segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Rogério Correia é reeleito deputado estadual em MG

Marco Aurélio Rocha
Direção Nacional da Articulação de Esquerda


O deputado estadual Rogério Correia foi reeleito para seu quarto mandato na Assembleia de Minas Gerais com 72.413 votos. Rogério é professor (matemática e física), fundador da União dos Trabalhadores do Ensino (UTE), atual Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG), do Partido dos Trabalhadores e da CUT, foi eleito vereador em 1988 por Belo Horizonte onde se reelegeu por 3 mandatos. 

Em 1998 foi eleito para seu primeiro mandato de deputado estadual. Durante todos estes mandatos Rogério sempre foi reconhecido por sua intransigente defesa dos trabalhadores e dos movimentos sociais e sindicais. 

Em 2006, Rogério concorreu a uma vaga na Câmara Federal e não conseguiu se eleger. Mas, como diz o ditado, “há males que vem para o bem”, foi aí que teve a oportunidade de revelar sua capacidade de gestor também no poder executivo, foi nomeado pelo presidente Lula, delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Minas Gerais, no cargo, Rogério se tornou responsável pela coordenação das políticas públicas para a Reforma Agrária e Agricultura Familiar, conseguindo aumentar, de 242 milhões para 2 bilhões de reais, o crédito financeiro destinado à área rural em Minas Gerais, tendo contribuido na implantação e ampliação dos programas como as biblioteca rurais do “Arca das Letras”, “Expresso Cidadão”, “Território da Cidadania”, “Casa Digital” e o “Crédito Fundiário”.

Em 2010, Rogério foi eleito novamente deputado estadual, sendo eleito líder da bancada do PT. Todas as lideranças no PT, parlamentares, movimentos sociais e sindicais ao longo destes quatro anos do atual mandato são unânimes em dizer que a volta de Rogério à Assembleia foi crucial para fortalecer a oposição ao projeto neoliberal do tucano Aécio Neves em Minas Gerais. Com sua experiência e capacidade de diálogo, Rogério conseguiu articular a criação do bloco de oposição Minas Sem Censura. O MSC foi preponderante para fazer o contraponto e levar através da TV Assembleia, do Blog do MSC, do próprio site do deputado e dos jornais e boletins do MSC as mentiras do governo Aécio/Anastasia, a falácia do choque de gestão e do famigerado déficit zero e denunciar os desmandos do governo tucano, visto que a mídia local estava toda dominada pelo irmãos Neves, Aécio e Andréa.

Em 2011, o mandato de Rogério foi ameaçado, a revista Veja publicou uma denúncia, sugerindo que o deputado era um dos mentores da falsificação, pelo lobista Nilton Monteiro, da chamada Lista de Furnas, um documento que traz o nome de supostos beneficiários de esquema de caixa dois tucano nas eleições de 2002. A “Veja” omitiu que existe sentença judicial, proferida pela juíza Maria Luiza Marilac Alvarenga de Araújo, inocentando Nilton Monteiro (processo 024.06.029.163-0, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, 11/2009). Dentre outros motivos, a absolvição se deu pela existência de um “Laudo de Exame Documentoscópico (Mecanográfico e Grafotécnico)” do Instituto Nacional de Criminalística, do Departamento de Polícia Federal, do Ministério da Justiça, apontando que a versão original da “lista” não apresentava indícios de montagem.

Em seguida, o jornal O Estado de Minas publicou reportagens, dentre as quais O esquema do fraudador, sugerindo que Nilton Monteiro teria cobrado dívida “por supostos serviços prestados” a Rogério Correia. Em editorial, o jornal pediu a cassação do petista. Foi a deixa para que o PSDB formalizasse o pedido à Assembleia Legislativa. O jornal foi processado e a justiça deu direito de resposta a Rogério.

Para as eleições municipais de 2012, Rogério Correia, junto a militantes da esquerda petista, tendências e independentes insatisfeitos com os rumos tomados pelo PT BH desde 2008, encabeçou movimento chamado Coerência Petista tendo como objetivo uma candidatura própria do PT para a prefeitura de Belo Horizonte.

O Coerência Petista se fortaleceu e no PED 2013, Rogério foi lançado candidato à presidência do PT de Minas Gerais tendo obtido 3.852 votos ou 7,81% do total.

Toda essa movimentação política, além das audiências e projetos de lei apresentados, credenciaram o mandato de Rogério Correia a tentar a reeleição em 2014.

Foi uma campanha difícil! Com poucos recursos financeiros, como é de costume com candidaturas mais à esquerda, a campanha teve que ser feita basicamente com a ajuda da militância e dos movimentos sociais. Neste quesito a campanha de Rogério fez a diferença. Sua atuação com os movimentos sociais como o MAB e o MST, a parceria com os trabalhadores rurais no Estado, obtendo o apoio dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, do trabalho com a agricultura familiar, funcionalismo público e principalmente com os professores da rede estadual pavimentou a vitória de Rogério Correia nas urnas.

Esta guinada de Rogério para o interior do Estado, desde sua época como delegado do Ministério do Desenvolvimento Agrário em Minas, fez o quadro de sua votação também mudar. Nos mandatos anteriores sua votação era praticamente metade em Belo Horizonte e região metropolitana e outra metade no interior. Nesta eleição, dos 72.413 votos, apenas 16.366 foram em Belo Horizonte e mais  8.977 na metropolitana, a diferença maior, 47.059 votos, foi dada pelo interior do Estado. 

Dos 77 deputados da Assembleia, Rogério Correia obteve a posição 29ª. O PT elegeu 10 deputados estaduais, Rogério foi o quinto mais votado. A prestação de contas de Rogério foi a segunda mais baixa da Assembleia: R$ 218 mil reais, o primeiro foi também do PT, o companheiro Dr. Jean com R$ 204 mil reais que conseguiu seu primeiro mandato. A média dos 77 deputados da Assembleia girou em torno de R$ 613 mil reais, sendo que a campanha mais cara na Assembleia de Minas Gerais foi de R$ 3,4 milhões de reais.

O desafio para o novo mandato que se inicia em fevereiro/2015, agora sendo situação no governo estadual é continuar defendendo os interesses dos trabalhadores, do funcionalismo público, principalmente dos professores, dos trabalhadores rurais e da agricultura familiar, ajudando o governo Pimentel a implementar em Minas um governo Democrático e Popular.

* Texto publicado no jornal PÁGINA 13 órgão da tendência interna do PT - Articulação de Esquerda

Nenhum comentário:

Postar um comentário