sexta-feira, 17 de maio de 2013

MP dos Portos passa no Senado e consolida vitória do Planalto

O plenário do Senado aprovou a Medida Provisória (MP) dos Portos, na tarde desta quinta-feira, por maioria, após rejeitar em bloco todos os requerimentos de destaques ao texto da MP que estabelece um novo marco regulatório para o setor portuário, define novas regras para a concessão de terminais portuários à iniciativa privada e altera as relações trabalhistas nos portos. Com isso, todas as emendas apresentadas à matéria foram consideradas prejudicadas e os senadores iniciaram a discussão do projeto de lei de conversão (PLV), conforme enviado pela Câmara dos Deputados.
A Medida Provisória (MP) dos Portos, aprovada na Câmara e do Senado em tempo recorde, apesar de produzir situações inéditas no Congresso, com deputados dormindo em sofás e em suas cadeiras, em meio a debates acalorados entre integrantes da base de apoio ao Palácio do Planalto, contra e a favor da nova Lei, a ser sancionada agora pela presidenta da República, Dilma Rousseff. A nova legislação estabelece que a exploração indireta de portos e instalações portuárias será mediante concessão para os portos organizados e, nos casos de instalações portuárias, por arrendamento de bem público. Durante a tramitação na Comissão Mista do Congresso Nacional, o relator da MP, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), acatou sugestões apresentadas pelos parlamentares e, tendo elas por base, propôs alterações em relação ao texto original.

No início do dia, logo após receber o projeto aprovado na Câmara, o Senado aprovou os pressupostos de urgência, relevância e adequação orçamentária do projeto de lei de conversão referente à Medida Provisória dos Portos. Com isso, os senadores iniciam a discussão para votação do mérito.
Com os partidos de oposição em obstrução, a votação dos pressupostos constitucionais ocorreu nominalmente e terminou com 48 votos favoráveis e 12 contrários. Os oposicionistas, que utilizaram todo o tempo regimental previsto para discursar contra a votação, devem ainda pedir a verificação de quórum em todas as deliberações que ocorrerão esta tarde em relação à MP dos Portos.
Depois dos pressupostos de urgência, relevância e adequação orçamentária, os senadores ainda irão analisar o texto do projeto que foi aprovado pela Câmara e os requerimentos de destaques para as emendas que forem apresentadas. Os oposicionistas devem apresentar diversos requerimentos para tentar atrasar a votação.
A MP tinha validade até as 23h59 desta quinta-feira. Por isso, precisava ter a votação concluída até esse horário, sem alterações ao texto para que o projeto de lei de conversão seguisse para sanção presidencial. Foi aprovada, no entanto, sem qualquer mudança, portanto, não precisará retornar à Câmara para análise final dos deputados e, consequentemente, perder a validade.
Ao justificar a votação da MP dos Portos, a tempo de evitar que ela perca a validade, o relator da matéria, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), argumentou que a Câmara dos Deputados fez apenas quatro alterações em relação ao texto aprovado pela comissão mista – integrada também por senadores e que fez o primeiro exame da MP – e que elas não alteram a essência da proposta.
Os senadores contrários à MP dos Portos usavam como argumento para a não apreciação da matéria a alegação de que não havia tempo hábil para a discussão, na Casa, da proposta que definirá novo marco regulatório para os portos brasileiros, e que o tempo disponível – cerca de 12 horas – para discussão e votação dos senadores suprime o papel de Casa Revisora do Senado.
A MP dos Portos estabelece um novo marco regulatório para o setor no qual concentra a gestão dos terminais na União, que poderá delegar a administração deles aos Estados. Além disso, a medida também abre a possibilidade dos terminais privados movimentarem cargas de terceiros. Atualmente, os terminais privados só podem trabalhar com cargas dos mesmos grupos empresariais que os administram.

Fonte: CORREIO DO BRASIL

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