terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Carvalho, Quintão e Clésio Andrade acusam Lacerda de usar PSB para buscar apoio

O grupo formado por PT, PMDB e PDT, que defende uma candidatura em Belo Horizonte da base aliada da presidente Dilma Rousseff (PT), partiu nessa segunda para o ataque contra o prefeito Marcio Lacerda (PSB). Apesar de ainda se dizerem abertos a conversas com os socialistas, também aliados de Dilma, os dirigentes dos partidos acusaram Lacerda de usar o PSB nacional para arregimentar apoios. Com o prazo reduzido para definir se vai apoiar uma candidatura que não seja própria do PT, o dirigente municipal, vice-prefeito Roberto Carvalho, disse que vai manter sua tese, de não se aliar a coligações que tenham PSDB, DEM ou PPS.
Roberto Carvalho, Leonardo Quintão (D) e Clésio Andrade
criticaram a 'barganha' que estaria sendo feita pelo PSB
No encontro, do qual participou também o senador Clésio Andrade (de saída do PR e malas prontas para o PMDB), os representantes dos partidos atearam fogo sobre a atuação do PSB de Lacerda, que prega a vinculação do apoio em outras capitais à sustentação da campanha à reeleição do prefeito de BH. “Não aceitaremos barganha e não acredito que o PSB vá colocar essa condição. Isso é de uma mediocridade sem tamanho”, afirmou o presidente municipal do PT, Roberto Carvalho.


Carvalho se refere ao fato de o PSB nacional indicar que os apoios dos governadores socialistas de Pernambuco, Eduardo Campos, e do Ceará, Cid Gomes, aos prefeitos petistas candidatos à reeleição nas respectivas capitais: João da Costa no Recife e Luizianne Lins em Fortaleza. O presidente do PMDB de BH, deputado federal Leonardo Quintão, lembrou que a pré-candidata Jô Moraes (PCdoB) já abriu mão de concorrer no pleito em troca do apoio do PSB à deputada federal Manuela D’Ávila, pré-candidata à prefeitura de Porto Alegre.

“O prefeito tem demonstrado uma falta de liderança tremenda junto de sua forças e está usando o partido nacionalmente para conseguir aliados por meio de chantagem. Belo Horizonte não é moeda de troca e não iremos aceitar”, afirmou Quintão, que concorreu contra Lacerda em 2008, mas foi derrotado no segundo turno. Para o senador Clésio Andrade, esse condicionamento de apoio foi um “presente de grego”, pois o próprio presidente do PSB, governador Eduardo Campos, declarou que pode ser candidato a presidente em 2014. “Com isso ele também fica vulnerável”, afirmou.

O grupo segue defendendo a unidade entre os partidos em uma ou mais candidaturas que não tenham o PSDB, PPS ou DEM na chapa, o que excluiria o prefeito Marcio Lacerda, eleito com o apoio dos três. Como no ano passado o PT participou de dobradinha com o PSDB na coligação do socialista, parte dos petistas ainda defende a repetição da aliança com os tucanos. Roberto Carvalho acredita que vá prevalecer a decisão da Executiva municipal, de excluir os tucanos de conversas para a sucessão. O diretório nacional deu prazo até 15 de janeiro às direções municipais que pretendam apoiar candidatos que não forem petistas para encaminhar as situações à direção nacional.

Insatisfação no PT
A proximidade das eleições do ano que vem já está causando novos rachas no PT. Insatisfeita com a atuação do presidente Reginaldo Lopes, parte da bancada estadual na Assembleia convocou ontem reunião para pedir a saída do petista da coordenação da bancada estadual mineira na Câmara dos Deputados. O estopim foi uma reunião há duas semanas, em que Reginaldo e integrantes do chamado bloco Pró-Minas da Dilma se juntaram a tucanos e outros aliados do governador Antonio Anastasia (PSDB) para definir uma agenda comum. Petistas da Assembleia reclamam que isto seria “incompatível” com a função de líder da bancada mineira. No encontro, Reginaldo Lopes foi desautorizado por seus pares e foi definida uma diretriz de aproximação das bancadas Minas Sem Censura e o bloco Pró-Minas da Dilma. Reginaldo considerou que tudo não passa de um desentendimento e que até janeiro vai decidir se permanece como coordenador da bancada.

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