quinta-feira, 7 de março de 2013

Banco Mundial e as Nações Unidas tornam método brasileiro de inclusão como referência internacional

Governos terão meios de reproduzir políticas públicas do Plano Brasil Sem Miséria

O Banco Mundial e as Nações Unidas tornarão o modelo brasileiro do Programa Bolsa Família e do Plano Brasil Sem Miséria numa referência em inclusão social para outros países. A partir de informações que serão compiladas pelo governo brasileiro e as entidades internacionais, cada país poderá construir ou aprimorar suas políticas de inclusão social com base na experiência brasileira.

A complementação de renda tem sido um dos principais instrumentos de superação da pobreza (veja gráfico), mas há também estratégias de inclusão produtiva e incentivo ao mercado de trabalho, como a valorização do salário mínimo. “O Brasil desenhou uma política social que não é separada da econômica ou da política geral do país. Ao contrário, é central ao projeto do país”, diz o diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Jorge Chediek, durante a cerimônia de assinatura de um acordo entre as entidades internacionais e o governo brasileiro, na terça-feira (5).

A Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza faz parte de um esforço global do Banco Mundial, para produção de conhecimento sistemático e compartilhamento de experiências bem sucedidas que possam ser replicadas em outros países. Além da experiência brasileira de superação da extrema pobreza, a instituição já assinou acordos semelhantes com a China, para tratar de transporte urbano, e com a África do Sul, sobre educação. “Este acordo reconhece o Brasil como um líder global na redução da pobreza e da desigualdade”, disse o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Bolsa - A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, atribui ao Bolsa Família a principal parcela de resultados favoráveis. “Ele serve de base para construção de políticas de superação da extrema pobreza, não só por ser inovador em várias questões, mas também porque temos um entendimento de que, para que uma tecnologia social seja implementada e dê certo, ela tem que ter dimensão, impacto e escala nacional”, avalia.

O presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcelo Neri, considera que o caso brasileiro é interessante não só em relação ao estudo da pobreza, mas também dos resultados alcançados, especialmente na última década. “Cumprimos as Metas do Milênio antecipadamente”, diz Neri.
 
Acordo - A primeira tarefa será a criação de um repositório de conhecimento, que reunirá estudos já realizados pelo Ipea, Banco Mundial e outras instituições. Em seguida, serão feitas novas pesquisas para examinar o que faz com que as ações sejam exitosas e que inovações adotadas têm potencial de expansão.

Na terceira etapa, a iniciativa pretende reunir opiniões e comentários para encontrar soluções para eventuais problemas de implementação das ações e políticas de redução da pobreza, com base nas experiências do Brasil e de outros países. “O que estamos planejando hoje aqui não vai ser só um acordo interinstitucional, mas um instrumento para que milhões de pessoas melhorem suas condições de vida aplicando as tecnologias sociais do Brasil”, explica Chediek.

Fonte: EM QUESTÃO

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