Danilo Emerich - Hoje em Dia
Foto: Carlos Rhienck/Hoje em Dia
Dos 1.200 painéis previstos para até junho de 2014, apenas 102 foram instalados
Planejados para facilitar a vida dos usuários de ônibus de Belo Horizonte, painéis eletrônicos que mostram o tempo para chegada do coletivo ao ponto mais confundem do que ajudam. Além de atrapalhado, o Sistema Inteligente de Transporte Coletivo (Sitbus) está empacado. A “inovação” começou a funcionar há cinco anos e serão necessários mais dois para que opere por completo.
Dos 1.200 painéis previstos até junho de 2014 – a maioria no Centro e em áreas nobres da capital –, apenas 102 foram instalados, segundo a BHTrans. Metade são para as estações do Move (BRT). Outros 300 equipamentos estão programados para 2015.
Pontual
Dentre os letreiros colocados, parte não funciona. É o caso do aparelho na avenida dos Andradas, em frente ao Edifício Central.
A auxiliar administrativa Caren Magalhães, de 20 anos, diz ter visto o equipamento funcionando pela última vez há um mês.
“Não dá para confiar. O horário informado e o real não batem. Às vezes, o painel avisa a chegada do ônibus em cinco minutos, mas a demora é de mais de 20”.
Todos os seis equipamentos monitorados pelo Hoje em Dia apresentaram pelo menos um atraso, fora as informações que podem confundir os passageiros.
Por várias vezes, os painéis mostravam que determinada linha estava se “aproximando”, mas depois voltavam para o alerta “menos de cinco minutos” ou até “de cinco a dez minutos”. Outra situação comum era a chegada de coletivos que nem apareciam na placa.
“Às vezes funciona”, reclama a doméstica Maria Aparecida Rodrigues, de 42 anos.
Na avenida Francisco Sales, em frente ao número 80, no bairro Floresta, região Leste, o painel também confunde viajantes.
Na última quinta-feira, o aparelho anunciava que um ônibus da linha 62 se aproximava e que outro estava a menos de cinco minutos. Além disso, dois carros da linha 901 estariam a entre 15 e 20 minutos e a 25 e 30 minutos. No entanto, mesmo sem trânsito, nada ocorreu como o anunciado: o 901 chegou em cinco minutos e o 62, em sete.
Não só os letreiros dos pontos geram reclamações. Também há relatos de problemas em painéis informativos e sistemas de áudio dentro dos ônibus, como na linha 9206.
Empresas alegam que ajustes estão em curso
A justificativa para a diferença dos horários é, segundo a BHTrans e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH), o fato de o sistema estar em fase de adequação e os ajustes necessários, em curso. As empresas são responsáveis pela implantação do Sitbus.
Segundo o Setra, outro entrave está no trânsito. Além disso, dos 102 aparelhos instalados, entre 30 e 40 painéis aguardam a ligação pela Cemig.
Interferência
O engenheiro e consultor em transporte Silvestre Andrade Filho confirma que o sistema está sujeito a imprevistos devido ao tráfego.
“Mas a ideia é boa e permite ao passageiro se programar. Não é algo simples de ser feito, mas cinco anos de testes é muito tempo”, diz.
O sistema, integralmente custeado pelas concessionárias, funciona por meio de GPS e comunicação via telefonia celular (GRPS). O objetivo é melhorar a pontualidade dos coletivos.
Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de BH e Região Metropolitana, Carlos Henrique, o sistema ainda não está funcionando plenamente também porque as empresas não estariam atualizando as informações sobre os ônibus junto à BHTrans com a frequência necessária.
Fonte: HOJE EM DIA
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