O ápice
da dengue está ficando para trás e já não serve mais como
justificativa para explicar a superlotação dos postos de saúde
administrados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Com certeza, o
poder público encontrará outros fatores para esclarecer o caos
instalado no segmento médico-hospitalar da capital, como a greve
parcial no setor. Enquanto o problema crônico e recorrente permanece
sem solução, evidenciando a incapacidade da administração
municipal de gerenciar crises, pacientes de todas as idades agonizam
sem atendimento qualificado.
Desde a
última quinta-feira, Ana Carolina Aragão, de 30 anos, tenta
atendimento médico para os dois filhos dela no Hospital Municipal
Odilon Behrens. Os meninos, Matheus Eduardo, de 1 ano e 7 meses, e
Ryan Otávio, de 6, sofrem de bronquite e asma, ambas as doenças em
estágio agudo.
“Já
não sei mais o que fazer, pois, a cada tentativa de atendimento para
as crianças, há uma informação diferente para a não prestação
do serviço. Os atendentes dizem que a unidade está lotada, que os
servidores estão em greve ou ainda que é troca de plantão”,
lamentou a mulher que, na terça-feira, mais uma vez, buscava sem
sucesso socorro médico para os filhos.
Sem
alternativas
Desempregado
e desiludido, o motoboy Pedro Márcio Magalhães, de 26 anos, também
encontrou dificuldades de atendimento para a filha, uma criança de
colo de 1 ano. A menina apresentava quadro avançado de desidratação,
febre alta e vômitos consecutivos.
Depois de
aguardar por mais de 4 horas por atendimento no Odilon Behrens, ele
desistiu. Inconformado, afirmou que cuidaria da filha em casa, com
antitérmicos. “Não tenho opção. Estou desempregado e não posso
arcar com atendimento particular. Para a Copa do Mundo não falta
dinheiro, tem obra para todos os lados. No entanto, a saúde continua
abandonada”, desabafou.
Justificativas
Segundo a
assessoria de comunicação do Odilon Behrens, a unidade estava
superlotada devido à demanda gerada pelas Unidades de
Pronto-Atendimento (Upas). Além disso, informou que a greve no setor
atingiu 30% do departamento de enfermagem. “Parte da categoria que
não aderiu ao movimento está trabalhando em operação tartaruga”,
informou a assessoria.
Fonte: HOJE EM DIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário