Socialistas temem que proximidade do prefeito com os tucanos retire o protagonismo do partido
DENISE MOTTA
O PSB do prefeito da capital Marcio Lacerda vive momento de combustão. O clima esquenta com a abertura de espaço para o PSDB no primeiro escalão do Poder Executivo.
Os socialistas temem que a aproximação do prefeito com o PSDB do senador Aécio Neves, do ponto de vista administrativo, possa significar uma aliança com vistas às eleições municipais de 2016. O receio maior é que o PSB não mantenha a cabeça de chapa. Há quem compreenda essas costuras como enfraquecimento do partido.
“Se ele quer fortalecer o PSB, por que nomeia só secretários do PSDB?”, questiona o secretário estadual da juventude do PSB, Igor Versiani, citando frase do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira: “O PSB não é um partido satélite do PSDB”.
As fissuras no PSB mineiro tiveram início no ano passado, quando Lacerda apoiou o candidato tucano ao governo de Minas, Pimenta da Veiga, mesmo com o lançamento, por sua legenda, do nome do ex-prefeito de Juiz de Fora Tarcísio Delgado.
O deputado federal Júlio Delgado, filho de Tarcísio não esconde descontentamento, sem citar nomes. “Tem gente que não trabalhou pelo crescimento do partido. Quando eu peguei o partido, tínhamos um deputado (federal) e agora temos três. Depois que a gente roeu o osso, estão querendo pegar a picanha”, disse.
Questionado sobre quem seria esse grupo interessado em se aproveitar dos esforços de seu trabalho pelo fortalecimento do PSB, esquivou-se, defendendo um nome do PSB para se candidatar à sucessão de Lacerda no ano que vem. Ainda disse que apoiaria a candidatura do deputado federal Stefano Aguiar à Prefeitura de Belo Horizonte e que está à disposição da legenda para disputar sua reeleição na presidência do diretório estadual. “Até onde eu sei, a direção nacional gosta do meu trabalho. Não vou fazer nada que a direção nacional não queira”.
O vereador Alexandre Gomes defende o nome do prefeito para assumir o PSB de Minas no lugar de Delgado. “Há alguns insatisfeitos, mas a maior parte do partido quer que o Marcio Lacerda assuma a direção estadual. A insatisfação é um pensamento minoritário.”
A troca de presidente estadual do PSB em Minas ou recondução de Delgado depende de uma orientação da sigla no âmbito federal, informou o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, sem citar data.
Em sintonia com Delgado, Siqueira defende um nome próprio para a sucessão e ainda abre o leque para conversas com diversos partidos. “Se há divergência, é sinal de vitalidade. O PSB tem seu próprio projeto e pode conversar com PT e com PSDB”.
Com o PT
Assad. Ex-secretário de Assuntos Institucionais de Marcio Lacerda e membro do diretório nacional do PSB, Mário Assad apoiou o petista Fernando Pimentel na corrida ao Palácio da Liberdade. Com a vitória de Pimentel, Assad ganhou a diretoria da MGI (Minas Gerais Participações), empresa de direito privado que tem o governo mineiro como acionista majoritário.
Coerência. “Fui coerente. Fui secretário de Pimentel e do Marcio. Eu trabalhei na campanha do Marcio por orientação do Pimentel”, diz Assad que, em 2012, apoiou a candidatura à reeleição de Marcio Lacerda contra o PT, que lançou o ex-ministro Patrus Ananias.
Tilden fica perto dos tucanos
Ex-embaixador do Brasil em Cuba e um dos fundadores do PT, Tilden Santiago encontrou no PSB um ninho para aliar-se ao senador Aécio Neves. Santiago ocupou a diretoria da Copasa, Companhia de Saneamento de Minas, em 2011, na gestão de Antonio Anastasia. Em 2007, antes de trocar o PT pelo PSB, acabou suspenso do PT por ocupar a assessoria da presidência da Cemig, Companhia Energética do Estado, na gestão Aécio. Tilden é segundo suplente de Aécio no Senado. O primeiro suplente é Elmiro Nascimento, do Democratas.
Ex-embaixador do Brasil em Cuba e um dos fundadores do PT, Tilden Santiago encontrou no PSB um ninho para aliar-se ao senador Aécio Neves. Santiago ocupou a diretoria da Copasa, Companhia de Saneamento de Minas, em 2011, na gestão de Antonio Anastasia. Em 2007, antes de trocar o PT pelo PSB, acabou suspenso do PT por ocupar a assessoria da presidência da Cemig, Companhia Energética do Estado, na gestão Aécio. Tilden é segundo suplente de Aécio no Senado. O primeiro suplente é Elmiro Nascimento, do Democratas.
Fonte: O TEMPO
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