Nesta terça-feira, 20/11, é celebrado o Dia Nacional do Zumbi e da
Consciência Negra, que marca anualmente a morte do lider negro Zumbi dos
Palmares. A celebração foi oficializada pela presidente Dilma Rousseff
em 2011.
O Dia da Consciência Negra existe desde janeiro de 2003, pela lei nº
10.639, que também tornou obrigatório o ensino sobre história e cultura
afro-brasileira. Em 2011, o que a presidente Dilma sancionou foi uma lei
instituindo o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, afim de
lembrar o assassinato de Zumbi, em 1695, que morreu por lutar contra a
escravidão dos negros no Brasil.
História
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói
da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu
em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados
do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao
padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o
futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de
Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de
Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo,
exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos,
Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais
famosos de Palmares. “Zumbi” significa: a força do espírito presente.
Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do
Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número
de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da
capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam
chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares
constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos
pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos,
que na língua banto significam “povoação”, funcionavam como núcleos
habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão,
já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso
deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos,
entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam
cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era
parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal,
e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um
extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência
as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se
frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do
século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco,
na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste
lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir
Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um
imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião
de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a
empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de
Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de
novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo
perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça
foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e
espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por
Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros
fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é
celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a
inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por
coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro
no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da
Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre
História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas:
História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura
negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional,
propiciarão o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas
social, econômica e política ao longo da história do país.
(Fonte: Brasil Escola)
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