Danilo Emerich e Carlos Calaes - Hoje em Dia
Frederico Haikal/Hoje
em Dia
Todo ano o carroceiro
José Israel se prepara para os prejuízos com a cheia do ribeirão
do Onça
Vítimas de inundações provocadas pelas enchentes dos córregos do Onça, Pampulha e Cachoeirinha quase todos os anos, moradores dos bairros Dona Clara, Suzana, Primeiro de Maio, Ipiranga, Palmares e São Gabriel, na região Norte de Belo Horizonte, não vão dormir tranquilos até o fim de 2016.
Este é o prazo para
conclusão das obras de drenagem das microbacias destes ribeirões
que começam no ano que vem e, em tese, deverão resolver o problema.
Mas, até lá, as enchentes, os prejuízos e o drama dessas pessoas,
de várias classe sociais, provavelmente, vão continuar.
Caso da empresária
Regina Coeli, de 43 anos, dona de uma loja de gesso na Cristiano
Machado. O estabelecimento já foi atingido duas vezes pelas águas
barrentas que saíram do leito do córrego do Onça. Para se precaver
enquanto o poder público não resolve o problema, decidiu elevar a
entrada e o piso da loja em 1,40m.
Mesma iniciativa do
gerente comercial César Gomes, de 34 anos, que na última
segunda-feira (30) dava os toques finais na construção de mais uma
unidade do Supermercados BH, no bairro Dona Clara. A entrada foi
elevada em 1,68m para evitar a invasão das águas.
Ampliação
A obra de drenagem
dessas bacias tem recursos garantidos pelo governo federal desde
2012. São R$ 442,3 milhões a serem aplicados pela Sudecap a partir
do 1° semestre de 2014.
O projeto prevê a
ampliação dos canais e o aumento da capacidade de vazão da água.
Alguns deles serão total ou parcialmente tampados.
O projeto inclui ainda
a retirada e reassentamento de 1.300 famílias que vivem ao longo do
ribeirão do Onça, no bairro São Gabriel, área considerada de
risco para enchentes. No local, será construído um parque linear,
mas o local ainda estará sob riscos de inundações.
Enchente do Onça já
virou drama anual para morador
É só entrar o mês de
outubro que os moradores das imediações do ribeirão do Onça não
desgrudam os olhos do céu. Se o tempo fechar, é sinal de
preocupação.
O carroceiro José
Israel dos Passos, de 54 anos, que há 30 cria animais na beira do
ribeirão, já perdeu a égua “Jurema” e o cavalo “Canjica”
durante as enchentes.
Os animais estavam em
pequenos cercados, que foram cobertos pelas águas, e morreram
afogados. “A água subiu depressa. Nessas enchentes também já
perdi uns 40 porcos”, reclama.
Do outro lado do
ribeirão, na rua Álvaro Martins, Paulo Roberto de Souza, de 48
anos, também não tem sossego. Sua lembrança mais dolorosa é a de
fevereiro de 2011. Durante mais uma enchente, a mãe dele, Maria
Teodora, então com 75 anos, teve de ser retirada às pressas de casa
pelos bombeiros e acabou falecendo.
As obras, no entanto,
não são garantia de que os transtornos irão acabar. “Inundações
são fenômenos naturais. O problema são as ocupações irregulares
e urbanização nas áreas das cheias, além da impermeabilização
do solo. A obra não elimina totalmente o risco, mas reduz
drasticamente a probabilidade”, afirma Ricardo Aroeira, da
Secretaria Municipal de Obras.
Fonte: HOJE EM DIA
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