De acordo com a Cemig, vários bairros da região Centro-Sul e Oeste ficaram sem energia - a promessa era de restabelecimento na noite de ontem. A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) não foi encontrada para falar sobre o número de semáforos desligados e vias interditadas.
Previsão
Tempo. A frente fria vai continuar atuando na região metropolitana da capital. O tempo hoje
fica instável, com possibilidade de chuva na parte da tarde. As temperaturas variam entre 20°C e 29°C.
Moradores juntam lixo para evitar que água invada casas
A rua Pampas, no Prado, na região Oeste da capital, foi uma das mais atingidas ontem. A correnteza da água era tão forte que arrastou dois carros e uma caçamba de lixo. "A água subiu muito rápido e, quando eu desci para tirar meu carro da rua, já não conseguia mais sair do prédio", contou a operadora de telemarketing Maria Kátia Miranda, 47, que teve o carro arrastado.

Na rua Ituiutaba, também no Prado, enquanto a água jorrava dos bueiros, moradores juntavam o lixo que se acumulava na grelha boca-de-lobo para evitar que a água invadisse suas casas. Eles recolheram uma caçamba inteira de lixo.

"A prefeitura colocou essa grelha na rua para evitar as inundações, mas não resolveu o problema. Todo ano é a mesma coisa, se não tirarmos o lixo, entope tudo", disse a dentista Andréia Lopes, 51. (JS)
Fonte: O TEMPO

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